quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

OS SABORES E AS APARÊNCIAS



Os sabores das frutas são bálsamos, são bênçãos,
Dão-nos sensações únicas,
De recordar.

São variados os sabores das frutas que comemos,
Ácidas, doces, suculentas,
Ternurentas.

Muitas das frutas são meio verdes, outras maduras,
Brancas, amarelas, escuras.
De muitas cores.

Consomem-se frutas em e de todos os continentes,
De paladares muito diferentes,
Surpreendentes.

Por vezes as frutas enganam, não são o que parecem.
Por fora atraentes, por dentro contaminadas.
Decepções.

Não se aproveitam certas frutas, deitam-se para o lixo,
São difíceis de ingerir essas frutas,
Doenças.

Moral desta comparação entre as frutas e as pessoas,
Não se deve nelas confiar cegamente.
É enganoso e perigoso.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

COIMBRA



Como eu gostava de ter estudado em Coimbra,
Ao som das guitarras e dos fados cantados,
Namorar com as bonitas e singelas tricanas,
Passear pelo Choupal, alegres e apaixonados.

Estudar sempre que a vontade me chegasse
Para ter boas notas e vir a ser um bom doutor.
Gostava de participar em serenatas ao luar
Fazer parte das repúblicas e sentir o seu calor.

Ser estudante de Coimbra era o meu desejo,
Levar os estudos entre brincadeiras e namoros,
Gozar com os castigos infligidos aos calouros.

Ingressar na Universidade foi perdido ensejo,
Poder prolongar os meus estudos no tempo,
Para usufruir do ambiente e de passatempo.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A MINHA AMIGA TIFI




Tenho um banco no jardim do meu bairro,
Onde me sento pela manhã com a minha
Cadelinha ao colo para apanharmos sol.
A nossa relação é de humano para cão,
Por gestos e por lábios nos entendemos,
Felizes e acompanhados, nós convivemos.


À nossa frente estende-se ampla relva,
Que a cadelinha aproveita para passear,
Vive momentos de verdadeiro conforto,
Recebe mimos e elogios dos passantes,
Deixa o seu pêlo acariciar com sossego,
Regressa a casa feliz para o aconchego.


Pelo toque da campainha dá pelo correio,
Desafia-me para a porta para o recolher,
Ladra sem morder a quem se intrometer,
É de companheira e amiga um modelo,
Não há humano a ela algo comparável,
Será sempre uma boa amiga agradável.

SONHOS QUE PERDURAM

Os sonhos ainda perduram na minha memória,
Guardados desde a infância com intenso ardor,
Representam tudo o que mais eu ambicionaria,
Conseguir na vida conquistar com muito valor.

São sonhos legítimos que ficaram por realizar,
Por interferências de estranhos que travaram
O que projectava para a minha vida conquistar,
Que por protecção divina não se extinguiram.

Acredito que ainda é possível vir a concretizar
Parte dos sonhos tão zelosamente guardados,
Nas estantes da minha casa, bem preservados,

Esses sonhos espero poder ainda vir a publicar,
Quando achar oportuno fazer e mudar o tempo,
E de condições beneficiar no melhor momento.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

BOAS NOVAS

As boas novas que me chegam, são inesperadas,
Vieram de muito longe, de gente desconhecida,
Foram como mensagens de mouras encantadas,
Trazidas até mim em secretas e belas missivas.

Muitos dos mensageiros são de apelido Serrano,
Vivem em todos os quadrantes do nosso Mundo,
Revelam a sua vida de entrega e pendor humano,
Transmitem boas novas e sentimento profundo.

É consolador receber boas novas de meus Amigos
E de toda a família de perto e distante, com amor,
Para mim é e será sempre recordado com fervor,

Enviarei boas novas, para não merecer castigos,
Mesmo que a vida não me sorria como eu quero,
Não será por falta de boas novas que desespero.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

MIGALHAS QUE SOBRAM



O que há mais são migalhas que sobram,
Do bolo que os mais abonados comeram,
E que dos esfomeados não se lembraram,
Repartindo o bolo que eles defenderam.

Cada vez sobram mais migalhas dos restos,
Que se espalham pelo Universo, sem lógica,
Não servindo de nada os muitos manifestos,
Que os esfomeados reclamam como súplica.

Com tanto descontentamento e desalentos,
Os carenciados não vão baixar os braços,
Irão continuar a sua luta sem sobressaltos.

Colherão frutos para acautelar os sustentos,
Minorando ou acabando com as migalhas,
Que serão pelos mais fartos aproveitadas.

