quarta-feira, 31 de outubro de 2012

OS PASSARINHOS EXEMPLO DE VIDA




É belo ver nascer a luz do dia que entra pela janela,
Acordar mais uma vez ao chilrear dos passarinhos
Que saltam de ramo em ramo, meus bons vizinhos,
Alegres, inocentes e coloridos, pintados numa tela.

Passarinhos meus, minha lição de vida que aceito,
P'ra seguir seu exemplo, enfrentando minha sina.
Com esperança e coragem, descobrindo meu jeito
P'ra conseguir conquistar minha amada prometida.

Aprendi com meus passarinhos a fazer meu ninho,
Escondido, para não ser sem escrúpulos desfeito
Por gente invejosa que não tem o devido respeito.

O Sol se ergueu, viajou pelo espaço para o infinito,
Deixando-nos a noite para descansar e namorar,
No ninho que com minha amada iremos guardar.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

NAS ASAS D'UM ANJO




Nas asas d'um anjo alimentei sonhos de viajante,
Fui conhecer Mundo, com minha amiga adorada,
Com nossos sonhos alimentados há muitos anos,
Amando-nos sem limites, no limiar da alvorada.
Sentindo-me liberto como um cavaleiro andante,
Ao chegarmos a outros lugares menos tiranos.

Muito longe, bem longe, construímos nosso ninho,
Sentimo-nos no paraíso, desfrutando da natureza,
Juntinho à minha amada deixei de estar sozinho,
Tornei-me um senhor do Mundo, firme fortaleza.

As águas agitadas serenaram, amainou o tempo,
O Sol no horizonte raiou e os pássaros cruzaram
O céu, e a sua liberdade com alegria festejaram,
Com minha amada, estamos a viver num templo.
O templo da natureza e do paraíso contemplado
Por Deus, para vivermos em merecido sossego.










segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A NOSSA VIDA É COMO A FRUTA


Da árvore da tua família nasceste tu para a vida.
Cresceste, depois de graúda atiraram-te pedras
Para te derrubarem da árvore e te devorarem.
Deixaram de regar a tua árvore para de seguida,
Caíres ao chão desamparada e sem medrares,
E para de uma vez para sempre te sepultarem.

Abanaram a tua árvore com ferocidade, em vão,
Pois nem tanta violência te derrubou ao chão,
Conseguiste resistir ainda por muito mais tempo,
Até amadureceres o suficiente para te colherem.
Quando já te sentias madura, uma tempestade
Atirou-te ao chão, sem tu descobrires a verdade.

Depois de caíres, já amadurecida, não te ligaram
Passaram por ti, te chutaram e ainda te pisaram.
Mesmo madura e de bom aspecto, para sempre
Te esqueceram e contigo outras frutas caíram.
Tiveram a mesma sorte que tu as que te traíram
A tua vida sofreu mudança radical, de repente.



domingo, 28 de outubro de 2012

OUTONO E O CAIR DA FOLHA


Outono, estação curta da renovação.
Ao cair da folha causa a depressão,
A natureza amarelece com tristeza,
Não abdicando nunca da sua beleza.

O Outono provoca perigosas doenças,
Semeia pessimismos e copiosa chuva,
Mobiliza pessoas na apanha da uva,
E deixa muita gente sem esperanças.

Outono cinzento e chuvoso, é caseiro,
Retém as pessoas sem vontade e ação,
Não oferece garantias de progressão.

Com o cair da folha, torna-se useiro
E vezeiro em renovar a bela natureza
Com mais vida e acrescida fortaleza.

sábado, 27 de outubro de 2012

SINTO...



Porque tenho sentimentos e sou sensível,
Enquanto tiver vida, sinto tudo:
Sinto revolta pela crise,
Sinto repulsa pela corrupção,
Sinto ódio pelo criminoso,
Sinto antipatia pelos políticos,
Sinto aversão pela justiça,
Sinto falta de qualidade do ensino,
Sinto dores pela saúde,
Sinto inveja dos felizes,
Sinto pena dos infelizes,
Sinto gratidão a DEUS
Sinto adoração a NOSSA SENHORA,
Sinto a falta de meus pais,
Sinto saudades da minha terra,
Sinto amor pela família,
Sinto paixão pela vida,
Sinto ciúmes da minha amada,
Sinto respeito pelos meus professores,
Sinto obediência à autoridade,
Sinto receio dos falsos amigos,
Sinto piedade dos meus inimigos,
Sinto falta de ser amado,
Sinto escasso tempo para viver,
Sinto e pressinto o fim da vida,
Deixei de sentir,
Fiquei deprimido,
Passei a sentido.
Tornei-me empedernido.


