segunda-feira, 12 de maio de 2014

SAÍ DA CIDADE...

SAÍ DA CIDADE...

Saí da cidade fui visitar a natureza,
Andei por serras, vales e rios,
Respirei o ar puro,
Desfrutei de tanta beleza,
Achei-me mais maduro.
O mato da primavera florido,
O verde mais verde das árvores,
As águas cristalinas dos ribeiros
A correr, ávidas de chegar ao destino,
De se abraçarem aos seus rios
Que irão ter ao mar dos oceanos.

Saí da cidade, fui visitar a natureza,
Quis ficar com ela a viver,
Não consegui, por inveja,
Atearam fogo ao arvoredo,
Acabei por ficar a sofrer,
Por tanta maldade sem pejo.
Continuei na cidade contrariado,
Entre quatro paredes fechado,
Sem um carinho, um beijo.
Assim fiquei para sempre,
No meu feudo, me lamento.

Ruy Serrano - 12.05.2014, às 15:35 H


domingo, 11 de maio de 2014

LONGA CAMINHADA

Esta caminhada que comecei há muitos anos,
Parece não ter fim,
Com ânimos e desânimos,
Não sei o que vai ser de mim.
Duma coisa tenho eu a certeza,
Passarei o resto da vida a escrever poemas,
Com eles durmo e me alimento,
São o meu estado, o meu sustento.

Alguns companheiros de jornada,
Ficaram pelo caminho,
Não resistiram à árdua caminhada,
Tiveram triste destino.
Poupados foram à penosa vivência
Dos que sobreviveram,
Que levam uma vida sem decência,
Sem contudo a merecerem.

É a sociedade egoísta e hipócrita
Que nos impõe o caminho,
Que devemos seguir,
Sem bússola, nem rota,
Sem ambições e sozinhos,
Até o fim podermos atingir.
Só quando terminar a longa caminhada,
Teremos o descanso merecido e desejado.

Ruy Serrano - 12.05.2014, às 10:25 H

SALPICOS DE AMORES

 



SALPICOS DE AMORES 

Chegam-me salpicos dos meus amores,
Que se desfizeram durante seu trajecto,
E vieram ter comigo, quais meteoritos,
Por não terem encontrado algum afecto.

Só me chegam salpicos de certos amores,
Que não são verdadeiros nem são inteiros,
Perderam o perfume dos meus desejos,
Pra mim grandes desgostos e dissabores.

A sorte com os amores anda assim arredia,
Segue por outros caminhos, por outra via,
Vai ter com quem se intromete, não mereço,
Não desistirei de amar, teimoso eu prometo.

Desconfiado sou e serei durante toda a vida,
Não acredito nem sustento os falsos amores,
Não preciso deles para sonhar e viver feliz,
É a intuição e a experiência que tal mo diz.

Ruy Serrano - 11.05.2014, às 17:40 H




A SAUDADE FAZ PARTE DE MIM


Quis juntar- me à saudade,
Fazer dela minha amante,
Ela recusou, sem piedade,
Disse ser de toda a gente.

Fiz-lhe versos de encantar,
Relembrando tempos idos,
Dos que passámos a amar,
Os momentos tão sofridos.

Continuo por ela apaixonado,
Não quero deixar a saudade,
É ela o meu sonho sonhado,
Não quero apenas piedade.

Quando a saudade me deixar,
Deixarei de escrever poesia,
É ela que dá inspiração e ar
Para ter muitos anos de vida.

Não creio que a saudade dure
Pra ser assim de toda a gente,
Que acha que eia não perdure,
Por ter sido excluída da mente.

Deus me pediu para a saudade
Ser sempre a minha companhia,
Por eu ter vindo desse passado,
E por eia o futuro me foi dado.

Ruy Serrano - 11.05.2014, às 12:10 H