AMOR CARNAL IMPOSSÍVEL

Ele dirigiu-se para o quarto, ansioso,
Por ver aquele corpo esbelto e árduo.
A mulher estendida no leito, suspirava,
Desejosa de ser acariciada e beijada.
Perante aquela mulher de corpo jeitoso,
Ele rendeu-se ao seu encanto e recato.

Tomou-a pela cintura e deu-lhe beijos,
Acariciou-lhe o corpo macio e atraente,
Passou-lhe as mãos pelos seus cabelos,
Hesitou ir mais além, recusando apelos,
Achou por bem ser mais hábil e prudente,
Reter na memória seus dotes perfeitos.

Para não pecar com aquela adolescente,
Preferiu renunciar ao seu desejo carnal
Pensando mais na realidade e na verdade,
E optar por ser mais conciso e coerente,
Pondo naquele breve romance ponto final,
Dissipando naquela mulher, sua ansiedade.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

MARCAS DO TEMPO

O tempo não se vê, não é palpável, mas deixa marcas.
Marcas que perduram, na mente gravadas, invisíveis,
Marcas que ferem e não esquecem, de tão sensíveis,
Parecendo leis proclamadas por perversos monarcas.

Não consegui o tempo esquecer, nem sequer esperar
Me foi permitido, tal era a pressa do tempo em passar.
Ainda fingi estar cansado, precisar de me restabelecer,
Só que o tempo não se compadeceu em me proteger.

Finalmente forças divinas a acção do tempo atrasaram,
Permitindo que a minha vida acalmasse e recuperasse,
Escrevendo crónicas e versos e o Mundo comentasse.

Consegui por fim denunciar todos os que me caluniaram,
Contando com a colaboração do tempo que me entendeu,
Por saber finalmente que foi imerecido tudo que me deu.

DE CÁ E DE LÁ

Vivo do lado de cá, mas tenho saudades
Do Lado de lá. Ando à procura de pontos
Comuns. Sei existirem muitas afinidades
Que procuro em documentos e contos.

Testemunho como o recolhido no local
Não há. Viver cá e lá, são os sentimentos
Iguais. Riqueza e pobreza, é regra, é legal.
De sorriso aberto e conformados alentos.

Até quando será igual viver cá e viver lá?
Estaremos sempre ligados pela história?
Deve ser o destino que ninguém ignora.

Pelo mesmo sangue e pela palavra dada,
Assumimos um compromisso para sempre,
Mesmo se o futuro for cinzento e temente.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A POBREZA

Tenho tanto respeito pela pobreza, que me faltam palavras
Para a descrever,
A pobreza é tudo quanto a humanidade não quer fazer crer,
Faz a razão perder.

A pobreza é chocante para quem assiste e de sofrimento
Para quem a sente.
A pobreza alastra como epidemia, perigosa e contagiante,
É horripilante.

Viver a assistir à pobreza que nos rodeia sem nada podermos
Por ela fazer,
É para mim vil sofrimento, é demónio que em mim perdura
Até mais ver.

Os pobres que vivem da pobreza fazem por ignorar a razão
De serem pobres,
Apenas sabem que lhes falta tudo e pouco sobra para eles
Dos nobres.

Receio sermos contagiados pela pobreza que junto de nós
Se espalha.
Deixando de usufruir do mínimo para com decência sobreviver
Da dádiva.




segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

CARNAVAL



Quero brincar ao carnaval, quero me divertir,
Não importa com quem, com todo o Mundo,
A nossa vida já é um carnaval, com máscaras,
Diferentes e inesperadas que deixamos vestir,
Para esquecermos tristezas deste submundo
Em que vivemos disfarçados de muitas caras.

Toda a gente se diverte no dia de Carnaval,
Pensando que a música e as danças ajudam
A imaginar por momentos cores e fantasias,
Em cenários inventados de magia corporal,
Em que sorrisos, alegria e afectos abundam,
Como fossem lições recebidas na Academia.

No rescaldo do Carnaval, voltam as tristezas,
Trocam-se as máscaras por outros disfarces,
A vida prossegue com boas e más notícias,
Defendem-se teorias e receitas sem tibiezas,
Não se olha ao mal que só provoca mártires,
O que conta são os proveitos e mais-valias.

A MINHA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

A travessia foi longa e muito dolorosa,
Nasci em África com todas as carências,
Que nos anos quarenta me chocava.
A vida era de dúvidas e intermitência.