POR VALES E SERRAS DE PORTUGAL



Na descoberta da natureza, sigo por vales e serras.
Fico fascinado com a paisagem a perder de vista,
Ouço água a correr pelas encostas, sigo a sua pista,
Ela é cristalina e segue seu destino, cobrindo terras.

Sou surpreendido por coelhos e perdizes a saltar,
Numa brincadeira serrana, com pássaros a voar,
Trinando cantigas de encantar, que pelos vales
Fazem eco, improvisando outros belos cantares.

Nos cumes das serras, as hélices eólicas girando,
Produzem energia p'ras muitas aldeias alimentar,
É um bem p'ra economia, fazendo o povo poupar.

Por serras e vales, a vida é saudável, convidando
A passeios pedestres para desfrutar de paisagens
Únicas, belas e deslumbrantes, eternas miragens.

MEMÓRIA D'UMA MULATA


Ele dirigiu-se para o quarto, ansioso
De ver aquele corpo esbelto e mulato.
A mulher deitada no leito, suspirava,
Desejosa de ser acariciada e beijada.
Perante tal visão d’um corpo formoso,
Ele rendeu-se ao seu encanto impoluto.

Ali no mato, onde há muito tempo vivia,
Nunca lhe aparecera mulher como aquela,
De beleza exótica, de pele bem macia,
Seus seios naturais, como duas maçãs,
Abriram-lhe a vontade d’uma mordidela,
Enganou-se, afinal eram simples romãs.

Mulher que era como fruta pouco madura,
Não queria ser consumida fora de tempo,
Pediu-lhe para ter paciência e esperar.
Ele permaneceu numa prolongada clausura,
Foi enganado, ele era apenas passatempo,
Desistindo para sempre da reencontrar.



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O MEU TEMPLO DE INQUIETAÇÕES



Do meu templo de inquietações, faço poemas de invocação,
Aos desprotegidos que vagueiam pelo Mundo,
Inseguros, sem corrimões de apoio,
Sem rumo e sem velas para os levar ao destino,
Que buscam para sua salvação.

Do meu templo de inquietações, faço poemas às mulheres,
Que os seus senhores dominam e humilham,
Obrigando-as à submissão e prostituição,
Como Marias à força violadas,
Sem qualquer contemplação.

Do meu templo de inquietações, dedico versos às crianças,
Que não têm comida, nem brinquedos,
Que perderam seus pais e vivem tristes,
Sem saber quem são, donde vieram e para onde vão,
Vivendo de pura ilusão.

Do meu templo de inquietações, faço versos de apelo aos políticos,
Para terem mais sensibilidade e bom senso,
Usando de mais verdade e seriedade,
E governarem com maturidade e competência,
Com o mínimo de decência.

Do meu templo de inquietações, com meus versos reclamo aos financeiros,
Para deixarem de explorar os remediados e pobres,
Repartindo as suas fortunas, pelos obreiros
Do seu património, com trabalho e sacrifícios,
Usando mil e um ofícios.

Do meu templo de inquietações, reservo aos meus familiares, os poemas
Que melhor escrevo para os convidar a aderir,
Ao meu projecto de recuperação da sociedade,
Corrigindo as mentalidades atrofiadas,
Para serem melhoradas.



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

AMOR DE VERÃO



Os cálidos dias de verão fazem-nos ruborescer as faces,
Ao nos envolvermos em longos abraços,
No banco de jardim.

Parecemos duas crianças entretidas, com jogos de amor,
Não vendo o perigo que corremos
Ao nos abraçarmos.

Passam os curiosos por nós, sem darmos disso conta,
Tão envolvidos estamos de amores,
Sentimo-nos nas nuvens.

O nosso amor é sazonal, dura durante todo o verão,
Desfrutamos das flores e do sol
Que nos encanta e excita.

Passamos dias e dias absorvidos pelo amor e tentação,
Esquecemos outros deveres adiados,
Só nos vemos e cremos em nós.

A vida jovem é feita de fantasias e sonhos desprevenidos,
Fazem-nos esquecer tudo e mais alguém,
Apenas vivemos o presente.



terça-feira, 23 de outubro de 2012

MARIANA



A Mariana que eu amei desertou para parte incerta,
Deixou as hostes do meu amor,
Fiquei com grande dor.

À Mariana me devotei, durante toda a minha vida,
Meu grande amor lhe dediquei,
Sei que fracassei.

Chamo Mariana à minha almofada, quando me deito,
Fico a imaginar, enganado, Mariana
Deitada no meu leito.

Imagino Mariana ao meu lado, envoltos em desejos,
Meus sonhos rosas com Mariana,
Passam por beijos.

