domingo, 27 de novembro de 2016

ESTOU AQUI...

Estou aqui, aqui estarei,
De ti nunca eu desistirei,
És o sangue do meu sangue,
Fazes parte da minha vida,
És uma grande mais-valia.

Enquanto tivermos valores
A defender, não cederemos
A tentativas de subversão
Do crer e da nossa razão.
Os obstáculos venceremos.

A nossa razão subsistirá
Para além das intrigas,
Até a verdade se revelar,
E o mau tempo passar,
Com os melhores dias.

Estou aqui todo o tempo
Que a vida me permitir,
Para poder inda assistir
À justiça que será feita,
Com a medida perfeita.

Ruy Serrano - 28.11.2016


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

ANA MOURA E O BAILARINO

Extasiado fiquei com esse momento,
De fado sentimental,
E dança monumental,
Executada pelo teu bailarino,
Elegante e expressivo.

Foi um momento único
De arte e fado em uníssono,
Na tua vós doce e quente
E na dança criativa e alusiva
Verdadeiro hino à vida.

Como bela feiticeira,
Encantaste-me e me seduziste,
Não resisti, fiquei triste,
Por não passares de pura miragem
Com tua silhueta na outra margem.

Ao menos uma única vez,
Gostaria de te ter tocado
Para te sentir a cantar o fado.

Ruy Serrano - 12.11.2016

CARTA ABERTA À PRESIDENTE DA CÂMARA DE TOMAR

Dirijo-me a V. Ex.cia pelo direito que me assiste como munícipe do concelho de Tomar e cidadão livre deste País, de lhe manifestar o meu vivo repúdio pela maneira como tem conduzido o seu mandato à frente da nossa Edilidade.
A minha idade madura e probidade pessoal reforçam esse meu direito por constatar factos e acontecimentos que desde o início das suas funções se vieram desenrolando através das suas decisões irresponsáveis e contrárias ao seu manifesto eleitoral. Os  cidadãos que a elegeram sentem-se maioritariamente desiludidos por terem acreditado que desta vez a Câmara iria ter alguém capaz de a recolocar no lugar a que tem direito no âmbito nacional, como já teve no seu passado de há algumas décadas.
Sendo mais concreto, refiro-me, principalmente, ao facto de desde o início do seu mandato ter optado por retirar competências a certos funcionários da Câmara que mereciam mais respeito. Ao invés, deveriam esses colaboradores ter sido mentalizados a colaborarem numa outra maneira de exercerem as suas funções, enquadrados na nova política camarária. Assim, verifica-se que a sua preocupação foi despromover os colaboradores qualificados e promover outros colaboradores que embora de qualificação duvidosa, não reuniam condições e unanimidade para os lugares que vieram a ocupar. Esta sua política protecionista, culminou recentemente com a demissão do cargo de vereador do arquitecto Rui Serrano. É conveniente recordar que este técnico de reconhecida competência foi convidado por V. Excia. a fazer parte da sua lista eleitoral para reforçar a sua proposta e que muito contribuiu para que o seu partido ganhasse as respectivas eleições. Eu próprio, como muitos outros munícipes que nunca havia votado no P. S., votei no seu partido porque lá estava o Rui Serrano. Não se trata apenas de sensibilidade paternal, mas também de confiar nos seus méritos e competência na sua área de arquitectura como deixou demonstrado pelos quatro anos que esteve como vice-presidente da Câmara de Abrantes. Tendo o Rui Serrano, como é lógico, renunciado oportunamente aos respectivos pelouros dessa Câmara (que geria com dificuldade e contrafeito, pela oposição sistemática de  V. Ex.cia às suas propostas válidas), pergunto quem irá substituí-lo na árdua tarefa a que abnegadamente ele se entregou, para restituir ao concelho, principalmente à cidade de Tomar a dignidade que merece?
Para além do muito que ainda conseguiu fazer e o que fica por fazer, o seu nome ficará ligado a esta Câmara, como personalidade isenta e bem intencionada que desempenhou o seu cargo discretamente, afastado da ribalta e dos flashes e manchetes políticos. Impõe-se agora V. Excia. esclarecer os motivos que a levaram a despromover o seu vice-presidente e usou de todo o seu poder para bloquear as iniciativas do Rui Serrano. fazendo o ponto da situação do que ficou feito e do que estava em suas mãos para fazer. Isto é o mínimo a que os munícipes têm direito de saber.
Embora, pessoalmente eu deseje um fim feliz do seu mandato, prevejo com muito pessimismo que V. Excia. não conseguirá a sua revalidação, o que irá  afectar profundamente a imagem do seu partido neste concelho e até ao nível Nacional.
Quero deixar bem claro que o sentido desta minha carta teve origem principalmente, na obrigação que senti de ser porta-voz dos munícipes descontentes que se retraem a manifestar a sua opinião livre e democrática. Tenho dito.
Respeitosamente, subscrevo-me,

