quarta-feira, 9 de outubro de 2013

AMALIA MINHA DIVA DO FADO (Minha homenagem)



Amália, tu és a minha diva e a alma do fado,
Tua beleza, teu talento, tua voz, são únicos,
Apaixonaram muitos adolescentes como eu,
Que t'acompanharam durante toda a vida,
Por te considerarem diva e a maior fadista.

Foste vendedeira de fruta, vendeste sonhos,
Tiveste muitos amores, sofreste dissabores,
Foste estrela talentosa do cinema nacional,
Tiveste convites p'ro cinema internacional.
Recusaste, por seres modesta e portuguesa.

Além de minha diva, eras minha apaixonada,
Desejei beijar-te, tomar-te nos meus braços,
Sonhos de adolescente, simples padecente,
Não perdia um filme teu, ouvia os teus fados,
Todos os dias, a todo o momento, encantado.

Fizeste tertúlias com poetas e outros fadistas,
Gosaste a vida intensamente, para afogares
Mágoas, entregaste-te a aventuras amorosas,
Acabaste tua vida, encharcada em lágrimas,
Deixas-te corações a sangrar, amargurados.

Ruy Serrano, 08.10.2013, às 22:30 H

(DES) FAZER ANOS (Meu Aniversário)

Hoje é o dia de menos um ano na minha vida,
Não faço anos como muita gente pensa fazer,
Perco anos que caminham por uma descida,
Em que vai deixando de tudo m’acontecer.

Os poucos cabelos que me restam são brancos,
Os outros me deixaram por se fartarem de mim,
Deixei de sonhar, passei a vegetar, nos bancos
Dos jardins sem flores, deixei de ser benjamim.

Os anos estão prestes a se esgotar, cansados,
Já não me dão conselhos, nem são respeitados,
Vivo de surpresas, acusações e de promessas.

Consolo meu, ter-me apaixonado pela poesia,
Que acarinho com muita inspiração e teimosia,
Com que sobrevivo bastante longe das trevas.

Escrito sem rigor métrico.

Ruy Serrano, 25.09.2013, às 09:35 H


sábado, 14 de setembro de 2013

PORQUE RECUSARAM MINHA MÃO MEU ABRAÇO

Olho p'ras pessoas, vejo sombras e vultos sem rosto,
Meras coisas que recusaram minha mão, meu abraço.
Fiquei sem explicação, apenas o que me foi imposto,
Feriram-me o coração com palavras afiadas, vil acto.

Assim, isolado, no meu canto, meu apertado espaço,
Sinto-me livre, sem compromisss e regras a cumprir,
Dou largas à minha imaginação sem ter de produzir
O que a sociedade hipócrita quer que seja publicado.

Sem a mão e o abraço d'alguém, minha vida é pura,
Não se deixará contaminar p'las invejas e ciúmes,
Minha mente se libertará de pesadelos, será segura,
P'ra escrever crónicas reais e muito bonita poesia.

Não estarei assim ligado a compromissos venenosos,
D'alguns grupos fantasmas, traiçoeiros e perigosos,
Que me querem impor seus comentários inventados,
Consoante a vontade e disposição de quem comenta.

Ruy Serrano, 14.09.2013, às 00:18 H

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

SE FALASSES O QUE ME DIRIAS?




És a minha maior amiga, somos companheiros,
Tu de trela e eu a acompanhar-te nos passeios,
Desfrutamos do parque e da relva que tu pisas,
Corres, saltas, dás largas às tuas brincadeiras.

Olho p'ra ti e pergunto-te o que me queres dizer,
Teu olhar parece que me pede p'ra te perceber,
Sei que pensas e reages como um ser humano,
Teu nome é Tifi, vou dar-te o apelido de Serrano.

Por vezes te sentes muito só e te apetece chorar,
Não vertes lágrimas, mas teus olhos humedecem,
Se falasses o que me dirias, seria p'ra te queixar?
Teus sentimentos, o teu carinho me enternecem.

Sei que sentes a falta dos filhos que tu tiveste,
Que te deixaram p'ra sobreviver e não morrer,
Tu não m'abandonaste, nem eu te vou perder,
Não quero que voltes a sofrer o que sofreste.

Ruy Serrano, 12.09.2013

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

PERCO-ME NAS TUAS LEMBRANÇAS


Estranho a ausência dos teus gritos, dos teus gemidos,
Ando perdido com outros sons, os teus são diferentes,
São sensuais e de prazer, são p’ra mim mais queridos,
Trazem sensações de lembranças sempre presentes.

