sábado, 30 de junho de 2012

PENSAR E DIVAGAR


É tão bom divagar, passar o tempo a pensar,
Guardar com muito carinho ilusões,
Dentro dos nossos corações.

Retratos bem vivos da nossa feliz infância,
Que não mais se repetem com alegria,
É tudo quanto já previa.

Hoje vivo outra vida, outra actual realidade,
Tudo acontece com a minha vontade,
Resta-me apenas a saudade.

Vivo para mim e para a minha ampla família,
Que vi crescer com viva surpresa,
Gente bonita de rara beleza.

A família continua a surpreender e a crescer,
Já vai em sete netos e cinco bisnetos
Com troca de intensos afectos.

É esta família que me dá a exigida coragem,
Para ateimar viver muitos mais anos,
Sem sentir os maus danos.

De mãos dadas e o bom tempo poder usufruir,
Vou continuar a pensar e a divagar,
Para o fim da vida gozar.






VOU ME CALAR


Vou me calar se conseguir ser mudo,
Considero ser uma medida urgente,
Falar demais tornou-se um absurdo,
Ninguém dá atenção à minha mente.

Guardarei para mim tudo e não digo
O que sinto, pensei e já não penso,
É perigoso falar demais, terei juízo,
Vou fazer os possíveis, não me tento.

Fui demasiado sincero, minha ilusão,
Abri meu livro para toda a gente ler,
Achei que passaram a leitura temer.

Passei a escrever com mais atenção,
Mais recatado e apenas para eu reler
Tudo o que o meu coração faz saber.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O RIBEIRO, OS CARVALHOS E A CASA DE GRANITO


À beira daquela casa de pedra de granito,
Corria veloz, um ribeiro de água cristalina,
Por entre carvalhos, murmúrios e um grito
De liberdade, dia soalheiro, virgem magia.

Espreguiçava meu corpo e minhas ideias
Arrumando, sob os carvalhos, eu sonhava.
Lia livros e nas suas entrelinhas imaginava
À minha terra logo regressar, sem teias.

De regresso às aulas, retomava os estudos,
Com mais vontade e muito ânimo, estudava,
Tudo que de melhor para mim ambicionava.

Guardei até hoje, com saudades e soluços,
A memória daquele ribeiro, dos carvalhos
E da casa, de bons momentos desfrutados.


quarta-feira, 27 de junho de 2012

GAIVOTA DE LISBOA


Uma gaivota veio ter comigo, trazia no bico,
Uma terna mensagem das sereias do Tejo,
Que me despertaram lembranças e o desejo,
De festejar o Santo António com manjerico.

A gaivota não me deixou, sem eu lhe falar,
Quis que eu desse resposta à mensagem,
Que Lisboa esperava receber para avaliar
Se eu estava enamorado e tinha coragem.

Respondi que Lisboa era meu maior amor.
Que nunca a esqueceria e sentia ciúmes
De quem perto vivia, com seus perfumes.

A gaivota levou no bico a resposta de dor,
Que continuava a me atormentar sem dó,
Por viver tão longe, desgostoso e tão só.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

NÃO SOU DAQUI MAS...


Não sou daqui, mas gosto de cá estar,
Esta é a terra de adopção, o meu lar.
Cresceu e nasceu aqui minha família,
Com momentos de tristeza e alegria.

Tenho o coração dividido por bonitas
Terras, Cabinda e Tomar, que estimo,
Eu e a minha família somos eremitas,
Gostamos de aqui estar, nosso mimo.

Só troco esta terra pela da nascença,
Quando isso me for então permitido,
Pelos poderes que me têm excluído.

Não vou abdicar dessa minha crença,
Insistirei para que seja recompensado,
De ter sido esquecido, tão maltratado.

MEUS OLHOS MINHA ALMA


São os meus olhos a minha genuína alma,
É com meu olhar que soletro os enigmas
Que leio na mão no centro da minha palma,
Como incógnitas e verdadeiros paradigmas.

Bem-haja os meus olhos, a minha boa vista,
Para ver e observar tudo o que me acontece,
E a minha alma me revelar a traiçoeira pista
Que surgir, para poder escapar a uma peste.

