quarta-feira, 9 de outubro de 2013

AMALIA MINHA DIVA DO FADO (Minha homenagem)



Amália, tu és a minha diva e a alma do fado,
Tua beleza, teu talento, tua voz, são únicos,
Apaixonaram muitos adolescentes como eu,
Que t'acompanharam durante toda a vida,
Por te considerarem diva e a maior fadista.

Foste vendedeira de fruta, vendeste sonhos,
Tiveste muitos amores, sofreste dissabores,
Foste estrela talentosa do cinema nacional,
Tiveste convites p'ro cinema internacional.
Recusaste, por seres modesta e portuguesa.

Além de minha diva, eras minha apaixonada,
Desejei beijar-te, tomar-te nos meus braços,
Sonhos de adolescente, simples padecente,
Não perdia um filme teu, ouvia os teus fados,
Todos os dias, a todo o momento, encantado.

Fizeste tertúlias com poetas e outros fadistas,
Gosaste a vida intensamente, para afogares
Mágoas, entregaste-te a aventuras amorosas,
Acabaste tua vida, encharcada em lágrimas,
Deixas-te corações a sangrar, amargurados.

Ruy Serrano, 08.10.2013, às 22:30 H

(DES) FAZER ANOS (Meu Aniversário)

Hoje é o dia de menos um ano na minha vida,
Não faço anos como muita gente pensa fazer,
Perco anos que caminham por uma descida,
Em que vai deixando de tudo m’acontecer.

Os poucos cabelos que me restam são brancos,
Os outros me deixaram por se fartarem de mim,
Deixei de sonhar, passei a vegetar, nos bancos
Dos jardins sem flores, deixei de ser benjamim.

Os anos estão prestes a se esgotar, cansados,
Já não me dão conselhos, nem são respeitados,
Vivo de surpresas, acusações e de promessas.

Consolo meu, ter-me apaixonado pela poesia,
Que acarinho com muita inspiração e teimosia,
Com que sobrevivo bastante longe das trevas.

Escrito sem rigor métrico.

Ruy Serrano, 25.09.2013, às 09:35 H