sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

76 NATAIS



Já passei por 75 Natais e espero passar por muitos mais.
Tenho boas recordações dos Natais passados,
Os melhores foram os de criança,
Com a família e o Menino Jesus em festejos ancestrais.
Mesa farta, doces momentos, sempre lembrados,
Vida vivida e a viver de esperança.

O Pai Natal descia todos os anos, pela nossa chaminé,
Durante a noite, com o saco das prendas,
Descobertas de manhã no meu sapato,
Eram simples, variadas, abençoadas, como uma maré,
À minha praia chegadas, como puras lendas,
Guardadas no meu doce e terno recato.

Os Natais passados foram com a família celebrados,
Com a mesa reduzida de pessoas e iguarias,
De ano para ano, mais tristes.
Uns desaparecidos, outros forçadamente emigrados,
Irrecuperáveis as esperanças e fés perdidas,
Marcaram-me com cicatrizes.

O Pai Natal deixou de descer a chaminé desaparecida,
As prendas ao fim da noite passou a entregar,
Escondendo a crise com as barbas.
Deixou cair o mito da falsa verdade há muito mantida,
Não teve coragem para a mentira confessar,
Reduziu a meras ofertas as prendas.

À mesa de Natal, só Jesus e mais alguns da família,
Celebrando o 75º Natal da minha vida,
Não perdi a fé de outro Natal farto,
E a sensação dos Natais terem sido pura fantasia,
Não me abandona a esperança sofrida,
Jesus me protegerá de tal mal trato.

O meu 76º Natal está para acontecer, com prejuízos,
Juntos, nós, 3 filhos, 4 netos e 2 bisnetos,
Jesus estará presente para nos animar.
Desejo maior, será unir familiares vivos e falecidos,
Ressuscitar o Natal já com cinco bisnetos,
Que até ao fim da vida saberei amar.

DESAMORES

Muitos são os desamores que nos invadem,
Como teias envolvendo a nossa imaginação,
Deixando-nos confusos ao nos atingirem,
E esconderem a justa e devida justificação

De desamores fui eu vilmente castigado,
Sem me poder defender dos maus tratos,
Sentindo-me injustamente desenganado,
Ao ponto de não mais confiar em boatos.

Descobri por fim que apenas os desamores,
Nos trazem ilusões e promessas inválidas,
Com palavras ocas e sagazmente pálidas,

Consegui finalmente perder os meus temores,
E transformar em amores, as minhas fantasias,
Concretizando as sempre esperadas profecias.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

SORRISOS



Os sorrisos são enigmáticos como as pessoas,
Reflectem o que lhes vai na alma em segredo,
São maliciosos, de ódio, de amor, de paixão,
De lealdade, de inveja, de traição ou solidão,
Navegam em rios misteriosos, como canoas,
Escondem-se das pessoas no verde arvoredo.

Os sorrisos maliciosos são amargos e curtos,
Os de ódio, venenosos, os de amor, doces,
Os de paixão quentes, os de lealdade, meigos,
Os de inveja, ardentes, os de traição, suspeitos,
Os de solidão, conformistas e muito sisudos,
Todos os outros sorrisos revelam-se precoces.

Os meus sorrisos passaram a ser cautelosos,
Não quero deixar transparecer sentimentos,
Magoar ou provocar família e meus amigos,
Os meus sorrisos são simples e com avisos,
Conselhos, mensagens e ditos espirituosos,
Para proporcionar bons e válidos momentos.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A CRISE

É doloroso, é monstruoso, é turturoso,
Subsiste, resiste, é triste,
Sinto e pressinto.

Não tem forma, não tem rosto, é mafioso,
Disforme, sem cor, sem odor,
É misterioso, é curioso,

Persegue, é traiçoeiro, é matreiro, é esquivo,
Ataca nas trevas, com máscara,
Não tem perfeito juízo,

É ladrão, corrupto, ditador, delator e malfeitor,
Põe e dispõe sem escrúpulos,
Sente-se imperador.

Sei quem ele é, mas nunca o vi nem verei,
É abstracto e terrivelmente malévolo,
É invisível, mas mortífero.

ELE É A CRISE QUE ME AFECTA SEM PIEDADE,
E RESTRINGE A MINHA VIVÊNCIA,
DA QUALIDADE.














MENDIGOS



Cada vez os mendigos são mais por todo o Mundo,
Impressionam pela sua extrema pobreza,
Mal tratados como a natureza,
Estado imundo.