Quanto teu corpo se juntava ao meu, nesse doce roçar,
Era como gingares tuas ancas num frenesim d’ amar,
Deixavas-me enfeitiçado com tuas fantasias de prazer,
Sinto a tua falta, não me conformo, meu triste sofrer.

Perco-me nas tuas lembranças, imagino-te ao natural,
Deitada ao meu lado, amando-nos, com intensidade,
Nosso amor é único, é só nosso, repleto de verdade,
Digno de bonita poesia e bem tocada nota musical.


Ruy Serrano, 11.09.2013, às 17:00 H  

terça-feira, 10 de setembro de 2013

TU NÃO ÉS UM DESPERDÍCIO ÉS A MINHA RAÍNHA


Que pena, julgares-te desperdício, tão bonita,
Dizes que ninguém te quer porque tu m'evitas,
Sabes que te desejo quando te vejo, és raínha,
Só te falta a coroa e um rei como eu, acredita.

Vou construir um castelo para ti, jamais quero
Que te consideres desperdício, tu ordenarás
Vassalagem a teus súbditos, com ar severo,
E terás legião de soldados que comandarás.

Tu nunca mais serás desperdício no teu reino,
Serás venerada p'la tua bondade e por justiça,
Imporás ordem, submissão e devido respeito,
P'ra q'os arautos do reino espalhem a notícia.

Tua beleza se espalhará com'a da Cleóptra,
Eu serei o teu Marco António, teu defensor,
Serás p'ra mim tudo que desejo, meu amor,
Não deixarei que passes p'ra outra órbitra.

Ruy Serrano, 11.08.2013, às 10:35 H

A ÚLTIMA CARTA


Gosto amargo, esta última carta que escrevo,
Escrita com as lágrimas que por ti derramei,
Vai com erros dos erros que cometi, eu sei,
Te quero pedir teu perdão,eu m'arrependo.

Outra carta não te escreverei, por não a leres,
Também estou desmotivado, te confesso,
Quero que tu sejas feliz com quem amares,
Mais feliz, me sentirei por não ser objecto.

Não vou fechar esta carta, quero que a leem,
P'ra saberem por que razão é a última carta,
Que te dirijo, e que por ti não será rasgada.
Não penses que tu és inocente, não creem.

A minha carta vai embrulhada com abraços
Que ficaram por te dar, atada com os beijos,
Que tu me recusaste, fiquei em pedaços,
Eu com minhas razões, tu com teus defeitos.

Ruy Serrano, 09.09.2013, às 01:05 H

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

ADEUS ANDORINHAS

As andorinhas do meu beiral, já migraram,
Nem se despediram, p'ra não chorarem,
P'ra bem longe elas voaram,

Eram a minha maior companhia, voavam,
Davam largas à sua enorme alegria,
Porque muito me queriam.

No beiral da minha casa, construíram seu ninho,
Onde nasceram seus filhotes,
Eram um mimo.

Passavam por mim, querendo dar-me beijos,
Manifestavam sempre esses desejos,
Mas tiveram de migrar.

Temerosas da chegada do cinzento do Outono,
Foram em busca de calor e de sol,
Algures no Globo.

Vou ter saudades das minhas andorinhas tão fofinhas
Espero que elas regressem na primavera,
Que fosse já amanhã, quem me dera.,

Ruy Serrano, 10.09.2013, às 00:48 H


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A VIDA NÃO FICA POR AQUI...


A vida não é d'ontem, nem d'hoje, é do futuro,
É tudo o que nos virá ainda acontecer,
Impossível de prever.

A vida não fica por aqui, não se sabe se vai por ali,
O seu caminho é caprichoso, é surpresa,
É pesado ou leveza.

A vida não fica por aqui, vai por onde ela mais quer,
Leva-nos a amores enganosos,
Que se revelam perigosos.

A vida não fica por aqui, traz-nos alegrias e desgostos,
Faz-nos sonhar com tantas fantasias,
Que são apenas mentiras.

A vida não fica por aqui, dá-nos família e alguns amigos,
Mas muitos se esquecem de nós,
É uma desilusão atroz.

A vida não fica por aqui, apresenta-nos a última conta
De juros pesados que nos querem cobrar
Agiotas puros.

A vida não fica por aqui, vai acabar por nos dizer adeus,
Vai-nos deixar partir p'ra o Álem,
Sem nos avisar, com desdém.