Sei que esta Mariana nunca existiu nem existirá para mim,
Pertencerá a alguém que não a merece,
Amá-la-ei, até ao fim.



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

RIO FUBO ORGULHO DE CABINDA


Rio dos meus encantos que corres pela floresta,
Murmuras e cantas belas cantigas,
Ao deslizares alegre e cristalino,
Pelo leito de cascalho e areia fina,
Em que corpos de mulheres se banham sensuais
E seus filhos se purificam em murais
De rostos mimosos e sorrisos inocentes.

Rio Fubo que comigo brincaste e me deste alegria,
No teu ventre me acolhias,
Em dias solarengos e adocicados,
Pelos aromas da floresta,
Com o trinar dos pássaros de ti enamorados,
Que faziam uma festa.

Rio virgem de águas puras, quentes e tropicais
Nunca foste adulto, foste sempre criança,
Brincaste comigo e com mais meninos,
Nos melhores tempos da minha vida,
Em que tudo era esperança
E o futuro uma incerteza prometida.



domingo, 21 de outubro de 2012

MEU MUNDO


Meu Mundo, micro ponto do vasto Universo,
Eu te venero e te obedeço, na tua fiel missão,
De servir Deus, pastoreando com Sua bênção,
Toda a vida do meu Mundo, com teu sucesso.

Tu caminhas pelo Cosmos numa dúvida do fim,
Tal como eu na Terra, vagueio sem rumo certo,
Quero viver no meu Mundo como num jardim,
Em perfeita Paz com a natureza e em consenso.

Meu Mundo, não te quero perder, te ajudarei,
Mesmo que encontre barreiras para me travar
A defender a vida na terra para a poder gozar.

Continuarei a teu lado para tu impores a tua lei,
Que na terra deve imperar para tudo melhorar,
E o teu Mundo ser meu, enquanto aqui morar.



sábado, 20 de outubro de 2012

DO AMANHECER AO ANOITECER


Do amanhecer ao anoitecer, muito acontece,
Deixo os meus lençóis, preguiçoso, sonolento.
Passo a enfrentar o Mundo Ideal que sustento
Mas que me surpreende e me deixa em stress.

Começo o dia otimista, acabo o dia pessimista,
Perco coragem de enfrentar o dia que começa,
As minhas expectativas e desejos são uma lista
De casualidades que me dececionam depressa.

O tempo passa como um raio que o céu traçou,
Do amanhecer para a noite, nada me agradou,
Aconteceram coisas que me deixaram chocado.

Violências, traições, violações, fome e guerras,
Espero que terminem, com a matança das feras,
Para dormirmos tranquilos com sono dourado.







UMA PÁTRIA UMA FAMÍLIA


De Viriato a Afonso Henriques, foi criada uma Pátria
E uma família lusitana una, que ainda hoje sobrevive,
Expandindo seu território para além mar, por África
Brasil e Oriente, vivendo tempos de riqueza e crise.

Tudo o que conquistaram com a longa colonização,
Perderam por incompetência e com a globalização
Imposta pelos falsos países amigos e financeiros,
Que se tornaram de Portugal ilegítimos herdeiros.

Do legado dos nossos antepassados, resta a Pátria
E a Família lusitana que por se manter leal e unida,
Resiste com sacrifício à vil globalização constituída.

Tamanha crise irá perdurar por muitos anos, à revelia,
Por não haver governantes competentes e decididos
A alterar o curso da situação, arriscando ser banidos.

TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS


O técnico oficial de contas é o maior cobrador
De impostos do Estado, mas é menosprezado,
Não lhe sendo reconhecido o valor merecido,
Como profissional competente, de muito valor.

É o profissional que muito trabalha e recebe
Em troca críticas e humilhações, por ignorar
As exigências do cliente, a quem não cede,
Para, por viciações, menos impostos pagar.

O seu desgaste é muito intenso e permanente,
Sofre perturbações psíquicas muito profundas,
Acha-se por vezes envolvido em barafundas.

O técnico oficial de contas terá sempre por sina,
Cumprir com as ordens do cliente e do Estado
E obedecer ao imperativo da Ordem, emanado.






quinta-feira, 18 de outubro de 2012

ANA MOURA E ANA BOBONE & Cª.




Duas excelentes fadistas e duas belas mulheres
Que cantam bem o fado e encantam o universo
Dos aficionados da canção nacional, com verso
E música da guitarra, que contagiam prazeres.

Bobone e Moura são da nova geração do fado,
Valores nacionais e universais, que valorizam
No estrangeiro, a canção nacional, com o tato
E talento, apanágio da Amália, que acolheram.