Ruy Moreira Henriques Serrano.
Munícipe residente em Tomar há 41 anos,
tantos anos como os vividos em África.

Tomar, 22 de Novembro de 2016

sábado, 30 de abril de 2016

PARA LÁ DO HORIZONTE

Nesta senda do progresso, o horizonte
Encerra um grande mistério, é secreto
E ninguém o consegue atingir, apenas
Se sabe que de surpresas está repleto.

Para lá do horizonte há outro mundo,
Diferente deste em que eu inda vivo,
Este mundo corrupto, estéril, imundo,
Não é de confiança, nem é merecido.

Para lá do horizonte estão as esperanças
Que me restam duma vida enganadora,
Vivida durante décadas, tão sonhadora,
Que não passaram de cenas burlescas.

Ninguém alcança o fim deste horizonte,
É proibido saber o que está para além,
O homem tem de merecer o horizonte
Que se abre para lá de qualquer monte.

Ruy Serrano - 30.04.2016

sexta-feira, 29 de abril de 2016

GENTE ANÓNIMA

Neste Mundo mal tratado, em que vivemos,
Há gente anónima de que nos esquecemos,
Parecem ser doutro Mundo e não do nosso,
Tão desprezada é, que se sente num fosso.

Por vezes penso que a essa gente pertenço,
Por ter passado anónimo e sem ser tocado
Pela sorte que a outra gente terá chegado.
Com grande esforço, sem ânimo, arrefeço.

Na esperada Arca de Noé que Deus enviar,
Terá lugar toda a gente anónima sobreviva,
Que com os animais vão ter uma nova vida.

No Além serão bem acolhidos para reiniciar
Outro ciclo de vida diferente, em que justiça
Será aplicada, sem descriminação mestiça.



Ruy Serrano – 29.04.2016

domingo, 3 de abril de 2016

FECHA A PORTA


FECHA A PORTA

Fecha a porta, fiquemos só nós,
Vamos esquecer o Mundo,
Ele é dos loucos
Não é o nosso.

O nosso Mundo é muito diferente,
É o verdadeiro, o mais real,
No nosso não se mente,
O outro é muito mau.

Fecha a morta, não deixes entrar
Ninguém que nos perturbe,
Vamos nós aproveitar,
Tudo que nos une.

A porta fechada dá-nos segurança,
Deixa-nos à nossa vontade,
Dá-nos muita confiança,
És minha cara metade.

Eu e tu com a porta sempre fechada,
Estamos mais seguros da vida,
Não dependemos de fachada,
Vivemos de magia.

FECHA A PORTA, DEIXA BATER

Ruy Serrano - 04.04.2016



terça-feira, 29 de março de 2016

SALÁRIO MAGRO

SALÁRIO MAGRO

Vivo com um salário magro, ando triste,
Farto-me de trabalhar, mas não desisto,
Pra quê reclamar, se não sou escutado,
Quanto mais protestar, mais maltratado.

Meu salário mal dá para comer, é igual
À pensão de muita gente que trabalhou
A vida inteira e agora vive na miséria,
É a exploração do homem pelo homem.

Com este salário magro, não sei viver,
Sou obrigado a aprender a muito odiar,
Vou fazer um sacrifício e tudo ignorar,
Para represálias não vir ainda a sofrer.