Ruy Serrsno, 08,09.2013, às 01.20 H

PALAVRAS ENCADEADAS



Quis escrever um poema, escolhi uma palavra,
Outras vieram de imediato, com ela encadeadas,
Como se fossem clipes que tive de seleccionar,
P'ra escrever bonita poesia, no Face a publicar.

Quando quero escrever poesia, de imediato penso
Numa primeira palavra que vem agarrada a outras,
P'ra me facilitar a escrita que sai escorreita e tensa,
Só tenho que encaixar as palavras no meu poema.

As palavras chegam brandas e com muita força,
São belas, por vezes rimam p'ra avivar a poesia,
Tal como os versos devem ser escritos e sentidos,
Com o objectivo de virem agradar, ao serem lidos.

Ruy Serrano, 06.09.2013, às 10:28 H

UM PASSEIO À BEIRA-RIO


                                                CIDADE DE TOMAR DO RIO NABÃO

Quando passeio à beira rio, contemplo a água,
Que corre veloz e cristalina, beijando margens,
Dando o colo aos patos e peixes, em viagens,
Trocando mimos, carícias, p’ra afagar mágoas,
Mágoas que carrego comigo, por me sentir só.
 A frescura das águas que me fazem rememorar,
Momentos de magia, de braço dado a namorar.

Um passeio à beira rio, gosto de dar a tardinha,
Já o sol se escondera cansado, no horizonte,
E a poesia me invade como uma viva melodia,
Que me parece ouvir com o marulhar das águas,
Correndo apressadas p’ro mar, na sua liberdade,
Fugindo do homem que o mal trata e despreza,
Eu e o rio, bons amigos, navegamos abraçados.

 Ruy Serrano, 06.09.2013, às 10:25 H




quinta-feira, 5 de setembro de 2013

PERDI O TEU RASTO...

Perdi o teu rasto, não sei por onde andas,
Agarrei-me a rochedos, pedras e ondas,
Encontrei um mar revolto, muita ventania,
Como um barco à deriva, perdido no mar.

Perdi o teu rasto, temo pela tua segurança,
Ainda não perdi a minha última esperança,
De te encontrar aonde estiveres refugiada,
Com receio de seres por alguém, raptada.

Perdi o teu rasto, tú és estrela que eu sigo.
No céu, onde os meus sonhos são gorados,
Por se desfazerem nas nuvens do círculo
Espacial do ozono, sem serem bloqueados.

Perdi o teu rasto, continuo sem saber de ti,
Desejo meu é poder encontrar-te algures,
Dar-te a mão p’ra voltares a juntar-te a mim
Vivendo sem ressentimentos e queixumes.


Ruy Serrano, 06.09.2013, às 16:40 H.

UM PASSEIO Á BEIRA RIO

Quando passeio à beira rio, contemplo a água,
Que corre veloz e cristalina, beijando margens,
Dando o colo aos patos e peixes, em viagens,
Trocando mimos, carícias, p’ra afagar mágoas,
Mágoas que carrego comigo, por me sentir só.
 A frescura das água que me fazem rememorar,
Momentos de magia, de braço dado a namorar.

Um passeio à beira rio, gosto de dar a tardinha,
Já o sol se escondera cansado no horizonte,
E a poesia me invade como uma viva melodia,
Que me parece ouvir com o marulhar das águas,
Correndo apressadas p’ro mar, na sua liberdade
Fugindo do homem que o mal trata e despreza,
Eu e o rio, únicos amigos, fiquei sem meu amor.

Já p’la noitinha meu passeio é bem romântico,
Surge a lua cheia p’ra m’inspirar minha poesia
De braço dado, seguimos o rio no seu navegar,
Até a lua se cansar e resolver por fim, emigrar.


Ruy Serrano, 06.09.2013, às 10:25 H

O QUE OS TEUS OLHOS ME DIZEM

Teus olhos dizem-me as tuas verdades e mentiras,
Que tu não consegues guardar sem eu as decifrar,
Sei que tu me escondes tuas dores, muito sofridas,
Que tu guardaste por pensares que fui eu a causar.

Teus olhos são tão doces, meigos e transparentes,
Que me pedem p’ra te perdoar e aliviar tua mágoa,
Não tens coragem para me confessares, tu mentes,
Tu própria te enclausuraste como água estagnada.