Com fadistas como as duas jovens divas, o fado
Perdurará para sempre como Nosso Património
Universal e Imaterial sem ser triste nem solitário.

O fado será para as novas gerações um legado,
Que fadistas e guitarristas devem saber honrar,
Com novas letras e música cantadas a saborear.



ME DÓI


Me dói não seres minha,
Me dói eu não te pertencer,
Não sei o que devo fazer,
Para te acariciar
E teus lábios beijar.

Vou pedir aos deuses que me ajudem
A vires aos meus braços,
Para te possuir
E contigo curtir.

Me dói esperar por tempo sem fim,
Envolvido pelo nevoeiro da noite,
Com os lençóis frios
Da minha cama vazia.

Me dói pensar que nunca serás minha,
Por já pertenceres a outro,
Com a tua recusa,
Ficarei louco.




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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

SILÊNCIO A DOIS




Dois em silêncio, sem saber o que dizer,
Sentados nos sofás, lado a lado, mudos,
Mantêm silêncio em momentos absurdos,
Com o olhar fixo no televisor para ver.

Vivem do silêncio para o silêncio, sem
Interesse por aquilo que vêm, a que são
Indiferentes um e outro, em puro desdém
Para o diálogo inexistente para o serão.

Sustentam o silêncio que os mantem unos,
Há dezenas de anos a escolher palavras
Difíceis, por não serem das suas lavras.

O silêncio torna os dois também surdos,
Serve para mais os unir do que separar,
Foi hábito forçado adquirido a tolerar.



O MEU PORTO DE ABRIGO


Fujo da tempestade que aí vem, para evitar
Ser arrebatado pela voragem do fantasma
Da crise, das manifestações e do protestar.
O Estado está doente, precisa já de plasma.

Recolho ao meu porto de abrigo escondido
Na minha casa, para não ser perigosamente
Descoberto, e acabar por fim, ser agredido
Por gente perdida, que age agressivamente.

No meu porto de abrigo, assisto com tristeza,
Aos tumultos, agressões e muitas violências,
Sem me envolver em perigosas ocorrências.

O meu porto de abrigo, pequeno de grandeza,
Foi construído há trinta e sete anos, modesto,
Com ânimo, sem oportunidade para protesto.



O MEU JEITO


O meu jeito é muito meu, só eu sei
Lidar com ele e é com o meu jeito
Que escrevo minha poesia com êxito,
Para oferecer a meus amigos de lei.

É com meu jeito que eu me declarei
À minha amada, em momento de receio
Que não aceitasse ser seu parceiro,
Rejeitando meu pedido, como calculei.

É com meu jeito que vou ainda tratar
De assuntos pendentes que não esqueço
Por ainda ter energias, não esmoreço.

É com jeito meu que tento conquistar
O castelo cercado, da minha adorada,
Defendido por vala e por alta paliçada.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

AMAR É BELO E NÃO É PROIBIDO


Sei que amar não é proibido, mas não tenho
Ninguém para amar, apenas uma cadelinha,
Muito minha amiga, que me faz companhia,
Só lhe falta falar, cordial relação, mantenho.

A nossa amizade é forte e muito duradoura,
Damos passeios de manhã e ao fim da tarde,
Pelos jardins do nosso bairro, de meia hora,
Antes que o sol, no seu ocaso se apague.

Antes a companhia da minha amiga cadela,
Que me permite amar sem moeda de troca,
Do que alguém que agride e não se suporta.

Amar continua a não ser proibido, é balela,
É belo amar a natureza ou alguma mulher,
Por se sentir o amor verdadeiro florescer.


FALSIDADES



Palavra de sabor amargo, que pode envenenar,
Além de perigosa, problemas graves provocar,
Por ser difícil descodificar suas vãs mensagens
Misteriosas e com fins maliciosos de bobagens.

Sou vítima de muitas falsidades de muita gente,
Que me deixa dúvidas da sua acção decente
P'ra me prejudicar a favor dos seus interesses,
Sem escrúpulos e com fins pessoais dementes.

Protegido pela sorte da minha intuição, soletro
As mensagens falsas que me chegam secretas,
P'ra que ninguém as perceba como indiscretas.

Acabo por desmascarar as falsidades sem afecto,
Que me são dirigidas, mas que não me atingem,
Por eu as desviar e fazer com que se extinguem.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

OS VERSOS QUE OFEREÇO


Ofereço os meus versos aos amantes da poesia,
Não sou egoísta, não os guardo, quero oferecer
Os diversos versos do meu sentir e do meu viver
Para que todos se revejam neles, como merecia.

Ofereço os meus versos para transmitir sentires,
Versos construídos com dores e meu sentimento,
Como se fossem os golpes, feridas e cicatrizes.
Que o meu coração chorou com muito sofrimento.