É com meus olhos e a minha alma, a vida
Com que sobrevivo e enfrento os perigos
Traiçoeiros que me lançam meus inimigos.

É com meus olhos e minha alma protegida
Que estarei atento aos golpes desferidos,
Para evitar que os planos sejam atingidos.

sábado, 23 de junho de 2012

AS GERAÇÕES DA MINHA VIDA


Este soneto é de homenagem a todas
as gerações da minha família, perso-
nificada pela última geração, dos
meus 5 bisnetos, enriquecida com o
recém nascido Guilherme.

Seis gerações passaram pela minha vida,
Que meu sangue herdou e geneticamente
Transferi aos meus herdeiros, a prometida
Identidade por mim herdada e consistente.

Conheci meus avós, meus pais, nasceram
Meus filhos, netos e bisnetos, vi a alvorada
Dos muitos dias que vivi e me concederam,
Alegrias e tristezas, minha vida abençoada.

Segui princípios e conselhos de meus pais,
Construí a minha vida com alicerces fortes,
Confiei no futuro e nos supostos suportes.

Quando minha vida me sorria, foram fatais
Invejas e ambições dos muitos predadores,
Ao me usurparem meus bens, com dores.


CAMINHOS FLORIDOS


Percorri caminhos floridos e sem fim
Fui parar a campos de rosas e jasmim,
Flores silvestres variadas e de bons
Tons que a Natureza me deu com sons.

Colhi flores para adornar meus jarros,
Arrumados nas salas da minha protegida
Casa, com que sonhei, por mim revivida,
Em sonos soltos muitas vezes recordados.

Os caminhos eram floridos e de surpresas
Que eu jamais imaginara poder encontrar,
No meio de arbustos com espinhos a picar.

Eliminei as ervas daninhas e tristezas,
Colhi as flores bonitas para minha casa.
Adornando meu lar com a porta trancada.


VIRA QUE VIRA A MINHA VIDA


Vira que vira, a vida virou do avesso,
É diferente daquilo que eu penso
Vida que eu sustento.

Aprendi a dar voltas à vida, a virar,
A vida não é fácil de suportar,
Aprendi com ela a amar.

Dei muitas voltas à vida, sem nunca temer,
Meu futuro, minha herança comprometer,
Por muito confiar e oferecer.

O vira da minha vida deu voltas inesperadas,
Voltas e mais voltas desencontradas,
Com dificuldade suportadas.

Quando quis virar a vida, já era bem tarde,
Fui confrontado com gente cobarde,
Que me privou da legalidade.

Vira que vira, tanto dá à direita ou à esquerda,
Não vale a pena virar com ligeireza,
A vida virada é uma surpresa.

Desisti de virar a vida de uma vez para sempre,
Ela não nos dá nada de interessante,
A desilusão é permanente.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

TELENOVELAS


Histórias reais da vida que nos tocam,
Como vivêssemos tudo o que vemos,
E que a todo o momento saberemos,
O final das histórias que nos chocam.

Encarnamos as figuras dos episódios,
Como se fossemos seus intérpretes,
Passamos por vítimas e muitos ódios,
De quem nos trata mal, como aríetes.

O fim das novelas é muito imprevisível,
Nunca termina como mais desejamos,
Algumas das vezes com fortes danos.

As novelas são parte da vida sensível,
Que nós vivemos a meio da turbulência,
Sendo crucificados da nossa inocência.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

NÃO SEI PORQUE GOSTO DE TI


Não sei porque gosto de ti e não desisto,
Não encontro explicação e mais insisto
Em gostar de ti, mesmo que tu ignores,
Implorando para os teus beijos, me dares.

Não sei porque gosto de ti, dá-me beijos,
Abraça-me e aperta-me junto ao teu corpo,
Deixa sentir o arfar dos teus belos peitos,
Acariciar teus cabelos, beijar teu pescoço.

Porque gosto tanto de ti, não vou desistir,
Seguir-te-ei para onde fores, sem receios,
Malgrado para te seguir não tenha meios.

Tenho esperanças de ainda te vir possuir,
Quando tu achares que também me amas,
E que aceitarás o meu amor e me estimas.

