quinta-feira, 30 de agosto de 2012

FALSO AMOR


Porque é que me mentiste, se te quero tanto,
Nunca te fiz mal e tu só me provocaste danos,
Foi vingança, copiando a maldade dos tiranos
Ou me enganas com mentira e tal desencanto.

Porque é que mentiste, se sempre te dei tudo,
Mimos, carinhos, beijos e prendas, com amor.
Defendi-te e enfrentei inimigos vis, sem temor,
Passei vezes sem conta por parvo e por surdo.

Depois de muito te estudar e procurar entender,
Não consegui decifrar teu tão mau pensamento,
Fazendo-me mal, servindo-te do meu sustento.

Passei a vida dando-te meu real amor, a sofrer,
Sem nada receber em troca e sem eu suportar,
Aquilo que sentia que era o teu forte palpitar.







BENDITA ÁGUA


Vejo mares, vejo rios, vejo lagos, é tudo água,
Fui batizado com ela, bebo dela, lavo-me nela,
A água é fonte da vida, é pura e muito singela,
Purifica o corpo, mata a sede, não tem mácula.

Na água navegaram as naus das descobertas
Que encontraram novos povos e civilizações.
Com a água se desvendaram as explicações
De que a humanidade tinha ideias desertas.

Foi na água que eu dei as minhas braçadas,
E aprendi a flutuar, para a vida eu suportar,
Sem queixumes e na vida eu poder singrar.

A água deu-me saúde e ideias imaculadas,
Que permitiram erigir meu vasto património,
Embora vir a ser dele privado pelo demónio.





segunda-feira, 27 de agosto de 2012

DANÇARINOS NOTURNOS


Aos saltinhos aos saltinhos, entram na dança,
Rodopiando para a esquerda e para a direita,
Dançam noite dentro, até que o Sol espreita,
Tão cansados estão que termina a festança.

Passam as noites a dançar, tal é o seu vício,
Que se esquecem das horas e do descanso,
Preferem passar por momentos, de bulício,
Do que interromper a dança e o seu remanso.

Quando termina o baile, na alvorada do dia,
Os pares deixam o baile, regressam a casa,
Atiram-se para cima da cama, perdem a asa.

Entram em sono profundo como uma melodia
Que toca horas seguidas, como disco riscado,
Até ficar sem corda e acabar por ser quebrado.

sábado, 25 de agosto de 2012

NATUREZA REVOLTADA


O céu escureceu bruscamente, o tempo arrefeceu,
A água caiu copiosamente, os raios faiscaram,
Os terrenos se alagaram, os bichos se mudaram,
Os homens se acobardaram e tudo se esqueceu.

Era a natureza revoltada contra a humanidade,
Cansada que estava de ser bastante maltratada,
Arrancou árvores, derrubou casas e atraiçoada,
Vinga-se em pessoas que lançou na eternidade.

Este é o Mundo em que se vive sem confirmar,
Ao esquecer perigos constantes que provocamos,
Laços de união e convivência que desprezamos.

O tempo melhora por pouco tempo para enganar,
Retoma a sua ferocidade contra seus inimigos,
Sem dar como terminados os muitos objectivos.



O CERTO PELO INCERTO


Não tenhas pressa em morrer, porque o Além
É desconhecido. Não sabes porquê e quando,
O que lá vais encontrar, mesmo tu sonhando,
Não é como a vida na terra, fica para teu bem.

Não troques o certo pelo incerto, que aqui tens,
Mesmo sofrendo como sofres, não vale a pena
Pensares em morrer para te tornares mecenas,
Sabendo aqui quem tu és e lá saíres de cena.

Cá na terra já conheces os principais inimigos,
Sabes o modo mais próprio de com eles lidar,
Para a tua vida defenderes sem te prejudicar.

Escolhe o certo pelo incerto, opta por desafios
Que te garantam o futuro por mais uns anos,
Sem sofreres na terra muitos maiores danos.