A falta de água potável e electricidade,
Ruas e estradas de lama, má carência,
A minha infância isolada e puberdade
Difícil, sem brinquedos e convivência.

Os medos da escuridão e dos repteis,
As meninas que não queriam namorar,
Jornais e livros que não podia comprar.

Foram anos bem passados, sem leis,
Numa terra em que todos conviviam,
Apostando no progresso que queriam.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

A IMPORTÂNCIA DE SER VELHO

Gosto de ser velho. É sinal de que estou vivo.
Obrigando agora o tempo a esperar por mim,
Enquanto em novo eu esperava pelo tempo.
Tempo que eu depressa vivi como um aviso
Da vida passar com dores e amores sem fim.
Chegou hoje enfim o ambicionado momento.

É em Cabinda, minha terra que me sinto velho,
Por lá a minha vida eu ter passado velozmente,
Tratam-me com respeito por pai ou paizinho.
Dão-me mimos e palavras com muito respeito,
Mantêm-se vigilantes, de atenção permanente,
Mérito meu, ser velho, é receber mais carinho.

Aqui, onde vivo, também compensa ser velho,
Quem me conhece, trata-me com deferência.
Minha numerosa família tem a cultura do clã,
Segue o meu bom exemplo e o meu conselho.
Sabem que uso de franqueza e transparência,
Preservando uma vida paternal e deveras sã.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

MULHER DE CABINDA




A mulher de Cabinda é musa inspiradora
Dos poetas e cronistas que bem escrevem,
Sua beleza, sua sedução como uma aurora
Que desponta para todos e para ninguém.

A mulher de Cabinda é boa filha, boa mãe,
Boa esposa e boa amante, tem olhar doce,
Cativa, seduz com inocência e pertinência
Tem sabor africano, perfumado e agridoce.

A mulher de Cabinda, esbelta e escorreita,
Usa o seu feitiço com que cativa e namora,
Não distinguindo a cor da pele que ignora,

A mulher de Cabinda sente-se insatisfeita
Por não ser livre para amar com liberdade
Vivendo com esse sonho, eterna saudade.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

MULHER ESBELTA INTOCÁVEL

Ele dirigiu-se para o quarto, curioso
Por ver aquele corpo esbelto, desejado.
A mulher estendida no leito, suspirava,
Ansiosa de ser acariciada e beijada.
Perante aquela mulher de corpo jeitoso,
Ele rendeu-se à sua beleza, encantado.

Tocou receoso no corpo daquela donzela,
Julgando-a virgem, tão jovem parecia,
A vida dela ele nem um pouco conhecia,
Também não estava interessado na novela
Da sua vida. Preferia mantê-la mítica,
Ficando com a recordação, sua bendita.

Aquele momento foi apenas de adoração,
Por aquele corpo sensual e acetinado,
Que guardaria como eterna recordação,
No memorial a letras de ouro gravado,
Como merecia tal mulher, tal donzela,
Como pintura de fortes cores em tela.



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

AS MINHAS RIMAS E OS MEUS RITMOS

Quando escrevo versos, as minhas rimas
Seguem os ritmos da minha triste vida,
Marcam compassos e esperas preteridas,
Qual pêndulo de relógio em suas batidas.

Procuro marcar a minha vida com ritmos
Inspirados nas rimas dos meus sonetos,
Para lhe dar expressão e ritmo exigidos,
Pelo rigor e verdade dos meus segredos.

A minha vida é feita de muitos ritmos
Variados, de desejos, sabores, ilusões,
Surpresas, vicissitudes e humilhações.

Não fossem as rimas dos versos escritos
Seria o meu penar maior e mais doloroso,
Se deixasse de rimar neste mar tormentoso.

AS MINHAS RAÍZES



As minhas raízes são fortes e resistem,
Trouxe comigo algumas, muitas ficaram
Na minha Terra Natal, onde sobrevivem,
Por elas lutei, amei e me maltrataram.

Por ter trazido poucas raízes, tardei
A me integrar, fiquei frágil e súbdito
Das pessoas e da terra que me acolheu.
Sem reconhecimento do meu real mérito.

Passados tantos anos regressei ao berço
Das minhas raízes que ainda persistem
A elas me juntar, sem pensar desistirem.

Fiquei surpreso ao ver provado que mereço,
Ver reconhecidos meus legítimos direitos,
Em pedidos dirigidos a Deus e satisfeitos.



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

AS PESSOAS




Quem são as pessoas que nós conhecemos?
São simples objectos ou seres humanos?
Não sei, não tenho a certeza quem são.
Só sei que não sei nem jamais saberei.
Lido com elas como se fossem autómatos.
São vaidosas, independentes e pedantes.
Invejosas, ambiciosas, pouco sociáveis.