CAVALEIROS DA NOITE


Com blusões negros de pele e dourados ornamentos,
Surgiram de repente cavaleiros da noite, nas motas,
Com motores ruidosos, quebrando, a horas mortas,
O silêncio que imperava naqueles únicos momentos.

O gentio que já há horas passava por sono profundo,
Saltou dos leitos, adormecidos e bastante revoltados,
Sentiam-se insultados e traiçoeiramente mal tratados,
Por gente estranha, que parecia vir do outro Mundo.

Acordei sobressaltado deste meu profundo pesadelo,
Afinal tinha sido uma visão irreal dum negro quadro
Que pintara com minha mente, no chão do meu adro.

Tudo que imaginara podia ser verdade, tenho medo.
Não estou livre que se converta em triste realidade,
Num dia em que acordar com maldosa adversidade.


terça-feira, 19 de junho de 2012

GINGUBA COM BANANA E BRINCADEIRAS


Ginguba com banana é bom, é como eu gosto,
É hábito que adquiri em garoto,
Como é suposto.

Ginguba no bolso, banana descascada na mão,
Era o meu lanche, a minha delicia,
Como uma rebeldia.

Partilhava do meu lanche com os meus amigos,
Nas tardes, quando nos juntávamos,
Juntos festejávamos.

Meus pais não apreciavam minhas brincadeiras,
Porque eu passava das marcas,
Com as minhas trapaças.

Eu fugia aos castigos, esgueirando-me para a praia,
Onde tomava banhos de calções,
Com más acções.

Outras vezes, o lanche servia para um jogo de bola,
Com uma bola de trapos que rolava,
Quando se chutava.

Disputávamos jogos de futebol entre grupos de amigos,
Esquecíamos as horas do recolher,
Fugindo ao dever.

Desse tempo ficaram boas recordações das brincadeiras,
Entre os amigos de todas as raças,
Com boas chalaças.

Gostava de hoje repetir todos os episódios por mim vividos,
Com os mesmos meus bons amigos,
Se ainda sobrevivos.
 

O BARCO DAS ILUSÕES


Entrei num barco de ilusões, sem destino.
Atravessámos oceanos com tempestades,
Venci o medo, encarei minha vida com tino,
Ficaram-me belas recordações e saudades.

Minha viagem terminou então em bom porto,
Não houve passagem de regresso desejado,
Forças adversas acharam que estava morto,
Ficaram com os meus bens, como planeado.

A vontade não esmoreceu de voltar à origem,
Ainda eu consegui por duas vezes regressar,
Embora as visitas fossem más para suportar.

As desilusões sofridas foram uma vertigem
Que me deixou abalado, mas ainda crente,
Na justiça de Deus que irá estar presente.




segunda-feira, 18 de junho de 2012

NOITE DE LUAR


É noite de lua nova, é noite de luar,
Sombras em movimento anónimas,
Passam na minha rua, silenciosas,
À procura de alguém para namorar.

À luz da lua, procuram os caminhos
Que lhes falta percorrer na sua vida,
Não querem ficar a viver sozinhos,
Precisam de amor e boa companhia.

Tateiam o chão que pisam, errantes,
Espreitam às esquinas, desconfiados,
Ficam com os espíritos atormentados.

Nada descobrem, ficam expectantes,
A vida continua traiçoeira e secreta,
Chegam à conclusão que é uma treta.



sábado, 16 de junho de 2012

O DIA NÃO ACABA AMANHÃ


O sol despontou brilhante e quente no horizonte,
Pareceu querer indicar-me o caminho do futuro,
Mostrou-me que ainda existe algures um monte,
Para subir até ao cume, e assim trepar o muro.

Deu-me esperanças de mais um dia vir a viver,
Para assistir à Paz entre as pessoas, os animais
E a natureza, que sempre ambicionei poder ver,
Com harmonia, justiça e laços de união normais.

O dia não vai acabar amanhã, vai sim recomeçar,
Vai dar-me mais uma oportunidade a não perder,
Que vou agarrar entre as minhas mãos até morrer.

Caminharei o caminho que falta sem me lamentar,
Darei as mãos à minha família, para não tropeçar,
Evitando cair nalgum buraco que alguém me armar.