POESIA BIOLÓGICA


A poesia é a essência da minha longa vida,
Brota em mim espontânea, viva e biológica,
Inspira temas reais com muita expectativa,
Que eu canto com a minha criação e lógica.

Nas palavras que surgem sós e espontâneas,
Há mensagens curtas de verdade e realismo,
Que eu guardo e assimilo sem algum egoísmo,
Para as trabalhar e publicar como filigranas.

As palavras passam a minhas admiradoras,
E eu trato-as como minhas únicas amantes.
Para me inspirarem versos reais e brilhantes.

A minha poesia é biológica, merece honras,
Sabe bem a quem a consome, que a repete,
Porque o seu consumo diário lhe apetece.



sexta-feira, 24 de agosto de 2012

VIDA HÁ SÓ UMA


Quando penso na minha vida, sinto, vejo
Que a vida passa depressa e só há uma.
Má sorte minha por aquilo que prevejo,
De bom e mau, mergulhado na penumbra.

Palavras e ideias cruzadas, sem tradução,
Não me oferecem garantias para o futuro,
Apenas dúvidas, má e manifesta confusão,
Da vida que é só uma e me deixa imaturo.

Vou no meu canto aguardar por notícias
Que tardam em chegar, enquanto a vida
Que é só uma não me for bem sucedida.

Até aos meus últimos e derradeiros dias
Viverei imbuído de mil sonhos e ilusões
Mesmo que não venha a tirar conclusões.





HOMENS E MULHERES


Homens e mulheres nem sempre se entendem,
Quando se apaixonam, só vêm mútuas virtudes,
Encarando a vida cor-de-rosa com juventude.
Descobrem depois defeitos e se desentendem,

Discutem por tudo e por nada, não se toleram,
Apenas vêm erros em tudo, que jamais previam,
Os filhos tentam manter o bom que os uniram,
Evitando a separação definitiva que detestam.

Há homens e mulheres que nunca se entendem,
Por mais esforços que façam durante a vida,
Não querem tentar viver de maneira sofrida.

Depois de bastantes anos de eles se tolerarem,
Há homens e mulheres que ainda se perdoam,
E voltam a juntar-se como sempre se amaram.









quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O MEU PAPAGAIO BELCHIOR


Tenho um papagaio chamado Belchior, amigo,
Ele diz bom dia, boa tarde, boa noite e grasna,
Reclama por tudo e por nada, é uma boa sarna,
Torna-me a vida negra, com seu grande alarido.

Quer falar-me da sua terra que teve de deixar
Por os malfeitores terem derrubado a árvore
Que guardava o seu ninho bem alto, lá no ar,
Para se defender dos atentados e massacre.

Agora vive como um príncipe, tem o que quer,
Ri-se, brinca e mete-se comigo, com escárnio,
Por eu trabalhar muito, agastado, sem horário.


O que ele era na sua terra, não voltará a ser,
Pois já não o deixam a ela poder regressar,
Ficaram-lhe com tudo, sem poder recuperar.



segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A DOR QUE FICA DOS QUE PARTEM


Este soneto é de eterna homenagem aos
meus familiares e amigos já falecidos e
aos que receio ainda vir a perder.


É tão doloroso ver partir alguém para sempre,
Privados que ficamos do seu amigo convívio,
Deixarmos de o ver e conversar eternamente,
Perdido no tempo e no espaço, serenamente.

Fica-nos um vazio que não tem explicação,
De tão doloroso que nos dilacera o coração,
Não há remédio que cure tamanha doença,
Só partir também nos aliviará da tormenta.

Ando à busca de solução para os desgostos,
Que vou tendo ao longo da minha existência,
Com mortes dos meus familiares, vil ofensa.

Sinto e pressinto mais perdas, com remorsos
Por não poder evitar tão dolorosos desfechos,
Com mortes de mais entes a breves trechos.