Esqueces-te que sempre li nos teus olhos, o amor
Que sentias por mim, pois tu mesma confessaste
Q’agora descobriste sem razão, que t’enganaste
E te deixou assim a sofrer com tormento e dor,

O que os teus olhos me dizem é que te arrependes
Do que me fizeste, não tendo coragem p’ro dizeres,
Vivendo nós este impasse, como dentro de alçapão,
Q’espero se dilua na poeira do tempo, feliz emoção

Ruy Serrano, 05.09.2013, às 12:20 H


MINHA ALMA EM CHAMAS TEU CORAÇÃO DE GELO


Como erupção dum vulcão, minha alma ficou em chamas,
Ficaste indiferente, teu coração gelou,
Nem o meu calor derreteu teu gelo,
Percebi que nosso amor acabou.

Apesar de minha alma sofrer com chamas bem ardentes,
Ainda consigo ter força anímica bastante,
P'ra não dar importância relevante
Aos teus beijos ausentes.

Minha alma está em chamas, teu coração continua gelado.
Fechaste teu coração a sete chaves,
Tornaste-o p'ra sempre blindado,
Que t'amo, isso tu sabes.

Esperança minha das chamas do meu coração se apagarem,
E teu coração ainda vir a derreter o gelo,
P'ra sairmos ambos deste degredo,
E de nós os males desertarem.

Ruy Serrano, 03.08.2013, às 16:45 H

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

OS DIAS NÃO SE ESGOTAM, RENOVAM-SE


Por cada dia que passa, outro renasce,
Dia de renovada esperança,
Em que queremos acreditar
Que tudo vai melhorar,

Engano o nosso, o dia esgotou-se,
Pra dar lugar a novo dia,
Que não trouxe nada de novo,
Tudo se repete e se intromete.

Ainda temos esperança do novo dia
Ser diferente e promissor,
Despertar em nós novo amor,
Que tarda do nada aparecer.

Não deixarei nunca de pensar
Que um novo dia vai surgir,
Pra nosso bem cá na Terra,
Sem egoísmos e miséria.

Os dias não se esgotam, renovam-se

Ruy Serrano, 03.08.2013.


terça-feira, 3 de setembro de 2013

TRAVO AMARGO

Ficou-me um travo amargo por te ter perdido,
Não contava tal traição, fiquei muito ofendido,
Dei-te tudo o que me pedias, achaste pouco,
Por me teres abandonado, estou quáse louco.

Este travo amargo q'eu sinto é tão venenoso,
Que receio não me passar, sem sofrimento,
Nem encontrar antídoto p'ro meu tormento,
Só tu poderás dar-me um gosto saboroso.

Por seres tâo orgulhosa com'a Cleóptra,
Vais deixar q'eu seja assim envenenado,
Como foi o seu amante, Marco António,
Que viu seu pedido de perdão, recusado.

Este travo amargo será cada vez maior,
Quanto mais t'afastares e me recusares,
Só poderei tratar-me com contraveneno
Que me chegar com amor mais ameno.

Ruy Serrano, 02.08.2013, às 23:45 H

AINDA ME SINTO NO FUTURO

Apesar da minha idade, ainda me sinto no futuro,
Deixei o passado que já não me diz o que quero,
Viver o meu futuro, eu sinto que é o mais certo,
Só queria ter asas para eu voar p'ra lugar seguro.

Sei que o futuro ainda está p'ra chegar até mim,
É Deus q'assim o deseja, por achar que viver
É o que melhor me pode ainda vir a acontecer,
Até ao juízo final não chegar tão depressa assim.

Dobram os sinos das igrejas p'ras Avés Marias,
Rezam os crentes por melhores e santos dias,
Caiem abundantes chuvas, acabam as secas,
São benesses de Deus, das suas promessas.

Escolhi um nome pr'o meu futuro, é Esperança,
Irei colocá-lo na minha lapela como lembrança,
P'ra toda a gente saber e eu não m'esquecer,
D'a ter como candeia bem acesa, até falecer.

Ruy Serrano, 02.08.2013, às 11,10 H

O PREFÁCIO DAS MINHAS MEMÓRIAS


Quando meu estado físico passar a poeira,
Gostava de ser guardado com o meu livro
De memórias e o meu prefácio póstumo,
P'ra que seja divulgado e não esquecido.

Meu prefácio será uma auto-homenagem
Que faço a mim próprio, pela vida dura
Que passei sem ser citado nem amado,
Apenas desvalorizado e marginalizado.

Meu prefácio será minha última missiva,
É a derradeira inspiração que me resta,
Gostaria de poder escrever mais poesia,
Mas pressinto que acabou a minha festa.