Não são de todo culpados do seu estado miserável,
Foram vítimas da sociedade em que vivem,
Com dificuldades ainda sobrevivem,
Estado irrecuperável.

Não conseguem retomar a sua vida outrora normal,
Perseguidos pela ganância dos egoístas,
Que os mantêm sob as vistas,
Futuro fatal.

Confiam na justiça divina para serem reabilitados,
Da vida de escravidão a que estão sujeitos,
Mas não sabem com que meios,
Estão desorientados.

Cada vez se sentem mais abandonados e desprezados,
Vendo os anos passarem muito velozes,
Esperam ouvir algumas vozes,
Querem ser amados.

Bruscamente a fé enviou-lhes uma mensagem Divina,
Foi Deus que lhes prometeu bastante ajuda,
Mensagem abençoada e oportuna,
Deu-lhes adrenalina.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

AMALIA RODRIGUES SEMPRE

Vozes jovens do fado relembram Amália,
Com frescura, entoação, talento e sonoras,
Transmitem mensagens, saudade e alegria,
Tal como a Amália cantava fora de horas.

É bom ver os jovens reviverem a Amália,
Através dos seus fados e da sua imagem,
Para fazerem do fado memória e relíquia,
Homenageando a sua enorme coragem.

Jamais a Amália será esquecida pelo Fado,
Com a força e entrega dos novos fadistas,
Cantando o fado como verdadeiros artistas.

Seu nome será por todos sempre jubilado,
O fado cada vez mais cantado e escutado,
No ambiente próprio melhor frequentado.







.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO




A liberdade de expressão tem fronteiras,
Deve ser usada com bastante moderação,
Respeito, inteligência e a devida atenção,
Contando com oportunidades derradeiras.

Do 25 de Abril não se colheram os frutos,
Pelos excessos cometidos na linguagem,
Insulta-se e ofende-se, tornam-se brutos,
Os verdadeiros defensores da libertinagem.

Os pais e a escola são os melhores mentores.
Para corrigirem dos excessos inconsequentes,
Malandrins que da verdade estão ausentes.

Crianças e adultos devem recuperar valores,
Que se maltrataram nestas décadas perdidas,
Recuperando maneiras há muito esquecidas.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

PORTUGAL ETERNO

Portugal, país de beleza sem igual,

Foste grande em alma e espaço,

Outrora, tempo de história imortal,

Das descobertas, até ao abraço.


Do Minho ao Algarve, até ao Oriente,

Levaste a língua, a religião, o nome

De Portugal e a bandeira ondulante,

Passando privações, doenças, fome.


Os portugueses de antigamente foram

Grandes, deram exemplos ao Mundo,

Com muita coragem e espirito fecundo.


Os infiéis com bravura eles combateram,

Hoje, é outra a batalha e outra a guerra,

Combater o financeiro que nos explora.





























AS MINHAS RUGAS

Pele com rugas são a minha identidade,
Rugas como as minhas, ninguém as tem,
São marcas da minha longa vida vivida,
Bons e maus momentos de intensidade,
Que a minha memória e físico mantém,
Para a posteridade em lápide esculpida.

Nem a morte apaga as rugas gravadas,
Com o cinzel dos anos que passaram,
Sulcos abertos com prazer e com dor,
Por estranhos e anónimos assinaladas,
Que o meu historial rico valorizaram,
Colocando-me num patamar superior.

Vou guardar as minhas rugas no tempo,
Quero vê-las ao espelho com orgulho,
Apresentá-las aos meus netos e bisnetos,
Para que não sejam simples passatempo,
Prenda eterna guardada num embrulho,
Cheio de surpresas e merecidos afectos.

sábado, 24 de dezembro de 2011

MINHA POESIA, MEU AMOR



Não sei porque escrevo poesia, se não a leêm!
Gosto de escrever poemas, não sei para quem,
Se só eu os leio e mais ninguém.

Custa-me desistir, porque amo a minha poesia,
Como amasse uma mulher que me engana,
Com alguém que é um sacana.

Nem a minha família lê a minha sentida poesia,
Que muita lhe é com amor e carinho dedicada,
Deixando a minha vontade abalada.

Sei que irei sofrer se deixar de construir versos,
Como uma casa que ficasse nos seus alicerces,
E eu sem rumo e sem tecto.

Não sei então o que fazer, continuar ou desistir,
Levo a vida a hesitar, sem de vez me resolver,
Só sei que não quero sofrer.