A MINHA MAIOR RIQUEZA



A minha integridade, a minha palavra, a minha honra,
São a minha maior riqueza moral,
É normal.

O meu património familiar, a minha produção literária,
São a minha maior riqueza espiritual,
É natural.

Viver a vida sem egoísmo, sem ganância, sem ódio,
E sentir-me bem comigo próprio,
É a minha ambição.

Ser modesto, humilde, consensual e generoso,
São as minhas armas de defesa,
Sem fraqueza.

Não tenho coragem de atacar, nem ferir ninguém,
Tomo por cobardia tratar mal alguém,
É o meu lema.

Aconselhar e proteger a minha família dos inimigos,
Esquecendo a distância que nos separa,
Oportunidade rara.

Entrar na terceira idade com realismo e resignação,
Cuidando da saúde com muita atenção,
É minha ambição.

Ter uma morte santa, sem remorsos e sofrimento,
Rodeado dos meus familiares,
Sem tormento.

domingo, 19 de agosto de 2012

O MEU GALINHEIRO


No meu galinheiro não havia só galinhas,
Também havia galos, de diversas cores,
As galinhas tinham ciúmes dos amores,
Com os galos a utilizarem suas asinhas.

Quando as galinhas menos esperavam,
Eram pelos galos galadas, sem defesa,
E passado algum tempo ovos surgiam,
Depois de chocados com muita dureza.

Nasciam por fim os pintos que piavam
A pedir alimento às mães preocupadas
Pelo seu bem estar e vê-las poedeiras.

Passando a frangos, como esperavam,
São vendidos no mercado, para abate
E servidos à mesa de qualquer abade.



NOSSA SENHORA


És a estrela da minha vida que tomo por minha mãe,
É em ti que me revejo como exemplo de fazer o bem,
Vou ter contigo para aos teus pés com ardor eu orar,
E os meus pecados envergonhados poder confessar.

As três moedas que me devolveste das quatro velas,
Foram sinal que me deste para ser mais económico,
E preservar a minha vida, com as devidas cautelas,
Dos inimigos que me ameaçam de processo crónico.

Sendo tu Mãe de Jesus, és adorada pelos cristãos,
Que imploram a sua salvação, rezando perante ti,
Para expiar seus pecados, como os que eu cometi.

Jamais deixarei de rezar e pedir as tuas bênçãos,
Pois és a mãe que eu vejo em ti, tal como Jesus,
E poder também vir a ressuscitar da minha Cruz.




sábado, 18 de agosto de 2012

SER ORIGINAL



Ser original é pensar que temos o exclusivo
De qualquer coisa que inventámos, diferente,
Que pensamos alguém não conseguir descobrir,
Por ser original e fora de qualquer perigo,

Ser original parece real, mas não é normal,
É coisa que se inventa uma vez, e é efémero,
Tão de pressa é novidade, como é preterido,
Passando a vulgar e público o seu historial.

Deixei de ser original, por não valer a pena,
Era sempre imitado, ficava deveras frustrado,
Por ser descoberto e me achar muito limitado.

Ser original vai passar de moda, deixa a cena,
Porque passa tudo a ser imitado, por alguém
Que não tem ética e só a imitar se sente bem.



CANTAR PORTUGAL


Gostava de ter voz para cantar Portugal,
Os encantos das serras vales, ribeiros,
Rios, albufeiras, a sua beleza natural,
As gentes e regiões e os seus mistérios.

De norte a sul, de leste a oeste, é tudo
Surpreendente, deslumbrante e inédito,
Guarda a memória do guerreiro Viriato,
As conquistas de Afonso com fé e êxito.

Ser português, é ser um herói Universal,
Pertencer ao Mundo como descobridor
Doutras terras, missionário, desbravador.