Ficarão minhas memórias, meu prefácio,
S'alguém as quiser ler pós minha morte,
Duvido que haja interesse, custará ler
O que eu escrevi, como foi meu dever.

Ruy Serrano, 31,08.2013, às 17:14 

TRAVO AMARGO

Ficou-me um travo amargo por te ter perdido,
Não contava tal traição, fiquei muito ofendido,
Dei-te tudo o que me pedias, achaste pouco,
Por me teres abandonado, estou quáse louco.

Este travo amargo q'eu sinto é tão venenoso,
Que receio não me passar, sem sofrimento,
Nem encontrar antídoto p'ro meu tormento,
Só tu poderás dar-me um gosto saboroso.

Por seres tâo orgulhosa com'a Cleóptra,
Vais deixar q'eu seja assim envenenado,
Como foi o seu amante, Marco António,
Que viu seu pedido de perdão, recusado.

Este travo amargo será cada vez maior,
Quanto mais t'afastares e me recusares,
Só poderei tratar-me com contraveneno
Que me chegar com amor mais ameno.

Ruy Serrano, 02.08.2013, às 23:45 H

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

PROCURO-TE MAS NÃO TE ENCONTRO

Sei que andas por aí, mas não t'encontro.
Estou sem saber que mal te causei eu,
Será pura imaginação tua ou só maldade
D'alguém que trocou a mentira p'la verdade?

Povoa a minha mente uma série de dúvidas,
De troca de impiedosas acusações mútuas,
Setas que nos espetaram no peito, afiadas,
P'ra nos ferir de morte, mas mal apontadas.

Arranquei essas setas, não me deixei vencer,
Troquei-as por versos da minha bonita poesia,
Escrevo poemas de verdade e bons de se ler,
Faço o que mais gosto, desisti de te procurar.

Ruy Serrano, 02.08.2013, às 09:40 H

domingo, 1 de setembro de 2013

RENDO-ME



Rendo-me à evidência, a ti, ao desespero,
Rendo-me a tudo quanto vem ter comigo,
Ao perder, ao ganhar, aos teus encantos,
Fico rendido em lágrimas e meus prantos.

Rendo-me a tudo e a nada, estou inquieto,
Pressinto que tu me vais deixar a sofrer,
Teu segredo passou a ser meu degredo,
Por me render a ti, sem me dares afecto.

Estou confuso, desapareceste, desespero,
Nào sei o que me espera, futuro incerto,
Não me deixes, rendo-me a ti de joelhos,
Tenho saudades de teus ardentes beijos.

Sei que já não voltas, passaste a ignorar
Tudo aquilo que te dei d’amor e carinho.
Mesmo que me renda, não vais aceitar
Continuares comigo neste nosso ninho.

Ruy Serrano, 02.09.2013, às 10:25 H

QUANDO A LUA SE ESCONDE...




Quando a lua se esconde, tu apareces
E vens deitar-te comigo, apaixonada,
Entregas-te toda inteira e desnudada,
À procura dos meus abraços e beijos.

Eu tomo-te com ímpetos animalescos,
Dando-te tudo que desejas e imploras,
Aquilo que mais gostas e me exploras,
Meu corpo, meus lábios, meus beijos.

Ficas possuída de anseios por mais,
E eu faço tudo por de deixar aos ais,
A noite parece que não mais acaba,
Prazeres infindos os da minha amada.

Acabaste por t'encheres dos beijos,
Das caricias e dos abraços que te dei,
Quiseste variar d'amante, eu lastimei,
Trocaste-me por outro, teus desejos.

Despediu-se a lua, levou-te com ela,
Novo dia nasceu e eu à luz da vela,
Naquela cabana africana, sozinho,
Fiquei sem o teu amor e carinho.

Ruy Serrano, 01.09.2013, às 01:20 H

MEU QUERIDO PORTUGAL



Apaixonei-me por ti, meu querido e amado Portugal,
Tu tens tudo o que as outras não têm, és formosa,
Tens paisagens lindas, praias belas, serras e vales,
Lagos e rios, muito sol e costa marítima famosa.

Tua gastronomia, fruta e vinhos são os melhores,
Pratos variados, fruta suculenta e castas de uvas
Que dão bons vinhos dos mais variados paladares,
P'ra casarem com os melhores pratos dos altares.

Tens o fado, a Amália, o Eusébio e o Ronaldo
Como embaixadores que espalham teu nome
Por todo o Mundo que descobriste em jovem,
Quando te aventuraste com teus navegadores.