DESFRUTAR DO SILêNCIO


É confortável e apaziguador para o meu ego,
Desfrutar do silêncio que se apossou de mim,
Afastado dos rumores, das calúnias e do eco,
Das más notícias que me chegam,  sem fim.

Quanto maior silêncio, mais desejo estar só,
Para poder recordar as coisas boas que vivi,
Esquecendo as más que não desejei e sofri,
E todas as outras que magoam e metem dó.

Não mais ouvi rádio, vi televisão, li os jornais,
Isolei-me do Mundo por não o poder suportar,
Não quiz correr o risco para sempre me fartar.

Ainda quero viver saudável, muitos anos mais,
Esquecido de tudo quanto de tão mau me rodeia,
Acompanhado da família que mantenho na ideia.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

PÁGINAS NEGRAS E EM BRANCO


No meu livro de memórias, tenho páginas em branco,
Para escrever episódios do futuro,
Quando mais maduro.

Das páginas negras escritas, muito ficou por descrever,
Fiquei sem qualquer motivação,
E sem reacção.

Todo este tempo tentei recordar todos os momentos,
Que passei na minha Santa Terra,
De quem desespera.

Voltei aos meus lugares dos bons tempos de menino,
Meus olhos ficaram marejados de lágrimas,
Parecia ver fantasmas.

Nunca imaginei que os homens fossem tão diferentes,
Uns muito ambiciosos, outros resignados,
Estes enganados.

Nada neste Mundo demove os senhores bem instalados,
A compartilharem seus haveres, seus direitos,
Meus sonhos desfeitos.

É a lei da vida que traça o futuro de todos os homens,
Deixando uns na miséria, outros na opulência,
Sem qualquer decência.

Por muito que se pense como alterar a actual situação,
Nada se descobre no nosso íntimo,
Perdemos o ritmo.

Resignados continuamos a viver, a sonhar e a projectar,
Sabendo de antemão que são esforços
À nascença mortos.

Sem mais para dizer, termino,
Para evitar vir a perder o tino.
R.S.





LISBOA ANTIGA MAIS UMA VEZ


Lisboa, como gosto tanto, tanto de ti,
Desde o primeiro dia que te conheci.
Dos teus bairros tradicionais e vivos,
Não esquecerei tuas virtudes e vícios.

Recordo com a maior das saudades,
A animação das ruas, das calçadas,
Dos jardins, praças, becos e vielas,
Das águas do Tejo correndo, belas.

Não me esqueço dos muitos pregões,
Que pela manhã com gosto eu ouvia,
Como se fossem cantares de cotovia.

Vozes que nos causavam sensações,
E nos transmitiam estranhos arrepios,
Ao escutar o chilrear dos passarinhos,






domingo, 10 de junho de 2012

VIVER COM SILÊNCIO E COISAS


Passo ante passo, circulo pela minha casa,
Só sinto os meus passos que me silenciava,
Vejo e revejo quanto me aviva a memória,
De tudo que sobrou, minha breve história.

Fotos, objectos, livros e muito mais coisas,
É tudo que me resta da minha breve vida,
De trabalho intenso, de sacrifício e fé traída,
Nada mais encontro nas minhas pesquisas.

Para viver com fé, esperança e com futuro,
Não sinto a falta da abundância de outrora,
Coisa que com coragem perdi e deitei fora.

Sei que hoje me sinto mais sério e maduro,
Dou mais valor às carências dos anónimos,
Que parece viverem em reais manicómios.




quinta-feira, 7 de junho de 2012

CIDADE LUMINOSA


Vejo ao longe uma cidade cheia de luz,
Não a quero conhecer, nada me seduz.
Duvido de tanta luz, meu olhar me sela,
Como se estivesse preso a uma trela.

Convite me foi feito para visitar a cidade,
Acabei por aceder, descobri o caminho,
Desejo meu foi poder matar a saudade,
Receber o que há muito queria, carinho.

Tantos anos passados, muito mais velho,
Fui tratado com respeito, de meu paisinho,
Revisitei amigos e familiares bem juntinho.

Foi sonho que se apagou como aparelho
Que se desligou da corrente de repente,
E que me deixou triste e mais descrente.