O mar e os monumentos do nosso Portugal,
Acrescem meu desejo de cantar em voz alta,
O esplendor e muito encanto, doce cantata.
ce cantata.







sexta-feira, 17 de agosto de 2012

ABRAÇOS BEIJOS E SORRISOS



Seria bom vivermos com abraços, beijos e sorrisos,
Isso não acontece, vivemos uns dos outros distantes,
Em permanentes guerras, em confrontos aberrantes,
Ficamos mais cedo ou mais tarde sós e desiludidos.

Os abraços, beijos e sorrisos tornam a vida simples,
Dão ânimo para vencermos as muitas dificuldades,
Construindo o nosso futuro sobre base de verdades,
Sendo uns para com os outros sinceros e humildes.

Vou procurar dar e receber abraços, beijos e sorrisos
Para minha vida ser mais alegre e melhor sucedida,
Como para todos nós, Deus quer que seja merecida.

Com abraços, beijos e sorrisos rasgados e sinceros,
Vamos construir nosso futuro e dos descendentes
Para o fim da nossa vida não ser de descontentes.



ESPÍRITOS AUSENTES


Olho para as pessoas que passam por mim,
Vejo olhares perdidos algures, sem um fim,
Andam absorvidas com imprevistos da vida,
Sem saber que fazer para a tornar divertida.

Falo com elas, com seus espíritos ausentes,
Pois não me respondem, apenas gesticulam,
Parecem espíritos preocupados e tementes,
Errantes neste mundo, por onde deambulam.

Tento chamar os espíritos à realidade actual,
Não me escutam, andam perdidos e surdos,
Apenas emitem sons impróprios e absurdos.

Mais me convenço que o futuro vai ser fatal,
Para toda a humanidade que assim vegeta,
E que continuará ausente sem alguma ética.





quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A FONTE DA SERRA DA LOUSÃ



Fui àquela fonte beber água, sedento de sede,
A água é tão pura e fresca que apetece beber,
Dá saúde, amacia a pele e até nos faz crescer,
Não mais deixo de beber água daquela fonte.

A fonte é da Serra da Lousã e embora fria,
É saudável, aquece o coração e dá energia,
É das raras águas mais puras e cristalinas
Que aumentam resistências e adrenalinas.

A água da Lousã continua a ser selvagem,
Ignora a civilização que a quer explorar,
Mantem-se virgem e não quer namorar.

Rejeita propostas e qualquer abordagem,
Quer manter-se fiel à serra e à sua terra,
Defender o secretismo que a vida encerra.







DEPOIS DAS OLIMPÍADAS


Apagada a tocha das OLIMPIADAS de Londres,
Fica a memória dos jogos que nos encantaram,
Alegrias d'uns, tristezas d'outros, cruzaram
Suas mãos pela solidariedade, sem hecatombes.

Os homens em breve se vão esquecer de viver
Em comunhão de afectos e boa solidariedade,
E continuarão a ser egoístas, sem seriedade,
Lutando sem tréguas para conseguirem vencer.

Pena é os momentos de paz vividos nos jogos
Não serem vividos sempre, confraternizando,
De forma sólida, com o mesmo jogo, jogando,

Os homens só se preocuparão em atear fogos,
Para enriquecerem à custa de os extinguirem,
E as leis por eles criadas nunca os punirem.





terça-feira, 14 de agosto de 2012

TEMPO QUE JÁ NÃO É TEMPO


Tempo que já não é tempo, é o futuro sem tempo,
Não sei quanto tempo o tempo me vai convencer
A esperar pelo tempo com ânimo, sem esmorecer,
E não correndo o risco de qualquer contratempo.

O tempo que já passou foi enterrado com o passado
Agora o tempo presente, é outro que custa a passar,
Não é tempo claro, é confuso, é tempo de conspirar,
Não se sabe de quê e contra quem, é amaldiçoado.

Vou esperar pelo tempo passar, esquecendo o futuro,
O tempo saberá caminhar ao meu lado até lá chegar,
Quero chegar ao futuro com o tempo para me ajudar.