Das tuas escolas e universidades saíram homens
Sábios e competentes nas letras e matemática,
Tens os melhores poetas e escritores do mundo,
Folclore rico e mulheres bonitas e boas mães.

Tiveste o domínio do Mundo, criaste nações,
Com teus colonos e missionários, espalhaste
Teu nome, teu engenho, tua língua, tua arte,
Ergueste tua bandeira em fortes e castelos.

Trouxeste ainda especarias, ouro e diamantes,
Riquezas que desbarataste em pouco tempo,
Por teus filhos nunca terem sabido governar
Um pais com abundantes e variados recursos.

O meu querido Portugal está doente, em crise,
Mas apesar do tratamento ser longo e doloroso,
Vai recuperar em breve e provar a todo o Mundo
Que a fé, a paciência e o trabalho são trunfos.

Ruy Serrano. 01.08.2013, às 10:40 H

sábado, 31 de agosto de 2013

TU E AS ESTAÇÕES



Apareceste na primavera, com o sol, entre flores,
Vieste ter comigo, demos beijos e muitos abraços,
Ficámos enamorados, presos por nossos amores,
Trocámos mensagens que nos criaram bons laços.

Não esperaste pelo verão, deixaste-me e partiste,
Não sei p'ra onde foste e com quem, desiludiste.
Mais um desgosto sofri, nesta minha vida longa,
Nem na praia nos envolvemos, na mesma onda.

Veio o Outono, eu esmoreci com as folhas a caírem,
As árvores ficaram despidas e a minha alma vazia,
Meus medos, minhas angústias, me deprimiram,
Aconteceu tudo de mau, que eu de ti mais temia.

Com o Inverno meu coração esfriou, minha alma
Chorou, minhas lágrimas se perderam p'la face,
Eu entrei em hibernação, escrevendo a poesia,
Que tu me inspiraste p'ro meu terrível dia a dia.

Ruy Serrano, 27.08.2013, às 01:20 H
  

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A VIDA E O VENTO

A vida alimenta-se do ar,
Anda ao sabor do vento,
É um longo penar,
Um eterno lamento.

A vida muda de direcção,
Com a força do vento,
Que nos leva p'ra onde quer,
É o seu sustento.

O vento traz-nos o ar p'ra respirarmos,
Por dependermos dele,
Não o podemos contrariar,
Seria perigoso arriscar.

Enquanto houver vento, a vida
Andará sempre à deriva,
Não podemos fazer nada,
Será vida bastante frustrada.

Mais q'amor, o vento é amante,
Que nos domina e mente.
O vento dirige a nossa vida,
Sem sentido, p'ra parte indefinida.

Ruy Serrano, 30.08.2013, às 10:40 H

AMORES PARA TODA A VIDA

Há amores que viveram toda a vida comigo,
São fiéis companheiros, não m'abandonam,
Vivo e sonho com eles, como dedicado amigo,
Por nada deste mundo os quero enganar.
São esses amores, o ar que respiro, o sol
Que m'aquece, a água que me dá de beber
E me lava, e os animais p'ra m'enternecer.

Levanto-me e deito-me com estes amores
Todos os dias. Eles me seguem e protegem,
Inspiram-me a escrever toda a minha poesia,
Fazem-me esquecer outros amores perdidos,
Saram-me as feridas dos golpes sofridos,
Enchem-me de coragem p'ra levar de vencida,
A árdua luta que tenho de travar no dia a dia.

Ruy Serrano, 30.08.2013, às 00:55 H

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

DESLUMBRAMENTO

Naquela madrugada, ao nascer, fiquei deslumbrado,
Ao conhecer meus pais e meus irmãos, meu sangue,
Fui-me deslumbrando, obcecado, enquanto crescia,
Com as descobertas q'eu surpreendido, ainda fazia.

Deslumbrei-me com os meus amigos, com a escola,
Com as garotas, com as brincadeiras, com a vida,
Mais deslumbrado fiquei com as bonitas mulheres
Que me gabavam os meus olhos, meus temeres.

Nunca perdi o deslumbramento, nunca o deixei,
Faz parte de mim, alimenta a alma e o meu ego,
Deslumbro-me agora com a poesia e os poetas,
Fico muito magoado com as críticas tão severas.

O deslumbramento tem-me dado muitos desgostos,
Momentos fictícios e reais que eu tenho de viver,
Impostos por pessoas sem escrúpulos, novelas
Que interpreto e passo ao papel, p'ralguém ler.