Ofereço os meus versos que toda a vida escrevi,
Depois de os ter lido e relido antes de os publicar,
Para que fossem perfeitos sem ninguém enganar.

Ofereço os meus versos virgens tal como prometi,
Sem olhar a quem, pobres e ricos, para avaliarem
A pura verdade da vida e os leiam sem invejarem.

domingo, 14 de outubro de 2012

O MEU RELÓGIO DE PAREDE


Tenho um relógio de parede, parado no tempo,
Tal como eu parei quando sofri grave acidente
De viação, que me deixou assim tão indiferente,
Que nunca mais o pus a trabalhar, para sempre.

A vida depende do pêndulo que sobe e desce,
Tal o meu sobreviver do que tiver para comer,
Somos os dois dependentes do tempo a correr,
Sem tempo, sem vontade, nada me favorece.

Para a nossa vida não parar, terei o pêndulo
De levantar, e minha vida então encaminhar
Na melhor direção para liberdade conquistar.

Enquanto poder cuidar do relógio, eu tento,
Para não mais parar no tempo e eu renovar
Meu desejo de sobreviver feliz, sem falhar.




sábado, 13 de outubro de 2012

POVO DO MAR



No extremo ocidental da Europa, existe um povo,
O povo do Mar, que depois dos descobrimentos,
Se esqueceu que o mar, é há muito, seu vizinho,
E guarda no seu ventre riquezas, como num ovo,
Passando antes por cobiças e muitos tormentos,
No seu corpo setas espetadas como um espinho.

Esse povo é do Mar, porque ao Mar pertenceu,
Foi o Mar que o levou a outras terras e gentes
E lhe deu outros horizontes e muitas riquezas,
Não sabendo usar o senso que Deus lhe deu,
Desbaratou todo o património, tais indigentes,
Em vez de aproveitaram as suas inteligências.

Esse povo do Mar chama-se Portugal, imortal,
Nada nem ninguém o pode derrubar e matar,
Portugal é uma nação de tradições e de valor,
Seu futuro ainda será próspero e prometedor,
Com a garra do seu povo que saberá trabalhar
Para enfrentar o futuro otimista, e sem temor.





sexta-feira, 12 de outubro de 2012

ANOS 50 ÉPOCA DE OURO


Época das estrelas de brilho dourado que cintilavam
No firmamento da música e do cinema, em permanente
Cena, encantando com suas belas canções e atuações,
Estrelas que brilhavam ao redor do imenso Universo,
Ofuscando as estrelas do céu que se envergonhavam
Por perderem seu brilho a favor das belas estrelas
Que exibiam na Terra o seu esplendor, com sucesso.

Nomes da canção, como Sinatra, Elvys, Anka e Dean,
Ou do cinema, como Cooper, Dean, Heston e Marilyn.
Da dança, exímios, como Astaire, Kelly e Charisse.
Cancões como My way, Diana, Volare, Love me tender,
Filmes como E tudo o vento levou, Bem Hur e Sansão
E Dalila, ficarão para sempre gravados na história,
A letras de ouro, que não se apagarão tão depressa.

Tempos irrepetíveis do advento do cinema a cores
E televisão, da propulsão a jacto, da ida à Lua,
Época de pleno emprego, de progresso imparável,
De procriação normal, do desporto belo e natural,
Das mulheres de cabelo curto e simples vestidos,
Sem maquilhagem, caseiras e dedicadas aos filhos.

Partos caseiros com muitos filhos, ensino eficaz,
Tempo de leituras e de reflexão, sem tentações,
De brincadeiras e brinquedos simples, sem custos
Elevados, das escondidas, apanhada, do adivinha,
Do jogo da macaca à pelada de trapos, felicidade
Com os banho de mar quente e corridas na areia.



AMAR NÃO É PROÍBIDO



Deus não proibiu amar, deu-nos esse dom.
Que devemos estimar e amar sem limites,
Tudo o que o Mundo oferece de bom-tom,
Sem qualquer custo e quaisquer desquites.

Amar não é simples biscate, é bom e sério,
É preciso saber amar, sem profissionalizar
O que deve ser natural para obter prémio.
De Deus, recompensa do mérito a celebrar.

Embora nos custe, devemos sempre amar,
A natureza, os animais e a espécie humana,
Não agredindo, tendo atitude samaritana.

Deus nos recompensará do nosso entregar
Ao Mundo, nosso melhor sentimento, sem
Nada em troca se cobrar, vida feliz de bem.