O tempo passado diz-me tudo, o presente é imaturo,
É falso, não me diz nada, o tempo futuro é duvidoso,
Não tenho pressa de chegar ao fim, tempo nebuloso.





segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A MANGUEIRA DO MEU QUINTAL


No quintal do meu casarão de madeira havia uma mangueira,
À volta dela brincava com os meus amigos,
Atirávamos pedras às mangas por brincadeira,
Ficando expostos a castigos.

Saboreávamos as doces mangas sem qualquer controle,
Os pássaros competiam connosco no jogo,
Mas acabavam por repartir as mangas,
Evitavam zangas.

Os morcegos armados em imperadores, eram vigilantes,
Pendurados nas ramagens pelos pés,
Levantavam marés.

Outros pássaros juntavam-se à festança do pinicar das mangas,
Deliciados com o sabor doce e suculento,
Seu sustento.

No confronto com esta bicharada, pela posse das mangas,
Eu saía derrotado, desmoralizado e vencido,
Bastante desiludido.





A RESPOSTA DA NATUREZA


A chuva cai intensamente,
O vento sopra fortemente,
O sol brilha incandescente,
O mar ondula barulhento,

Elementos com que a Natureza,
Vaidosamente e com subtileza,
Se defende do homem e da malvadeza,
Com que é tratada sem defesa.

A Natureza bastante revoltada,
Recorre à ajuda de forte nortada,
Para castigar, por ser maltratada,
E por na ordem gente mal comportada.

O homem nunca aprende, continua a reincidir,
Até novo ataque da natureza surgir,
E tudo o que resta poder destruir,
Obrigando o homem a deixar de mentir.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

EPICENTRO O MEU PRIMEIRO LIVRO


Epicentro é o livro da minha vida e da minha família,
Foi concebido durante setenta anos para nascer agora,
Com o cataclismo que abalou minha vida e me atingiu,
Causando-me danos irreversíveis, privado de afectos.
Que eu ultrapassei com muita coragem e sem desonra,
Com a minha obra, outro Mundo, outro futuro surgiu.

Depois dos meus filhos, netos e bisnetos, criei textos,
Com cada um dos meus versos e das minhas crónicas,
Para lhes transmitir minhas ideias e meus sentimentos,
Para reflexão e aprendizagem das verdades históricas,

O que fica aqui por dizer, poderá ser lido no meu livro,
Por todos que acharem valer a pena ler o que escrevi.
Foi tudo escrito com muita coragem, realismo e siso,
Com sobejo amor, o que escrevi foi para mim e para ti










OPORTUNIDADES PERIGOSAS


Aquela mulher tentou seduzir-me com seu sorriso,
Mas eu rejeitei para não tentar cometer adultério,
Aquele negócio obscuro que me fora oferecido,
Que eu não aceitei por ser ousado e um mistério.

Uma religião que tentaram impor para professar,
Mas que não passa de pura propaganda espiritual,
Achei que a minha religião eu não deveria trocar,
Pois Deus não me perdoaria e poderia levar a mal.

Um cargo político que um partido me propusera,
Corrupto e com uma agenda de propostas falsas,
Recusei por achar a carreira política de trapaças.

Oportunidades como estas não são uma quimera,
Terei que aguardar por propostas mais honestas,
Para a vida melhorar sem consequências funestas.



quarta-feira, 8 de agosto de 2012

É PROIBIDO AMAR


Amar é um desejo que não passa de pura ilusão,
Que nos dá prazer infindo, mas que é efémero,
Faz-nos sentir estranhas sensações no coração,
É um sentir que fere e dói, mas não será eterno.

Mesmo sofrendo, tentamos sobreviver, amando
Alguém ou alguma coisa que nos prenda à vida,
Pois a vida nunca faz sentido se não for sofrida,
Sabendo nós que o amor é uma pomba voando.

Sei que amo, mas não sou amado, é muito triste,
Mas não passo sem algo amar, mesmo invejado,
Simples visão, sentindo que meu amor é odiado.