O meu isolamento não me deixa bem raciocinar,
Algo me atormenta que eu não consigo decifrar,
Não vale a pena tanto magicar.

Será melhor recomeçar ou parar com a poesia.
Nunca terei coragem para ter de a abandonar,
Evitando em águas turvas navegar.

Irei reconciliar-me com a minha poesia, o meu amor,
Porque outro mais íntimo não conseguirei encontrar,
E não quero viver de temor.




MOEDA DE TROCA

Sinto-me moeda de troca, desvalorizado,
Fiquei de coração destroçado,
Muito chocado.

Os meus negociadores são anónimos,
Uns profissionais demónios,
Sem neurónios.

Com a minha moeda de troca lucraram
Mais-valias que os enriqueceram,
E me empobreceram.

Com a moeda de troca em desvalorização,
Os agiotas sofreram pura desilusão,
Em depressão.

O feitiço virou-se contra o velho feiticeiro,
Retirou-lhe o espirito matreiro,
Sem dinheiro.

Foi feita justiça, repondo o devido valor
Da moeda de troca, com dor,
Belo sabor.

Fica mais que provado que a moeda de troca,
Não deve servir de chacota,
Por ser batota.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A TRAVESSIA DO ATÃNTICO



Atravessar o Oceano Atlântico é emocionante,
Leva-me a paragens de nostalgia e às raízes,
Faz-me matar saudades e serve de aliciante,
Enriquecendo a minha vida de vários matizes

Anseio brevemente voltar a cruzar o Atlântico.
Para poder do ar espraiar meu olhar pelo mar,
Imaginar ouvir das sereias o seu belo cântico,
Vindo ao meu encontro durante o sobrevoar.

As sereias e as aves trazem belas mensagens,
Dando-me coragem para a minha travessia,
Alimentando a minha curiosidade e nostalgia.

Depois da longa travessia, visionei miragens,
Da minha terra renascida do denso cacimbo,
Não eram visões, eram o meu antigo ninho.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

QUEM SOU EU?

O meu nome é Ruy e Serrano é o sobrenome,
Ando à procura de mim próprio neste Mundo,
O caminho é longo e o precipício é enorme,
Lançou-me na desilusão e desgosto profundo,

Acho que muito fiz e que ficou muito por fazer,
O que fiz por pouco tempo, por direito foi meu,
Outros se apoderaram do que consegui erguer,
Mergulhando-me numa profunda noite de breu.

Não me arrependo do que muito ficou por fazer,
Seria esforço e sacrifício desperdiçados sem fim,
E aproveitados pelos oportunistas para um festim,

Faço que não vejo o que acabei por deixar perder,
Que sei que existe mas que não voltará a ser meu,
Quero tudo esquecer e viver nos braços de Morfeu.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

RAÍZES




Ando à procura das minhas raízes.
Não sei se as perdi se as conservo,
Sei que as trouxe da minha terra,
Fazendo parte do meu rico acervo,
Protegendo-as de terrível guerra.
Para não passar por dias infelizes.

Ainda hoje não sei o que irei fazer,
Com as raízes que descobri no baú,
Onde as mantenho bem protegidas,
Com os meus brinquedos de bambu,
Para não serem por fim destruídas,
Por alguém, sem me deixar vencer.

Como me sinto apátrida e sem terra,
Estou confuso sem saber qual o rumo,
Que às raízes devo dar, aonde e como.
Os conflitos e guerras do meu Mundo,
Exigem às minhas raízes evitar assomo,
De radicais demónios e eventual fera.

Das minhas raízes floresceu a família,
Que eu criei, eduquei e a sério protegi,
Até aparecerem os netos e os bisnetos,
Ternos, meigos, de feitiços e afectos,
E artes mágicas trazidas pelo cazumbi,
Para me distrair e animar com magia.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A IDADE DA INOCÊNCIA

Tenho saudades da idade da inocência,
Que meus bisnetos estão agora a viver,
Mostram a sua perspicácia e inteligência,
Com perguntas e respostas sem ofender..

Surpreendem com momentos mágicos,
De carinhos e beijos os seus bisavós,
Trocando brincadeiras e mimos raros,
Evitando que eles nunca se sintam sós.

Seus risos e gargalhadas são a liberdade,
Que exprimem com satisfação e alegria,
De viverem com os bisavós o dia a dia,

Deixam transparecer a sua total vontade,
De seguirem o exemplo dos seus bisavós,
De poderem um dia chegar a ser trisavós.

domingo, 18 de dezembro de 2011

SINAIS



Um risco de lume traça o céu,
Um trovão ecoa no espaço,
É o tempo revoltado.