PERGUNTAS SEM RESPOSTA


Passo a vida a fazer perguntas a mim próprio,
Mas não obtenho nem tenho respostas a dar,
Vivo numa confusão permanente, a adivinhar,
O que me parece misterioso e muito sórdido.

Por muito que me interrogue sobre o enigma
Que me preocupa e eu não consigo decifrar,
Lança-me o desafio duro e cruel de pensar,
Que vou viver toda a vida com este estigma.

Estou condenado a passar toda a minha vida
A obter respostas às minhas dúvidas muitas,
Que nunca serão dadas, de mudas e surdas.

Estive sempre enganado, com vida sofrida,
Continuo sem respostas e sem explicações,
Perdi de vez esperanças e minhas ilusões.


QUEIXUME


Estou perturbado, sinto o meu Mundo a desabar,
Não tenho ninguém com quem possa desabafar,
Tu ainda me deste esperanças de me aceitares,
Mas depressa te arrependeste, p'ra atraiçoares.

Confessaste que me desejavas, sem te envolver
Numa nova aventura da tua vida, p'ra não sofrer,
Trocaste o teu pelo meu sofrimento, sem pudor,
Irei toda a vida pensar em ti e guardar esta dor.

Só te peço que me ajudes a conseguir esquecer,
Os momentos bons que me recusaste a passar
Contigo, quando me desafiaste para eu te amar.

Tua ternura, teu olhar doce, são de enlouquecer,
Imagino os beijos que ficaram por dar, perdoar
Vai ser para mim difícil, não sei como vou ficar.



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

NÃO CONSIGO ESQUECER


Não consigo esquecer o que fui e que já não sou,
Fui alguém que subiu na vida com muito esforço,
Tive amigos e inimigos e alguém que me roubou,
Deixando-me sem nada porque nada me sobrou.

Não consigo esquecer, porque os anos passaram
Sem conseguir recuperar dos meus muitos danos,
Não poder assistir ao castigo dos que causaram,
A muita gente, desgostos e eternos desenganos.

Não consigo esquecer a vida para sempre perdida,
De projetos e sonhos construídos no meu ideário,
Transformando mitos e verdades, no meu calvário.

Não consigo esquecer, mas recuperei minha vida,
Noutra terra, noutro lugar, recuperando meu lar,
Com a família que construí para eu poder amar.





quarta-feira, 10 de outubro de 2012

PÁSSARO DEPENADO


Sinto-me como pássaro depenado, abandonado,
Corro o risco de perder o pio, se não recuperar.
Para poder voar, para à minha amada me juntar,
E a ela me abraçar e deixar de penar, torturado.

Perdi as penas, por ciúmes de alguém, inimigo,
Que me quis afastar da minha bendita amada,
Sem penas, tenho pena do intruso, sem abrigo,
Que quere conquistar quem está conquistada.

Mesmo depenado, ainda tenho a esperança
De voar para junto da minha saudosa amada,
E lhe provar minha entrega real e imaculada.

Quando há tanto amor entre dois pássaros,
Todos os males depressa são ultrapassados,
Escravos da sua dor e de eterna confiança.

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terça-feira, 9 de outubro de 2012

MULHERES


Belos seres que Deus criou e ao Mundo confiou,
Para serem amados e adorados pelos homens,
Procriando outros seres para povoarem a Terra,
Semear campos e conservar o que Deus criou,

Belos seres que, saídos das trevas e da criação,
Se juntaram aos homens em perfeita comunhão,
Para se multiplicarem e se amarem, com entrega
Total, tal como Deus imaginou o futuro da Terra,

Belos seres que provocaram ciúmes e guerras
Entre os homens que cegamente os desejavam,
Não olhando a prejuízos, eles se martirizavam.

Belos seres que ainda virão a dominar as feras
Dos homens que não sabem governar a Terra,
Por ambições e rancores que todos, exaspera.


DA MEIA-NOITE ÁS DUAS



É da meia-noite às duas da manhã, que escrevo.
Do tema passo à escrita que articulo num ápice,
Com prazer e inspiração, para levar o meu verso
Ao meu amor que ao ler, lhe acrescenta apetite.

É da meia-noite às duas que minha musa acorda
E me desperta a vontade de levar à sua morada
Tudo o que por ela sinto, de palavras enfeitadas
Em ponto de cruz da minha vida, a ela dirigidas.

Não encontro palavras, só me chegam imagens,
Do seu descontentamento por eu ser diferente,
Por não reconhecer em mim, um ser inteligente.

Vendo seu sofrer tão intenso, pedi para perdoar
Tudo que lhe disse a quente, sem nunca pensar
Que minha amada me via apenas em miragens.



segunda-feira, 8 de outubro de 2012

POR CAMINHOS ERRADOS



Segui por outros caminhos, os menos indicados,
Perdi-me no universo das estradas sem retorno,
Andei naufragado com a cruz dos meus pecados
Sobre meus ombros, consagrado ao abandono.