Jamais vou deixar de amar o que a vida oferece,
Viver todas as formas de amar, que a vida é bela,
Coisas simples e ardentes que dependem dela.



terça-feira, 7 de agosto de 2012

AS ENCRUZILHADAS DA VIDA


Cruzam-se vidas em sucessivas encruzilhadas,
Vidas que vivem de ilusões de se conhecerem,
Ficando muita coisa para ainda esclarecerem,
O que se passou, para serem vidas falhadas.

Tantas vidas se cruzam com bastante rapidez,
Que não dão tempo para pensar nem articular
Um diálogo de afectos e possível convivência
Que dependerá sempre de imensa sensatez.

Depois de se cruzarem tantas vezes, a surpresa
Das vidas ficarem confusas e tão desorientadas,
Que não sabem o que fazer, apenas imaginadas.

Por as vidas se desencontrarem, resta a tristeza
Que nunca mais nos abandonará, se nada mudar,
Mas que temos ainda a esperança de transformar.







segunda-feira, 6 de agosto de 2012

AS ÁRVORES EXÓTICAS DA MINHA TERRA




Tenho saudades das árvores da minha terra,
Das que morreram e foram abatidas por erro
Humano. São joias verdejantes e muito belas,
Que dão vida à floresta, com punição severa,
De homens egoístas sem amor e sem esmero
Que as derrubam e as destroem sem regras.

As árvores da minha terra são os dormitórios,
Onde pássaros fazem seus cuidados ninhos,
As formigas se escondem e os repteis trepam,
Os seus protestos permanentes são inglórios,
Não impedem os homens de abrir caminhos,
Para se apossarem do que nunca mereceram.

Espero ainda um dia assistir ao repor da ordem
E da justiça nas árvores da minha bendita terra
Que nunca chegam a atingir a sua maioridade,
Que merecem Paz e sossego para renovarem
A flora da imensa floresta, ainda na actual era,
E se defenderem da agressiva desumanidade.











AS MINHAS IDEIAS


Tenho medo das minhas ideias
Que se desprenderam e andam no ar
A flutuar.

Deixei-as fugir para bem longe,
Já não consigo as agarrar,
E de as recuperar.

As minhas ideias eram brilhantes,
Construídas de sonhos de diamantes,
Que se perderam.

Alguém agarrou as minhas ideias
E descobriu os meus segredos,
Então escondidos.

As minhas ideias andam no ar,
Como balão que se desprendeu
E fugiu.

Espero as minhas ideias recuperar,
Quando delas eu me aproximar
Sem desanimar.





domingo, 5 de agosto de 2012

AO ENCONTRO DO FUTURO


Há muito, muito tempo que quero encontrar o futuro,
Depois do longo caminho percorrido não o encontrei,
Acho que o futuro me evitou, de mim se escondeu,
Para não me dar a felicidade que há muito procuro.

Bem trabalhei e lutei durante muitos e muitos anos,
Sempre à espera de encontrar o futuro ambicionado,
O sucesso foi efémero, pois o futuro foi-me negado,
Assim como os meus desejos e direitos recusados.

Enquanto tiver forças e a vida sorrir, não desistirei
De encontrar o futuro para com ele ajustar contas,
Pois o futuro tratou-me sempre de maneiras tontas.

Encontrei por fim o futuro, mas ainda não saberei
Se vai retribuir tudo quanto ele me ficou a dever,
O futuro continua a evitar-me e a fazer-me sofrer.







sexta-feira, 3 de agosto de 2012

SER ALGUÉM É NÃO SER NINGUÉM



Ser alguém é ter poder, ter dinheiro e viver na opulência
Numa corte de servidores subjugados,
Tristemente enjaulados.

Não ser ninguém é estar só e rodeado de mil carências.
Viver das sobras que alguém deita fora
A qualquer hora.