É com o deslumbramento que nasce muita poesia,
Também morre muita fantasia, preço da realidade,
A minha vida é o que vivi e gostaria ainda de viver,
Que já não terei tempo de usufruir antes de morrer.

Ruy Serrano, 25.08.2013

AS PALAVRAS TOCAM ONDE NÃO CHEGAM AS MÃOS

Sei que te arrepiaste com as palavras que te dirigi,
Foram sensuais, mais do que se te tivesse tocado
Com as minhas mãos. Saboreaste essas palavras,
Foram semeadas e produzidas nas minhas lavras.

Bem adubadas com a inspiração que me deste,
Regadas com as lágrimas que me fizeste chorar,
Por tudo que sem razão, bastante sofrer fizeste,
E por eu ficar impaciente em te ver a regressar.

Mais palavras da segunda colheita eu te enviei,
Que te deram gozo e t'agradaram, isso eu sei,
Mais do que com as mãos eu te tivesse tocado,
As palavras tocaram-te no teu coração chorado.

Chorado fiquei eu, quando soube que insaciável
Ficaste, querias mais q'as  palavras, desejavas
Poesia ousada e sensual que tu não merecias,
Pois meu estilo é outro, por ti achado recusável.

Ruy Serrano, 27.08.2013, às 01;40 H

NÃO DESISTO DE GOSTAR DE TI



Sinto-me bem a gostar tanto de ti, como és,
Tratando-me mal e ignorando que eu existo,
Não desisto, só gosto de ti, és o meu amor,
Não me deixes, diz que me amas, por favor.

Não desisto de gostar de ti, meus poemas
São as minhas ofertas p'ra te conquistar,
És tu que mos inspiras, por eu muito amar
Tudo que tu és e não és, minhas más penas.

Não gosto de mais ninguém, só gosto de ti,
Também gosto de mim por gostar tanto assim,
Espero que não m'abandones, volta p'ra mim
Fica comigo e com a nossa poesia, bendita.

Beijos saudosos e ardentes que se perderam,
Nas ondas do tempo que assim nos varreram,
Separando-nos sem razão, por pura maldade,
Não desisto de gostar de ti, minha saudade.

Ruy Serrano, 27.08.2013, às 17:30 H

TU E AS ESTAÇÕES

Apareceste na primavera, com o sol, entre flores,
Vieste ter comigo, demos beijos e muitos abraços,
Ficámos enamorados, presos por nossos amores,
Trocámos mensagens que nos criaram bons laços.

Não esperaste pelo verão, deixaste-me e partiste,
Não sei p'ra onde foste e com quem, desiludiste.
Mais um desgosto sofri, nesta minha vida longa,
Nem na praia nos envolvemos, na mesma onda.

Veio o Outono, eu esmoreci com as folhas a caírem,
As árvores ficaram despidas e a minha alma vazia,
Meus medos, minhas angústias, me deprimiram,
Aconteceu tudo de mau, que eu de ti mais temia.

Com o Inverno meu coração esfriou, minha alma
Chorou, minhas lágrimas se perderam p'la face,
Eu entrei em hibernação, escrevendo a poesia,
Que tu me inspiraste p'ro meu terrível dia a dia.

Ruy Serrano, 27.08.2013, às 01:20 H
  

CONDENADO POR AMAR

Fui condenado por amar, espera-me a guilhotina,
Não sei se o tempo terá por mim comiseração,
Sei apenas que serei executado pela vespertina,
Sem ter nada p'ra  poder evitar minha execução.

Nunca pensei q'amar fosse assim tão perigoso,
Por nunca ter conhecido bem quem eu amava,
Só sei que fui apanhado numa perigosa trama,
Sem eu nunca ter sido desumano e criminoso.

Pedi perdão por nada, só p'ra me tentar salvar,
Foi-me negado o perdão, apenas eu escolher,
Outra forma de execução de eu vir a morrer,
Não me dando a luz d'uma última vez amar.

Quando se ama cegamente, o risco é grande,
Espreita-nos o inimigo por inveja ou ciúmes,
Somos postos entre várias grades e tapumes.
Tão distantes do perdão, a passos de gigante.


Ruy Serrano, 28.08.2013, às 00:48 H


A CULTURA DA VIDA

A cultura da vida não é fácil, começa à nascença,
Em terreno que pode ser rico ou pobre, conforme
A terra onde se nasce. É preciso ter alguma sorte,
P'ra cultivar a vida, p'ralém de coragem, paciência.