Os homens recusaram aliviar o peso daquela cruz,
Que eu carregava há muitos anos, tal como Jesus,
Não fui crucificado, mas condenado a nos ombros
A carregar, para nunca me erguer dos escombros.

Os meus amigos me repudiaram, me esqueceram,
Fiquei na companhia dos inimigos e minha família,
Tive de me isolar para poder fazer adorada vigília.

Pedi a ajuda a Nossa Senhora e Jesus, fui escutado,
Fui aliviado da cruel cruz, e meu ânimo restituído,
Permitindo ultrapassar tamanho castigo cumprido.





domingo, 7 de outubro de 2012

SOU POETA AUTODIDATA


Sou poeta autodidata, inspiro-me na minha musa
Secreta que me dá a inspiração p´ra eu versejar,
Sobre temas muito variados desta vida confusa,
Que nos toca a todos inibidos de sonhar e amar.

Sou poeta autodidata atormentado e preocupado,
Escrevo poesia biológica, natural, com versos
Iluminados, de temas mais sinceros e diversos,
Da vida actual, de crise e futuro incalculado.

Não sigo os compêndios de poesia, nem os poetas
Que escreveram belos poemas, sigo a minha musa
Que me dá inspiração p`ra minha criação profusa.

Sou porta-voz dos protestos das pessoas modestas,
Que se sentem oprimidas, exploradas e impotentes
De poderem protestar das humilhações recorrentes.


sábado, 6 de outubro de 2012

O VENTO QUE PASSA


Passa o vento, traz no seu dorso pássaros do sul,
Com mensagens nos seus bicos para eu poder ler,
São notícias desfavoráveis que me deixam temer,
Que se levantem tempestades toldando o céu azul.

Tempestades de ideias e confrontos de espíritos
De diferentes tendências e de projetos diferentes,
Uns de interesses pessoais, assaz inconsistentes,
Outros realistas, para todo o sempre esquecidos.

O vento passou, levou minhas respostas sentidas,
Para serem por meus amigos e minha família lidas,
Com palavras de amizade e saudade guardadas.

Com o vento se esfumaram sonhos alimentados,
De caminhos percorridos em momentos errados,
Com muitas tentativas de regresso abandonadas.



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

ATÉ AO FIM DOS MEUS DIAS


Até ao fim dos meus dias, ainda tenho um caminho a percorrer,
Muitas surpresas, afrontas e humilhações,
Permanentes provocações,
Até morrer.

Até ao fim dos meus dias, será tudo cada vez mais diferente,
A classe média com a crise, a empobrecer,
Os pobres não poderem nada fazer.
Vida repelente.

Até ao fim dos meus dias, haverá cada vez mais desemprego,
Os jovens terão de emigrar para bem longe,
Sem saberem bem para onde,
Em desespero.

Até ao fim dos meus dias, cada vez haverá menos consensos,
Crescerão as mais diversas manifestações
Que se transformarão em rebeliões,
Maus momentos.

Até ao fim dos meus dias, haverá mais fome, mais ódios e desilusões,
Será maior a confusão e a desesperança,
Perder-se-á a pouca confiança,
Haverá sublevações.

Até ao fim dos meus dias, pelas redes sociais, assistirei aos espectáculos
Tristes que se desenrolarão no palco da vida,
Com a assistência da plateia desiludida,
Por maus Actos.

Até ao fim dos meus dias acabarão as pensões para todos os cidadãos,
Que trabalharam toda a vida para o Estado,
Sustentando o regime bem instalado,
E sem bênçãos.

Até ao fim dos meus dias, deixarei de assistir a mais tristes episódios,
Porque já não pertencerei ao reino dos vivos,
Sorte a minha acabarem os maus avisos,
Abandonarei os demónios.

.



ANOITECER


O Sol desapareceu no horizonte para descansar,
E a noite envergonhada vai chegando, devagar,
Traz consigo bastante frio e o inverno rigoroso,
P'ra vivermos com o tempo e o clima doloroso.

Ao anoitecer me refugio em casa, para escrever,
É o que melhor, bem ou mal, eu sei ainda fazer,
P'ra exprimir minhas emoções com queixumes,
E deixar as pessoas minhas inimigas de ciúmes.

Escrevo, leio e releio, sinto-me assim realizado,
Dei a conhecer meus sentimentos verdadeiros,
Aos meus amigos, inimigos e meus herdeiros.