Humanos vacilam e tremem,
Inseguros, o futuro temem,
Reduto enclausurado.


Confusos e desesperados,
Vêm-se indefesos e sós,
Esquecidos algures.


Abrem trincheiras fundas
Redutos de defesa
Tornam-se estranhos e inseguros.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

FIGURAS E FIGURÕES

Guardo na minha boa memória, as figuras,
Que fortemente, marcaram a minha vida,
Pessoas valorosas, de grandes posturas,
Que devemos reter gravada e bem viva.

Outra casta de pessoas, emergindo do lodo.
Impondo seu poder e dinheiro, os figurões,
Apoderaram-se do património de um todo,
Deixando as figuras com parcos tostões.

Fiquei marcado por tão triste e vil ofensa,
Pelo tratamento injusto dirigido às figuras,
Que passaram dos méritos às desventuras.

Sei que o tempo tratará da justa vingança,
Fazendo desaparecer de cena os figurões.
Serão devorados pelas lamas dos vulcões.

A ÚLTIMA MORADIA

Já tive tantas moradias, que lhes perdi a conta,
Não quero ter mais moradias, senão a última,
As moradias que tive foram de grande tortura,
Pela minha vida de ataques e enorme afronta.

Em criança e na adolescência, várias moradias,
Conheci, amando mais a minha terra e amigos,
Em adulto outras moradias em vão conhecidas,
Não me garantiram sonhos e desejos preteridos.

De África vim para a Europa, para nova moradia,
Que não me pertencia, mas que me deu guarida,
Graças ao acolhimento da minha mãe querida.

Dessa moradia vim para outra que me custaria
Pagar todo este tempo, desejando assim acabar
Em parte desconhecida para não ninguém orar.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

FAÇO DE CONTAS QUE NÃO VEJO




Faço de contas que não vejo, o que vejo.
Cenas em cenários improvisados,
Em vários lugares montados,
Dá-me um bocejo.

Garotos e garotas bebendo e fumando,
Sem regras, curtindo inebriados,
De gozo e desejos apossados,
Puro desencanto.

Faço de contas que não vejo, provocações,
À nossa frágil e avançada idade,
Vivida de senso e maturidade,
Amplas desilusões.

Faço de contas que não vejo, gente petulante,
Exibindo roupas caras e extravagantes,
Com modos e atitudes exuberantes,
Deveras decepcionante.

Faço de contas que não vejo, o que vejo,
Futilidade, desinteresse, desmazelo,
Desarmonia, incultura e desprezo,
Não invejo.

Faço de contas que não vejo, o que vejo,
O que mais gostaria de ver brevemente,
Era a juventude renovada e diferente,
É o meu desejo.











segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

PROGRESSOS E RETROCESSOS



Os progressos são muitos, por avaliar,
Os retrocessos são ainda mais a achar,
Os progressos surgiram de competências,
Os retrocessos criados por deficiências.

Iremos assistir a um combate de morte,
Entre progressos e retrocessos, à sorte,
Quem vencer ditará o destino do Mundo,
No espaço sideral longe e mais profundo.

Da contenda resultarão vítimas inocentes,
Cobaias de vigarices e ágios envolventes,
Marginalizados e esquecidos para sempre.

Dos escombros outro Mundo novo renascerá,
Com outras gentes, outro projecto surgirá,
Sem confrontos, egoísmos e ódios, temente.

HOMENS SEM ROSTO



Neste Mundo actual de multidões flutuantes,
Humanos passam indiferentes e anónimos,
Uns pelos outros como em naves errantes,
Viajando no espaço privado dos astrónomos.

Mais parecem humanóides doutros planetas,
Sem rumo e destino certos, rostos perdidos,
Em busca do possível, sem metas concretas,
Descrentes, confusos e de ânimo destituídos.

Deixaram a Terra, encontram-se noutro Além,
Continuam anónimos, conservando memória,
Para serem recordados na verdadeira história.

O julgamento será justo mas severo para quem,
Passou pela Terra indiferente e com vaidade,
Sem cuidar quem de ajuda tinha necessidade.





domingo, 11 de dezembro de 2011

PROMESSA DE AMOR



Quando os nossos olhos se cruzam,
Meu coração bate forte, como aviso,
Minhas palpitações mais abundam,
Sem te confessar o amor escondido.

