sábado, 22 de junho de 2013

NÃO HÁ SURPRESAS HÁ CERTEZAS


Deixei de ter surpresas, passei a ter certezas,
Tudo o que me acontece já não são surpresas,
São certezas que são simples acontecimentos,
Que aparecem e desaparecem em momentos.

As certeza quando são más, vêm de pessoas,
Que me devem obrigações e me esquecem,
Por serem egoístas e pensarem apenas em si,
E não se lembrarem que eu sempre lhes vali.

A vida que tenho vivido trouxe-me certezas,
Mostrou-me que não existem as surpresas
Que muitos querem crer que estão vivas,
Mas que são falsas e andam escondidas.

Aprendi que as certezas são verdades
E que as surpresas são puras mentiras
Vivo e convivo com ambas sem receio,
Ignoro, não dou importância, sou alheio.

Ruy Serrano, 22.06.2013 - 16:40 H

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O OVNI DO AMOR


Chegou um ovni com o meu amor,
Veio doutra galáxia pra me levar,
Recusei, preferi com ela namorar,
Aqui na terra, sem nenhum temor.

O ovni tentou pro Céu me levar,
Eu mais uma vez recusei partir,
Tinha o meu amor junto a mim,
Por nada eu deixaria de a amar.

O ovni acabou por fim de partir,
Não partiu meu frágil coração,
Deixou-me grato de emoção,
Por não ter de a ela desistir.


VIDA PREENCHIDA


Fiz tanta coisa, vivi intensamente,
Criei, amei, pequei,
Minha vida foi muito preenchida.
Os anos passaram,
Os sonhos se diluíram,
E eu fiquei com a vida preenchida.
Juntei amigos,
Arranjei inimigos,
Minha vida permaneceu preenchida,
Acidentes e incidentes,
Maus tratos e contactos,
Alegrias e desgostos,
E a vida sempre bastante preenchida,
Os anos a pesarem,
Os euros a falharem,
Eu a pensar, mas feliz,
O cabelo a cair,
As rugas a marcarem,
As lágrimas a secarem,
O sorriso a empalidecer,
A vida a fugir e a esvaziar-se
Até deixar de ser vida preenchida.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O QUE É O AMOR


O amor existe, mas não se vê,
É algo que se deseja e não se alcança,
É um sentir que não se sente,
É um gostar, sem paladar,
É uma vontade de amar.

O amor é o que eu invento
Mas que vai com o vento,
É o que eu quero tocar,
E que é intocável,
Mas indispensável.

O amor é de difícil escolha,
Não se conhece por dentro,
Nem por fora se mostra,
É esquivo e insolente,
Deixa-nos temente.


O PRAZER NÃO É SÓ MEU


Sinto prazer por tudo que é teu,
O prazer não é só meu,
É um prazer sublime, egoísta,
Sei que também é teu.
Sinto prazer por pensar em ti,
Por te imaginar perto de mim,
Sinto um frenesim,
De um prazer que não tem fim.
Sinto prazer por saber que me amas,
De crer que és só minha.
O prazer não é só meu,
É dos dois e é de tudo.
Tudo que tocamos,
Que apalpamos,
Que trocamos.
O prazer não é só meu
O prazer é nosso.

Ruy Serrano, 17.06.2013

A FORÇA DO DESTINO


A força do destino é como potente íman,
Que nos leva pra onde mais lhe agrada
Retira-nos o querer e a vontade própria,
Deixa-nos sem futuro, com vida inglória.

A força do destino é que nos encaminha,
Através do espaço, do tempo, até ao fim,
Não nos deixa alternativas nem escolhas,
Apenas sonhos e projectos com bolhas.

Bolhas que rebentam nas nossas mãos,
Sem que se consiga agarrar e dominar,
É o destino que as deixa vazias, sem ar,
E desfaz nossos sonhos, nossas acções.

Não nos resta mais nada na nossa vida,
Apenas entregar-nos ao nosso destino,
É ele que com a sua força nos domina,
E nos arrasta sem glória para o abismo.


sexta-feira, 14 de junho de 2013

DESESPERANÇA


Estado d'alma o meu, que sinto um vazio,
Sem qualquer explicação, minha tortura,
Não percebo, não apetece, meu martírio,
É um mal-estar convertido em doçura.

É doçura que passa por vezes a amargura,
Não sei o que tenho, não sei o que falta,
Sei que não tenho espaço, nem tempo,
A minha vida tornou-se um passatempo.

Os dias passam, passam anos e anos,
A vida nada, nada me trouxe nem deu,
Apenas na voragem, me surpreendeu.
Com sonhos, promessas, desenganos.