Todos querem perante mim mostrar-se agradado
Por me acharem algum valor, nunca reconhecido,
De modéstia, humildade e seriedade, esquecido.




EM BUSCA DE UM AMIGO


Busco um amigo e não encontro, desgosto meu,
Envio mensagens muitas por pombos, com apelos
P'ra me escutar e trocar alguns nossos segredos,
Não me responde, criar amizade sempre temeu.

Já o conheci, mas deixei de o ver, sem explicar
A razão do seu inesperado, brusco afastamento,
Apenas sei que não quer minhas penas escutar,
Vivendo eu agora sem o meu amigo, vil tormento.

Pelos meus anos, não se esquecia de telefonar,
Desejando-me felicidades por muitos mais anos,
Tornou-se mudo, feriu minha alma com danos.

O único amigo que encontrei, depois de eu rezar,
Foi Jesus Cristo que me deu a mão e me animou,
Dizendo que devo esquecer quem nunca amou.



NADA É NOSSO TUDO É DELES


Já não sabemos o que é nosso, só sabemos
Que tudo é deles, sem terem feito pela vida.
Tivemos força e coragem para merecermos
O que a vida nos deu com muita sabedoria.

Acabámos por ficar sem o que conquistámos
Com muito esforço e trabalho, p'ros caciques
São eles que mandam e que nós rejeitamos,
Não passam de oportunistas e puros patifes.

Nada é nosso, tudo é deles porque para eles
Trabalhamos seis a oito meses com esforço,
Até ficarmos cansados e doridos do dorso.

Ainda tudo passará para nós o que é deles,
Haja fé e esperança na breve justiça Divina,
Que devolverá tudo o que é nosso, é a sina.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

MULHER E MÃE ANGOLANA



Mulher angolana que te lavas no rio de água quente
Teu corpo fica de cetim com sabão azul que tu usas,
Com tua criança colada às costas, na água corrente.
Com amor de mãe, te entregas como as boas musas.

Vais na lavra, levas teu menino, muito aconchegado,
Bem apertado ao teu corpo, com medo de o perder,
Menino que vai crescer no mato onde ao entardecer,
A natureza repousa e o cacimbo cai desamparado.

Mulher angolana, excelsa mãe, tu és bem diferente
De todas as mães do Mundo, ofereces muito amor,
Passas sacrifícios, trabalhos, desgostos e muita dor.

A memória de teu parto difícil tens ainda presente,
Tu esperas que teu menino crescido e emancipado
Te agradeça, teu sacrifício presente e do passado.





O NOSSO FADO


Quem dita o nosso fado, tão malfadado?
Passa a vida a ser por mim interrogado.
Não encontro resposta no que me sucede,
É tudo inesperado e que não se percebe.

O nosso fado é cantado para ser ouvido,
Com a sua letra da nossa vida sofrida,
Do mal que nos acontece, de imerecido,
De toda uma vida difícil, desprotegida.

Nunca saberemos quem decide o nosso fado,
Apenas o fado altera a nossa breve vida,
Sem maneira da sua influência ser contida.

Temos de aceitar o nosso fado malfadado,
Com resignação e sem algum ressentimento.
É a nossa sina, sem grito e sem lamento.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

AVES MIGRATÒRIAS


Gostava de ser ave migratória para poder voar
Para a minha terra todos os anos, em passeio,
Rever a família e os amigos e poder desfrutar
Da beleza da minha terra, meu grande desejo.

Se fosse ave migratória, fugia do pérfido frio
Para a quentura dos trópicos e ia aos banhos,
Nas águas cristalinas e quentes do meu rio
Fubo q'eu não esqueço e revejo em sonhos.

Pinicava as goiabas e os mamões saborosos,
Voava sobre as árvores da floresta em redor,
Desfrutava da beleza do verde, saudosa cor.

Em meus sonhos vejo-me a voar como tordos,
Que Deus encaminhou em direção ao Paraíso,
Sem a sensação de eu estar na Terra, perdido.

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PERGUNTAS SEM RESPOSTAS


Passo a vida a fazer perguntas a mim próprio,
Mas não obtenho nem tenho respostas a dar,
Vivo numa confusão permanente, a adivinhar,
O que me parece misterioso e muito sórdido.

Por muito que me interrogue sobre o enigma
Que me preocupa e eu não consigo decifrar,
Lança-me o desafio duro e cruel de pensar,
Que vou viver toda a vida com este estigma.

Estou condenado a passar toda a minha vida
A obter respostas às minhas dúvidas muitas,
Que nunca serão dadas, de mudas e surdas.

Estive sempre enganado, com vida sofrida,
Continuo sem respostas e sem explicações,
Perdi de vez, esperanças e minhas ilusões