Pelos teus olhos leio o que tu sentes,
Não me revelas os teus sentimentos,
Tu duvidas e os manténs ausentes,
Receando passares maus momentos.

Faço-te mil juras de amor verdadeiro,
Dar-te tudo que ambicionares possuir,
Para proporcionar amor sem te iludir,

Quero que meu coração seja herdeiro,
Do teu amor que será bem guardado,
Dentro de mim pelo tempo desejado.

NATAL

(Dedico este meu soneto a todos os meus familiares

e amigos, desejando um FELIZ NATAL E FESTAS

FELIZES com saúde e sucesso na vida.)


Data perpétua, no universo celebrada,

Por todos seres humanos, em família,

Pelo cristianismo com amor festejada,

De luzes e melodias, linda maravilha.


Tocam os sinos, cantam lindos coros,

Canções enfeitadas de bonitos versos,

Brilham as estrelas no infinito cosmos,

Anunciando Jesus, momentos eternos.


Famílias celebram o dia em comunhão,

Em sarau de várias iguarias e prendas,

Verdadeiras surpresas, sem contendas.


No abrir das prendas é total a confusão,

As crianças exultam com as surpresas,

Com um misto de alegria e de tristezas.




sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

SE AS ESTRELAS SE APAGASSEM



Se as estrelas se apagassem, o que seria do Mundo?
A vida resistiria ou desapareceria.
Ninguém resistiria,
Ao colapso.

Poderíamos ainda migrar para outra distante galáxia?
Teríamos de ter naves preparadas,
Para serem lançadas,
Com sucesso.

Quem iria nas naves, como e para que outras galáxias?
Os riscos seriam muitos e sérios,
Soltaríamos impropérios,
De revolta.

Deixaríamos na Terra os nossos sonhos e projectos,
A nossa vida partiria do zero,
Ficaríamos com ar severo,
Por recomeçar.

Não saberíamos o que fazer noutros estranhos Mundos,
A falta de conhecimento dos lugares,
Não te permitiria sonhares,
Como na Terra.

Se as estrelas se apagassem, ficaríamos na escuridão,
Tropeçando uns nos outros sem ver,
Iríamos bastante sofrer,
Sem solução.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

GENTE QUE POR AÍ ANDA

Essa gente que por aí anda, sem aparecer,
Anda escondida empenhada em enriquecer,
Não se importando outra gente empobrecer.
Cruelmente.

Essa gente que por aí anda, na opulência,
Não abdica da sua provocadora traficância,
Valendo-se da triste reveladora ignorância,
Dos pobres.

Essa gente que por aí anda a urdir golpes,
Não aceita nunca compartilhar dos cortes,
Que atingem a grande maioria sem sortes,
Os indignados.

Essa gente que por aí anda impondo regras,
Para serem cumpridas de maneiras severas,
Mergulhando os pobres nas maiores trevas,
Sem esperanças.

Essa gente que por aí anda, iludida e farta,
Se não alterar a sua vil atitude e se retrata,
Pagará um preço muito caro e de bitola alta,
Sem cotação.

Essa gente que por aí anda, ainda na Terra,
Será castigada pela sua manipulação bera,
Não valendo os milhões que os enriquecera.
E outros empobrecera.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

CECÍLIA

Cecília, inspiração dos meus amores,
Casaste e partiste para os Açores,
Durante toda a vida deixei de te ver,
Passei todo o tempo por ti a sofrer.

Eras bela, formosa e dedicada amiga,
Brincávamos juntos, manhãs inteiras,
No tempo em que a natureza se abria,
E connosco se aliava em brincadeiras.

O silêncio entre nós foi cruel e longo.
Deixou-me triste e desejoso de saber,
Se tua frágil saúde estavas a manter.

Sofri grande golpe de dor e pranto,
Ao saber que te finaste por doença,
Sem a minha tão imposta presença.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

AGUAS PASSADAS

Águas mornas, azuis e transparentes
Passaram velozes à minha frente
Indiferentes


Vi nelas bruscamente,
O reflexo do meu rosto
Perplexo e indisposto
Observando indefinidamente
O passado e o presente
Prevendo o futuro
Misterioso e secreto


Águas que ao passar não vão voltar
Levaram consigo os meus sonhos
Deixaram-me as recordações e o
Pesar
Alegrias, tristezas e esperanças
Diluídas no cacimbo das manhãs
Húmidas, de cheiros fortes, verdadeiros
Titãs