O caminho encurtou, a corda esticou,
Tornou-me frágil e menos confiante,
Tudo que consegui, é dececionante,
Absorvido por alguém, nada sobrou.

Ruy Serrano, 14.06.2013

quinta-feira, 13 de junho de 2013

CONFUSÃO


As coisas já não são coisas,
Os homens já não são homens,
Os animais ainda são animais,
As plantas ainda são plantas,
A natureza permanece,
O Homem desvanece.

O Mundo já não é terra,
A terra já não é humana,
Tudo se transformou,
Tudo é diferente,
Não sei onde me encontro,
Travo violento confronto.

Tanta coisa se perdeu,
Desfez-se, desapareceu,
Tornou-se em nada,
Terá de tudo recomeçar
Pra nova vida se reconstruir
E não se acabar por fugir.

Fugir não há pra onde,
O espaço é limitado,
Na terra tudo está tomado,
Toda a gente a querer fugir,
Confusos e sem meios,
Acabarão por desistir.

Ruy Serrano, 11.06.2013

A CAMA ESPERA-ME


Passou o dia e eu tão ansioso pela noite,
Pra contigo conversar e poder desabafar.
Falarmos dos nossos sentires e desejos,
Com que nos identificamos e revemos,
Até ficarmos esclarecidos e satisfeitos.

Estou mortinho de sono, a cama espera-me,
Mas vou contigo conversar mais um pouco,
Quero sentir-te mais perto, dás-me prazer,
Prefiro estar presente, mesmo sem te ver,
Estou por ti apaixonado, deixas-me louco.

A cama espera-me, vou por fim deitar-me,
De baixo dos lençóis, teu corpo acariciar,
Sentir-te ao meu lado, os dois abraçados,
Loucos de desejos com os nossos beijos,
Até ao raiar de novo dia que vai chegar.

Ruy Serrano, 14.06.2013

METADE INFÂNCIA METADE VELHICE



Sou duas metades de mim mesmo,
Metade infância, metade velhice,
Tenho comportamentos diferentes,
Numa metade sinto-me criança,
Noutra metade acho-me vértice.

Enquanto criança sou ingénuo,
Minhas atitudes são imberbes,
Na velhice, sou mais maduro,
Tomo decisões de mais sisudo.

Meus namoros são tão infantis,
Q'as miúdas se desinteressam,
Na idade de maduro, os namoros
São mais saborosos e amorosos.

Em criança os sonhos são muitos,
Difíceis de concretizar, de ingénuos,
Enquanto que na velhice, os sonhos
Se esvaziam, por serem medonhos.

Ruy Serrano, 13.06.2013

segunda-feira, 10 de junho de 2013

ENTRE FRAGUEDOS E RIBEIROS


Do vale ao cume daquela serra,
Contornei a encosta escarpada,
Entre tais fraguedos e ribeiros,
Que me fizeram esquecer tudo
Que deixei p’ra trás, de injusto.

Quanto mais subia, mais sentia
Estar num mundo bem natural,
De vegetação e espécie animal,
Urze, rosmaninho e carqueja,
Colmeias de abelhas e cabras.

O silêncio da serra era cortado
P’lo zunir do vento frio e veloz,
E os ribeiros nervosos a saltitar,
Fraguedo em fraguedo, fortes,
Até chegarem ao vale, exaustos.

Entre os fraguedos e os ribeiros,
Meu tesouro maior, era desfrutar
A bela paisagem natural da serra,
Viver desejados momentos a vida,
Que na cidade, não era permitida.

CAMÕES POETA MAIOR


NAS COMEMORAÇÕES DO DIA DE PORTUGAL

Sinto-me pequeno pra enaltecer teu génio de poeta,
Procuro palavras, não as encontro, minha inspiração
Sufoca, ao ler teus versos, únicos e sempre belos.
Tua veia venturosa e amorosa são os teus valores
Que mais admiro, na tua vida breve e tormentosa.
Minha poesia se intimida perante tua majestosa
Obra. Gravaste o palpitar das nossas descobertas
No memorial da Nossa História, com tua maestria.
Tua odisseia pelo norte de África e pelo Oriente,
Os descobrimentos e caravelas deram-te divina
Inspiração pra escrever tua obra, OS LUSÍADAS,
Orgulho da identidade duma Nação, que merece
Celebrar no dia dez de Junho, O DIA DE PORTUGAL
Ruy Serrano, 10.06.2013

sábado, 8 de junho de 2013

ÉS O MEU TESOURO


As horas, os dias, os meses e os anos
Deixaram de ter algum valor pra mim,
O tempo parou, tu és o meu tesouro,
Trago-te no meu peito, flor de jasmim,

Só tu tens valor, só tu contas, amor,
Peco por ti, cometo loucuras tantas
Sou capaz de mentir pra te defender,
És a minha amada, meu maior valor.