Começa-se a cultivar o terreno da vida, tateando,
À procura do melhor adubo p'ra fortalecer a terra,
Escolher a cultura adequada, livrá-la dos insectos
E das ervas daninhas que por vezes, lá prolifera.

A cultura da vida tem de ser bem acompanhada,
Deve ser sempre rodeada do máximo cuidado,
Regada e podada, e seu crescimento alcançado,
P'ra ninguém se intrometer, e fique prejudicada.

A cultura da vida deve ser seguida com precaução,
Muito empenho, humildade, trabalho e orientação,
P'ra não se ter surpresas, mas um futuro brilhante,
Produzir estabilidade, riqueza e desafogo bastante.

Ruy Serrano, 29.08.2013, às 00:50 H

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

SILÊNCIOS...

São tantos os silêncios que se tornam ruídos,
Nalguns silêncios ouço gritos, tiros e gemidos.
Nem todos os silêncios são mudos, eles falam,
Queixam-se do que se ouve e me mal tratam.

Não suporto tantos silêncios que me chegam,
São sintoma de que nada de verdade se diz,
Tudo o que me possa denegrir, eles inventam,
Por isso se fecham em silêncios, ideia infeliz.

Procurei decifrar os silêncios que fazem ecos,
Nas paredes da minha casa, de porta aberta,
P’ra receber quem me queira oferecer afectos,
Não quero q’os silêncios sejam praia deserta.

Os silêncios também ofendem, são cínicos,
Não têm coragem de acusar com verdade,
Falam por ecos e dardos sem sinceridade,
Q’atiram contra mim de longe, teledirigidos.


Ruy Serrano, 28.08.2013, às 17:30 H

CONDENADO POR AMAR



Fui condenado por amar, espera-me a guilhotina,
Não sei se o tempo terá por mim comiseração,
Sei apenas que serei executado pela vespertina,
Sem ter nada p'ra  poder evitar minha execução.

Nunca pensei q'amar fosse assim tão perigoso,
Por nunca ter conhecido bem quem eu amava,
Só sei que fui apanhado numa perigosa trama,
Sem eu nunca ter sido desumano e criminoso.

Pedi perdão por nada, só p'ra me tentar salvar,
Foi-me negado o perdão, apenas eu escolher,
Outra forma de execução de eu vir a morrer,
Não me dando a luz d'uma última vez amar.

Quando se ama cegamente, o risco é grande,
Espreita-nos o inimigo por inveja ou ciúmes,
Somos postos entre várias grades e tapumes.
Tão distantes do perdão, a passos de gigante.


Ruy Serrano, 28.08.2013, às 00:48 H

EU QUERIA SER A ÁGUA...

Eu queria ser a água dum rio, transparente,
P’ra lavar por dentro e por fora certa gente,
Que precisa d’algum asseio físico e mental,
De que padece, sem cura, hoj’o maior mal.

Eu queria ser a água dum rio, p’ra navegar
P’ra outras paragens primitivas e naturais,
Que me libertassem das cidades e capitais,
Poder usufruir d’outra vida, do ar e do mar.

Eu queria ser a água dum rio, p’ra refrescar
Minhas ideias e as poder aplicar na poesia,
Q’escrevo com paixão e adoração, a amar,
Juntando a realidade, à ficção e à fantasia.

Eu queria ser a água dum rio, p’ra me levar
De volta à minha terra, nas ondas dum mar,
Que se perde nas correntes quentes do sul,
Onde m’espera minha família, meu tributo.

Ruy Serrano, 28.08.2013, às 15:20 H





terça-feira, 27 de agosto de 2013

O HOMEM E O POETA

Disseste-me que era o poeta que tu admiravas
E que o homem não contava nada pra ti,
Fiquei triste por eu ser o homem que o poeta
Encarnou, e que escreveu os teus poemas.

A tua intriga foi tão violenta e tão ingrata
Que eu me zanguei com o meu poeta,
E deixei de dar versos pra seus poemas,
Por me ter faltado a inspiração desejada.

Foste egoísta, desvalorizaste o homem,
Ficaste obcecada pela beleza do poeta,
Que mais não é que a pura encarnação
Do homem que abominaste sem razão.

Já não confio nas palavras elogiosas
Que me diriges agora, pra te redimires,
Da tua ingratidão e teus maus tratos,
Que separaram o homem do poeta.

E assim acabaram os poemas do poeta,
Que deixaram de contar com o homem,
Que lhe dava os versos pra escrever,
E que nunca,  nunca mais vais poder ler.


Ruy Serrano, 15.08.2013, às 01:40 H