Águas tornadas imundas e turvas
De tudo com que consigo arrastaram
Fazem esquecer do quão tristemente
Sujas

Nem o filtro do tempo já ido
Purificou as águas conspurcadas
Levadas pela ira das chuvas para a
Eternidade


Águas que em turbilhão e velozes
Apressadamente correram para o mar
Fugindo dos demónios da Terra,
Atrozes


No oceano das recordações vivas
Na angústia, dos tempos, mergulhadas,
As águas encontraram por fim,
As Ninfas desejadas

A ORGANIZAÇÃO DO PAÍS

E do conhecimento geral que Portugal é um Pais dotado de condições naturais propícias a uma Nação de sucesso e moderno. Simplesmente nunca poderá atingir esse desiderato, se não for um Pais organizado.

À excepção de algumas épocas, em que se fizeram tentativas para criar estruturas e ordenar o Pais, política e economicamente, nunca se conseguiu introduzir as reformas profundas indispensáveis. Esta situação tomou mais evidência depois de Abril de 1974. As reformas e a organização do Estado, que a transição de regime impunha que fossem feitas e que eram acalentadas pela maioria do povo, não se concretizaram.

Por falta de força política, o Estado teve de se subordinar a outros poderes, não conseguindo implementar as medidas propostas por algumas figuras de reconhecido mérito e competência. Outrossim, foram publicadas leis de cariz popular que criaram um clima de euforia danosa do património do Estado e Privado, de efeitos nocivos para o progresso da Nação. Tudo o que de bom existia foi destruído, ficando o Pais à mercê de leis a avulso, sem efeitos práticos. O estado ficou impossibilitado de organizar o Pais e passou a estar dependente de directrizes e recursos financeiros do exterior.

Esse grau de dependência aumentou na medida das necessidades do Pais, com a redução da indústria, da agricultura, da pesca, dos meios de transporte marítimos e da maior parte das actividades, culminando, mais recentemente, com a eliminação de grande parte do comércio.

Portugal deveria tomar, como exemplo, alguns Estados, em que destaco a Holanda e a Suíça, para fazer uma reforma política e organizativa do País. Se isto não for feito, jamais o nosso Pais encontrará o rumo certo, ficando desclassificado na arquitectura dos países mais desenvolvidos.

UM DIA NA FLORESTA

Passar um dia na floresta do Maiombe,
É o meu maior desejo viver,
Com os animais conviver,
E com eles aprender.


Macacos, gorilas, papagaios e elefantes,
Divertidos a saltar e a brincar,
Com eles confraternizar,
É bom saborear.


Vida exótica, primitiva e natural da Floresta,
Atrai-me para dele desfrutar,
Em convívio de bem amar,
Para sempre recordar.


Depois de longo e estreito convívio com a fauna,
Com saudades da densa e colorida flora,
Deixo a Floresta onde mora,
A minha memória.


Regressei ao Mundo da confusão e confrontos,
Já saudoso do tempo desfrutado de Paz.
Que passei na Floresta, divertido,
Momento merecido.


Era bom que o Mundo para sempre acabasse,
Para eu nunca mais sofrer a assistir
A tudo desmoronar sem resistir,
Por vontade já não existir.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A GUITARRA E O FADO



A guitarra e o fado se acharam de amores.

Se juntaram para versos e poemas dizer,

Dos nossos muitos poetas e compositores,

De notável talento, competência e saber.


A guitarra e o fado de mãos entrelaçadas,

Com dedos do guitarrista entre as cordas,

E a voz do fadista em quadras timbradas,

Inundam as casas do fado a horas mortas.


Os aficionados do fado respeitam silêncio,

Para ouvirem com paixão a guitarra trinar,

O seu fadista preferido poder ouvir cantar.


A guitarra e o fado em tom saudoso de arrepio,

Entram animados noite dentro até altas horas,

Às vezes em desafios de bonitas desgarradas.

O MITO DE UM AMOR


Os caminhos eram longos e sem fim,

Iam em busca de algo que me fugia,

Sem saber para onde, triste de mim

Não encontrei nada, cheguei ao fim.


Ainda procurei por todas as paragens,

Por vestígios do que me interessava,

Nada eu encontrei, nem mensagens,

Continuei sem aquilo que me faltava.


O que me faltava, era um impossível

Amor que eu sempre desejei manter,

E que por maldade me deixou sofrer.


Fiz por esquecer o amor incenssível,

Nunca merecedor do meu sofrimento,

Abandonando o meu longo tormento.