As pessoas que penso conhecer, ignoro
Se são boas ou más, não sei decifrar
Quem são na verdade, o que tencionam
Fazer. São frias e mal intencionadas,
Calculistas, atentas às suas presas,
Que tencionam atacar, com todos meios,
Infligindo golpes baixos e traiçoeiros.

Prevenido como estou dos seus ataques,
Vivo isolado e distante dos domínios
Que ocupam sem legitimidade e a monte.
Marquei o meu território e o meu lugar,
Onde vivo as minhas rotinas em contacto
Permanente com a minha valiosa família
Disseminada por várias paragens da Terra.









domingo, 12 de fevereiro de 2012

ABRAÇOS E LÁGRIMAS

Os abraços e lágrima que muito senti,
Foram fortes e abundantes para mim,
Trouxeram-me recordações e afectos
De momentos vividos bons e dilectos.

A Minha Terra revivi com intensidade,
Abraços e lágrimas saboreei e chorei,
Tempos de criança de pura liberdade,
Que para todo sempre eu recordarei.

Irmã, primos, sobrinhos, e amigos,
Acolheram-me com carinho e amor,
Ofereceram-me o seu apoio e calor.

Outra família, outros entes intímos,
O melhor património, mais desejado,
Por Deus para toda a vida abençoado.

NUNCA DIGAS NÃO

Nunca digas não, diz sempre sim,
Acredita na lealdade, crê em mim.
Só espero de ti verdadeira amizade,
Estaremos juntos com sinceridade.

Para mim és tu que mais conta,
Perto ou longe, estarás presente,
Nunca de ti me sentirei ausente,
Nem que sofra alguma afronta.

Estou certo que nunca dirás não,
Nos bons e maus momentos meus,
Pois sei que os sentirás como teus.

Vou alimentar uma forte obsessão,
Por toda a vida, acreditando em ti,
Pensando que me dirás sempre sim.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

A ALMA E A CARNE




Sinto que a minha alma me domina a carne,
É a minha alma que me controla e orienta,
Tomou posse do rumo da minha vida futura,
Fez-me esquecer a carne já muito madura,
Despertou em mim afectos e sensibilidade,
É a minha alma que a minha vida sustenta.

Se deixasse de ter alma, a carne cederia
A tentações e pecados, nada me conteria,
Pessoas, animais e natureza eu enfrentaria,
Sem saber a todo o momento o que eu faria,
Por caminhos errados e tortuosos andaria,
Em busca de presas e vítimas que atacaria.

Só abandonarei a minha alma quando morrer,
Quero com a minha alma até ao fim viver,
Ela me ajudará à vil tentação não ceder,
Pois a minha alma é a minha razão de ser,
Dando-me coragem de a carne poder vencer,
E assim com a alma eu quero o céu merecer.








sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A MAGIA DA FLORESTA



Imponente, majestosa, ali está a floresta,
Com árvores altaneiras de folhas cobertas,
Nos cumes guardam ninhos de pássaros,
Magia da vasta floresta que se manifesta,
Tons de verde e cheiros intensos, ofertas
Generosas que a natureza criou a espaços.

A magia da floresta deixou-me apaixonado,
Revelou-me um Mundo diferente e perfeito,
Despertou em mim desejos únicos e belos,
Um misto de fantasia e realidade revelado,
Deixou-me sem palavras e sem nenhum jeito,
Muita vontade de viver momentos singelos.

Quero na floresta viver, com a sua magia
Acompanhado, para sempre poder desfrutar
Da natureza pura e seus mistos encantos.
Conviver com os seres vivos com harmonia,
As suas virtudes inocentes e boas aproveitar,
Não mais sofrer desgostos e desencantos.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A LIBERDADE DOS PÁSSAROS

Benditos os pássaros que voam em liberdade,
Ignorando os perigos que de perto enfrentam,
Que os homens lhes criam por pura maldade,
E as tempestades surpreendem e atormentam.

De inocentes e bem-dispostos que se revelam,
Os pássaros vivem desprendidos e bem felizes,
Com cantares e trinados sonoros se manifestam,
Dando largas à sua alegria de cores e matizes.

Gostaria de ser como os pássaros, aprendendo
Com eles a viver no Mundo dos Humanos, Feliz.
Não conseguindo com êxito alterar minha matriz.