Quero-te junto a mim agora e sempre,
Pra aqueceres os serões dos invernos
Com a chama do teu corpo em brasa,
Que alimente a lareira do meu amor.  

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A MINHA MATRIZ


A minha matriz é muito minha, é diferente,
É a matriz que consegui durante esta vida,
Com muita determinação e empenhamento,
Saber e competência que de meu pai herdei.

Sei que a minha matriz é pra mim o valor
Mais alto que posso ambicionar defender,
P´ras novas gerações conseguir transmitir
Sem egoísmo, tudo o que guardei e eu sei.

A minha matriz ensinou-me a muito amar,
Ser generoso e nunca exigir nada em troca,
Dizer só a pura verdade, dos factos extraída,
Ser arrogante nos momentos importantes.

Não abdico da minha matriz, é só minha,
É a minha identificação como ser humano,
Não a quero perder nem deixar contrariar,
Nem que p´ro evitar tenha de muito lutar.

Ruy Serrano, 07.06.2013

TU ÉS A MINHA LUZ

  
Quando as luzes se apagaram e tudo escureceu,
Como carvão gravado no céu,
Fiquei contigo e com a luz que irradiavas,
Com que me conquistavas,
De beijos e teus devaneios,
Meus prazeres e desejos.

Desejei que não mais se acendessem as luzes,
Queria que a tua luz permanecesse,
P'ra me iluminar e me dar prazer,
Ao beijar-te e acariciar teu corpo,
Perfumado e tão viçoso,
Sedento de carinhos e fogoso

Ruy Serrano, 07.06.2013

quarta-feira, 5 de junho de 2013

DESAPARECESTE NO VERÃO


Espero e desespero por uma mensagem
Que não sei qual é, nem quem a envia,
Desejada com a ansiedade esperada,
Num tempo de enganos e surpresas,
Acabou o verão, levou as curtas férias,
Desapareceste como uma breve nuvem,
Veio o Outono, és hoje folha desmaiada,
Que se desprende da árvore do amor.
Misturando-te na poeira deste tempo.

Eu arrefeci com a brisa do Outouno,
Por te perder com as muitas folhas
Com que te misturaste, sem saber
Se ainda me amas, ou tens outro.
Meus lábios secaram, ciosos de beijos,
Não tenho nada para os humedecer,
Apenas lágrimas que correm p'la face,
Como cachoeiras que se despenham
Lá do alto, no abismo desta minha dor.
Ruy Serrano, 05.06.2013

segunda-feira, 3 de junho de 2013

O QUE FICOU POR DIZER


Ficou tanto por dizer e sem ninguém pra escutar,
Que m'esqueci do que ainda tinha pra confessar,
Ficou tanto por dizer e eu sem tempo pra chorar,
Minhas mágoas e tristezas, fui obrigado a guardar.

Só me resta falar p'ras paredes, e esperar o eco
Das minhas palavras, pra poder compreender
O que me vai na minha alma e no meu coração,
E que só as paredes me podem dar a explicação.

Se alguém me quiser ouvir, tenho muito pra dizer,
O que não tive coragem de revelar e é verdade,
E que, não sendo mentira, não devo esconder,
Por ser o que me vai na alma e é a pura realidade.

Ruy Serrano, 03.06.2013

domingo, 2 de junho de 2013

FOGUEIRAS DE SÃO JOÃO


Fui à noite de São João saltar a fogueira,
Conheci lá uma Joana d'Arc, feiticeira
Que comigo saltou a fogueira, na eira,
Mas que me deixou o coração a arder.

Não senti a dor das imensas labaredas,
Tal era o amor que tinha por tal feiticeira,
Rendi-me aos seus encantos e afoiteza,
Era sem dúvida, uma grande guerreira.

Deixei-me consumir nas suas labaredas,
Fui com ela para o purgatório do amor,
Onde as paixões se pagam sem pudor,
E é um penar eterno de muitas tristezas.

Espiados os nossos pecados até ao limite,
Voltámos a saltar a fogueira de São João,
Vivendo juntos, com ardor e muita paixão,
Ternos momentos de perfeita cumplicidade
.
Ruy Serrano, 02.06.2013