Vivem ambos no mesmo mundo, mas de costas voltadas,
Ser alguém domina tudo e quem é ninguém,
Por este não ter vintém.

Ser ninguém, é ser alguém que não pode ambicionar a ter,
Aquilo que alguém tem ilegitimamente,
Embora persistente.

Cada vez há mais ninguém que nunca conseguirá ser alguém,
Por não conseguir abrir caminhos fechados,
Muito menos atalhos.

Por ironia, ninguém é alguém sem ser à custa de tantos ninguém,
Que gravitam à sua volta para sobreviver,
Com receio de morrer.

Talvez um dia esses alguém que vegetam na terra por engano,
Sejam dominados por esses ninguém
Que os sustêm.

Então deixará um dia de existirem os alguém e os ninguém,
Por terem transgredido as leis da natureza,
E terem perdido a pureza.



ETERNAS ESPERANÇAS


Vivo em permanente estado de eternas esperanças
De desbravar o futuro em busca do meu bem estar,
Tudo o que passei foi cruel, sem eu poder protestar,
Tentarei conseguir que a minha vida sofra mudanças.

Enquanto viver terei eternas esperanças de desfrutar
D'uma vida normal, sem dificuldades e os sacrifícios
Que fizer sejam compensados com o prazer de amar
E da vida tirar o melhor dos seus grandes benefícios.

Recuperar meu património, reagrupar a minha família
Viver em Paz sem sobressaltos na minha Terra Natal,
É o que eu mais desejo, desmatando todo o capinzal.

Com meus amigos e a natureza, em perfeita sintonia,
Manterei intactas as eternas esperanças de ser feliz
Para o resto da minha vida, como sempre assim quis.











quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O SOL A TERRA E A LUA


O Sol, senhor poderoso da nossa constelação,
Aquece a Terra e a Lua, sem cobrar a factura,
Sem o Sol a Terra não teria vida, seria ilusão,
E a Lua não passaria do produto dum vulcão.

A Terra tornou-se egoísta e desperdiça o Sol,
Recusando toda a sua ajuda, tratando-o mal,
Enquanto que a Lua, calma e virgem, é o sal
Que tempera as noites da Terra e é seu farol.

O Sol está cansado e a perder a sua paciência,
Até ao dia em que a Terra deixar de merecer
A luz e o calor do Sol para não vir a arrefecer.

A Lua tem várias fases e a maior paciência
Para dosear a sua exposição ao Sol e à Terra,
E salvaguardar tudo o que seu corpo encerra.



quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O TELEFONE TOCA SEM PARAR


O telefone toca uma, duas e três vezes.
Não atendo.

Ficam muitas palavras no ar para dizer,
Sem entender.

Não quero ouvir, nem dizer coisas amargas,
De fazer doer.

Já sofri o suficiente para não ser imprudente,
Fico indiferente.

Toca outra vez o telefone, não quero atender,
Prefiro sofrer.

Vou fazer um esforço para não mais falar,
Sem chorar.

Fica-me apenas a sua imagem gravada,
No peito fechada.

Vai ser difícil viver sem ouvir a sua doce voz,
É demasiado atroz.

Resisto a uma vontade forte de o telefone ligar,
Prefiro pensar.

Nunca mais lhe falarei, chega de zangas e amuos,
Temos de ser sisudos





ESTOU Á TUA ESPERA


Continuo aqui eternamente à tua espera,
Não desisto, quero-te bem à minha beira,
A tua prolongada ausência me desespera,
Se não me procurares irei na tua esteira.

Prometeste vir ter comigo, mas em vão,
Não mais soube do teu actual paradeiro,
Aumentaste o palpitar do meu coração,
Receio que o teu amor seja passageiro.

Estou à tua espera, ansiando tua aparição
Para me abraçares, como bem fazias.
Vou estar à tua espera sempre, todos dias.

Esta vida só faz sentido com a tua atenção,
Quero viver os meus últimos dias contigo
Para não me sentir marginalizado e dorido.