Muita gente ganha salários como eu,
Pouca gente ganha grandes salários,
São os exploradores dos mais fracos,
Fazem das pessoas eternos lacaios.

Salário magro como o meu, é vulgar,
Arrisco a dizer que um dia mais tarde
Tudo irá mudar e o salário será igual
Pra toda a gente, será assim tão fatal.

Ruy Serrano - 30.03.2015

segunda-feira, 28 de março de 2016

TENHO-TE EM MIM



TENHO-TE EM MIM

Estás em mim a todo o instante,
Não te quero perder num tempo
Em que mais preciso de ti, aqui,
Este é o meu melhor momento.

Tenho-te em mim, o teu corpo,
Juntou-se ao meu, numa noite
De volúpia de prazer, de amor
Que vivemos com muito fervor.

Ainda vem longe o amanhecer,
Nós acordados, numa entrega
Total, saboreando o nosso ser
Com os pecados sem espera.

Tenho-te em mim, no meu ser,
Nele encontraste o teu refúgio,
Sei que comigo sentes prazer,
Duvido se usas de subterfúgio.

Tenho-te em mim para sempre,
Condenados estamos em viver
Ligados pelo nosso único ser,
Somos pão do nosso fermento.

Ruy Serrano - 28.03.2016



sábado, 26 de março de 2016

UM PASSO DE DANÇA


UM PASSO DE DANÇA

A minha vida passa por um passo de dança,
Umas vezes para a frente, outras para trás,
Passo a vida a dançar, estas danças da vida,
Que me são impostas por esse tal satanás.

Danço a vida com anjos, mas o Diabo entra
Na dança e faz-me trocar o passo, ao ritmo
Que me faz dançar com prazer e elegância,
Faço por ignorar o Diabo e a sua arrogância.

Ando nesta vida, nesta dança há muitos anos,
Já sei as danças de cor, mesmo assim troco
O passo bastantes vezes, não é por engano,
É porque o Diabo se intromete no meu tango.

Já quis parar de dançar, mas a minha atração
Pela dança é tal, que não a  posso abandonar,
Ela é a minha melhor companhia, a adoração
Que tenho por ela me obriga a dela eu gostar.

Aprendi nesta vida todos os tipos de dança,
Umas mais lentas, outras um tanto mexidas,
As que eu danço melhor, são certas valsas,
São as de maior elegância e mais divertidas.

Chegou tempo para parar de dançar, cansei,j
Vou o meu corpo deixar por agora descansar,
Meus herdeiros que dancem agora por mim,
Eu já cumpri o meu dever, vou me reformar.

Ruy Serrano - 27.03.2016



segunda-feira, 7 de março de 2016

POEMA SEM NOME

POEMA SEM NOME

O poema saí-me das entranhas,
Como o sangue que me corre
Nas veias, quente e com ritmo,
Escrito com paixão, e instinto.

Este poema que agora escrevo,
Foi pensado durante esta noite,
Para oferecer aos meus leitores
Que são meus amigos maiores.

É um poema sem nome e tema,
Que escrevo ao correr da pena,
É solto e natural, sem retoques,
Não tem silicone nem botoques.

O poema é filho da minha criação,
Seu parto é breve e sem me doer,
Porque foi feito com calor e amor,
Numa noite de vigília, com prazer.

Ruy Serrano - 07.03.2016

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

QUANDO O CORAÇÃO RECLAMA


QUANDO O CORAÇÃO RECLAMA

As palpitações do meu coração,
São como o bater apressado,
Das horas no relógio de parede
Que me foi por ti ofertado.

Cansado de palpitar, tanto reclama
Que ameaça um dia parar,
Por perder a paixão e a sua chama,
Ao sentir um intenso amargar.

Meu coração reclama teus afectos,
Teus abraços e teus beijos meigos,
Não agraves o seu muito palpitar,
Entrega-te a mim para ele acalmar.

Não quero que o meu coração canse
De tanto palpitar por ti,
Imploro pra não te manteres distante,
Continua a gostar de mim.

Ruy Serrano - 11.01.2016