RATOS E RATOEIRAS


Os ratos são expertos, fogem das ratoeiras,
Raramente ficam prisioneiros,
São matreiros.

Vejo todos dias ratos, perigosos ratoneiros,
A roubar o que não lhes pertence,
Acção demente.

Fui vítima da afronta dos ratos que roubaram
Tudo o que eu tinha de direito,
Fiquei sem jeito.

Sei onde esses ratos estão há muito, escondidos,
Para promoverem novo roubo,
Grande sufoco.

Os malditos ratos escapam manhosos, às ratoeiras,
Não correm o risco de fazer asneiras,
Sagazes trapaceiras.

Os poucos ratos apanhados e presos nas ratoeiras,
Acabam por ser de imediato, soltos,
Interesses envoltos.

Nunca os ratos serão para sempre punidos e presos,
Continuarão a roubar e a fugir,
Com a vida a sorrir.

Todas as vítimas dos roubos cometidos pelos ratos,
Cada vez serão bastantes e mais pobres,
De sentimentos nobres.

Às vítimas não faltarão esperanças de haver justiça,
Que venha a punir os criminosos ratos,
Cujos actos foram insensatos.

AS PEDRAS DA CALÇADA


A pedra rolou na calçada, foi parar à berma,
Alguém lhe deu um pontapé por brincadeira,
Não se lembrou que a calçada sem a pedra,
Retira à calçada toda a sua artística beleza.

Há muitas calçadas sem as pedras, perdidas,
Que procuram outras calçadas mais amigas,
Para nelas se poderem encaixar e contribuir
Para a sua maior beleza e para a vida sorrir.

As calçadas que eu com sacrifício construí,
Depois de muitos anos de intenso trabalho,
Ficaram como são as cartas fora do baralho.

Fiquei sem as pedras, sem elas muito sofri,
Vejo-as à distância, trocando beijos, afectos,
Com a esperança de reaver filhos dilectos.


domingo, 3 de junho de 2012

HELENA A SEREIA DO BRASIL


Veio ao meu encontro a Helena,
Não de Tróia mas do Brasil.
Silhueta e voz sedutoras,
Mensageira meiga e serena,
Sereia que do mar emergiu,
Me trouxe palavras mouras.

Passei a viver momentos de sonho,
Enternecido por afectos e carícias,
Confiado fiquei da sua sinceridade.
Acabei solitário e tristonho,
Surpreendido por acções malefícias,
Ficando em desespero e ansiedade.

Tentei por palavras e queixumes,
Saber das razões da minha sereia,
Não me escutou nem respondeu,
Me castigou com seus azedumes.
Me deu muita dor e grande tristeza,
Se esqueceu de quem tanto sofreu.
 



SE EU PUDESSE PARAR O MUNDO


Se eu pudesse mandava parar o Mundo,
Para as pessoas também pararem
E se interrogarem.

Só que eu não sou o senhor do Mundo,
Sou um simples ser humano
De nome Serrano.

Para ter algum poder deveria defender
Os meus melhores princípios,
Para evitar precipícios.

O mundo gira sem controlo e sem rumo,
Está à beira da total destruição,
Sem salvação.

Quanto mais a ciência no tempo progredir,
Mais contaminada ficará a Terra,
Com punição severa.

Como não me é possível fazer o Mundo parar,
Terei de para outro Mundo migrar,
Sem me lamentar.

Como não tenho meios, nem nenhuma nave,
Irei dentro de um caixão blindado,
Depois de mumificado.

Esta é a minha cruel perspectiva do Mundo,
Quando já não tiver salvação,
E não houver motivação.

LARA


Vieste ao meu encontro, Lara,
De Três Corações, do Brasil,
Mensageira, minha beleza rara,
Me trouxeste juventude subtil.

Enfeitiçado pelo teu encanto,
Juntei o meu coração ao teu,
Cinco corações agora canto,
Não sou mais quem sofreu.

Agora que por fim te encontrei,
Quero chegar até ti em breve,
Se a sorte me levar bem leve.

Desejo ensinar-te o que eu sei,
Aprender tudo o que tu sabes,
Podermos voar como as aves.