As vicissitudes eram muitas e não percebendo,
Desisti de conquistar a liberdade dos pássaros,
Passei a simples espectador só e sem amparos.

VIDA HÁ SÓ UMA

Quando penso na minha vida, sinto, vejo
Que a vida passa depressa e só há uma.
Má sorte minha por aquilo que prevejo,
De bom e mau, mergulhado na penumbra.

Palavras e ideias cruzadas, sem tradução,
Não me oferecem garantias para o futuro,
Apenas dúvidas, má e manifesta confusão,
Da vida que é só uma e me deixa imaturo.

Vou no meu canto aguardar por notícias
Que tardam em chegar, enquanto a vida
Que é só uma não me for bem sucedida.

Até aos meus últimos e derradeiros dias
Viverei imbuído de mil sonhos e ilusões
Mesmo que não venha a tirar conclusões.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O ADEUS A CABINDA

Está na hora da partida, digo-te Adeus.
Jamais quero que seja por muito tempo.
Agarrarei tua mão entre os dedos meus,
Que a memória seja um bom momento.

Vou recordar com saudades o teu calor,
Abraços e lágrimas por nós partilhados,
Prometo guardar comigo o nosso amor,
Evitando que seja por outros roubado.

O Adeus não será para sempre, espero,
Conto voltar, ver-te e poder abraçar-te,
Com paixão e fervor conseguir beijar-te.

Aguardo esse momento em desespero.
Quando nossas mãos voltarmos a unir,
Não mais junto de mim te deixarei fugir.

LUGARES DE CULTO

Os meus lugares de culto foram muitos,
Variados e respeitados, tão apreciados,
Que tenho rancor de quem os destruiu.
Serão na Terra p’la providência julgados.

Do mercado à igreja passando pelos jardins,
Dos largos e acácias, de flores coloridas,
Das casas coloniais às praias sem confins.
Das roças e feitorias no interior erguidas.

Pouco ou nada já existe, pelo tempo perdido,
Património único e insubstituível, adorado,
Tal como a Terra foi afrontado e maltratado.

O pouco que restou foi cobiçado e apreendido,
Pelos malfeitores que de tudo se apoderaram,
Expulsando os donos do património que criaram.

O MEU VERDADEIRO PATRIMÓNIO

O meu verdadeiro património é humano,
Património que o tempo nunca apagará.
Seu nome universal é único, é Serrano,
E no sangue e na carne ele perdurará.

É tão valioso o meu douto património,
Que ódios e invejas lançam desafios,
Para o destruir no difícil promontório,
Que tem de atravessar com martírios.

Descobri enfim a minha maior riqueza,
Na cor da pele e nos seus sentimentos,
Tudo vencendo com muitos tormentos.

Sinto orgulho dos valores e sua pureza,
O cunho incalculável do meu património,
Perdurará, vencendo eventual demónio

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

TERRAS DE ÁFRICA

As terras de África tão variadas e imensas,
São de um encantamento e beleza sem igual,
Elas com seu feitiço nos prendem às lianas
De seus sabores, cheiros e vastas savanas.

As terras de África ciosas de belas mulheres,
Com seus panos coloridos e cabelo entrançado,
Seu filho às costas colado e bem resguardado,
Viva prova da pureza de sentimentos e saberes.

Quanto mais conheço África, mais desejo aprender,
Desvendar os seus profundos e exóticos mistérios,
Guardados por tradições e velhos sobas severos,

Espero voltar a África para deferências merecer,
A minha família e amigos poder abraçar e beijar,
E o fim da vida, com o dever cumprido, aguardar.

O MÉRITO DA MINHA IDADE

Ter idade é pertencer aos vivos com história,
Não ter cabelo ou tê-lo como um manto branco.
Ter atitudes correctas para alcançar a vitória.

Ter idade é saber o que quis e que ainda quero,
Estimar-me a mim próprio, respeitar o meu irmão,
Viver a vida todos os dias com a mesma ambição.

Ter idade é valorizar o meu património humano,
Transmitir-lhe valores e tradições familiares,
Boa educação, instrução abundante e saber amar.

Ter idade é ter sabedoria e dom para ensinar,
Merecer o respeito e saber a todos respeitar,
Coisas boas da vida contemplar e compartilhar.

Ter idade é ser paciente e muito saber esperar,
Ter consciência que a vida é para viver e durar,
Mesmo que alguma doença ou ofensa me atormentar.

Ter idade é fazer parte deste Mundo maravilhoso,
Que Deus me ofertou para dele desfrutar e cuidar,
Que a humanidade não acatou e tornou doloroso.