segunda-feira, 28 de agosto de 2017

AMOR VERDADEIRO

O amor verdadeiro é diferente,‘
Não é amor virtual nem carnal,
É amor sincero e responsável 
Que se alimenta do nosso ego.

Amar de verdade é tão natural
Que não encerra nada de mal,
É gostar de tudo e de alguém,
Sem olhar a quê nem a quem.

Este amor verdadeiro é superior,
Vive connosco, vem do interior,
Nada tem a ver com o desejar
Ter a sensação dum falso amar.

O amor verdadeiro é muito raro,
Não o tem toda a gente, é caro,
Não tem preço, é de herança,
Cultiva-se quando se é criança.

Quão feliz é toda a nossa vida,
Se soubermos controlar o amor,
Dando-lhe o cunha de verdade
Nāo o tomando como maldade.


Ruy Serrano -  29.08.2017

domingo, 27 de agosto de 2017

DESLIZAM MINHAS MÃOS...

Deslizam minhas mãos pelo teu corpo,
Tua pele macia me arrepia,
És uma doçura, 
Minha alegria.

Enlaça-me, beija-me, quero respirar
O ar quente que te envolve, 
Sentir o teu peito arfar,
Gozar o que se sente.

Tateio, procuro descobrir caminhos,
Receber de ti teus carinhos,
E saborear os momentos 
De belos sentimentos.

Quero-te mais que tudo deste Mundo,
És o meu baluarte, que eu defendo.
Não arrisco ficar sem ti,
Fica comigo aqui.

Pelas ameias do meu castelo, vigiarei 
O inimigo que te quiser levar,
Implacável eu serei,
Para contigo ficar.


Ruy Serrano - 28.08.2017

sábado, 26 de agosto de 2017

BREVE VISITA

Crónica

Volvidos dezasseis anos, voltava a pisar ansioso a minha terra. Sentia-me órfão e ignorado. Via rostos e olhos curiosos a observar-me como eu fosse um estranho intrometido. Estranha sensação a minha pensar que aquela era a minha terra de nascença. Passei pelo controle do aeroporto perante a indiferença dos agentes que nem deram importância ao meu apelido de Serrano. Tomei um carro com mais dez passageiros e rumámos a Cabinda.
Passámos por ruas irreconhecíveis pois nem o nome tinham a identificá-las. Quando passei pelas minhas casas, senti-me ultrajado e infeliz por não poder entrar no seu interior e dizer-lhes quanta saudade sentia de tão prolongada ausência. Tinha a sensação de se ter erguido um muro intransponível que me privava de interagir com aquelas construções de cimento a que eu dera vida. 
Os amigos e colaboradores que deixei estavam reduzidos a meia dúzia, pois a maior parte tinha sucumbido de modo estranho e já não pertenciam ao número dos vivos. As viúvas envergando panos pretos, viviam tristes na companhia de seus filhos que não tinham ideia de quem eu era.
A minha estada foi curta e o regresso bastante penoso. Deixou-me com a sensação estranha de ter feito uma incursão por uma terra de fantasia e incaracterística, pertença ilegítima dos senhores do poder e do dinheiro. Pela minha afinidade àquela terra que já não me pertence materialmente, mas que ainda é minha emocional e moralmente, não consigo apagar a sua imagem da minha memória. Deus a proteja e aos seus filhos inocentes.


Ruy Serrano - 27.08.2017

ANDO À MINHA PROCURA...

Ando à minha procura e não me encontro,
Tive com a vida um desencontro,
Não desisto, quero encontrar,
Alguém para muito amar.

Amar é e será a minha vocação e o destino
Que Deus me dará com muito tino,
É na fé que sinto a protecção 
E o bater do meu coração.

Coração saudável e de batimento cadenciado,
É o que melhor eu tenho comigo,
Para eu poder viver contigo,
Muitos anos apaixonado.

Apaixonado e rendido aos teus belos encantos,
Deixam-me sonhar com o teu amor,
Na companhia dos nossos anjos
Que evitam sofrermos de dor.

De dor é o que tem sido toda a minha vida,
Enquanto fui pela má sorte perseguido,
Hoje tudo passou e estou vivo,
Mercê dum golpe de magia.

Magia é de que a minha vida foi construída,
Dando-me coragem e muito alento,
Para vencer o inimigo e a intriga 
Que foi malogrado intento.


Ruy Serrano - 26.08.2017

domingo, 20 de agosto de 2017

O TEU ABRAÇO

Sinto a falta do teu abraço, neste caudal de tristeza que me dilacera meu coração. O teu abraço era para mim um bálsamo de amizade incondicional e intemporal. Fiquei apenas com a sensação vaga e remota do teu sincero abraço, que me sequestrou no meu espaço entre quatro paredes. Não foste apenas tu que ficaste encerrada entre quatro tábuas. Tu  foste libertada deste castigo terreno, enquanto eu continuo a pagar pelos meus pecados, neste braseiro, em que ardem corpos com os incêndios ateados por forças do mal. É castigo que não sei que tempo vai durar, duvido que eu consiga suportar muito mais. Quanto mais tempo passa, maior é o meu sofrer pela falta desse teu meigo abraço. É na escuridão da noite que espero por ti em sonhos de muitos matizes. Faço por esquecer, mas não consigo deixar de sentir esse abraço que jamais me abraçará e que levaste contigo para a eternidade.


Ruy Serrano - 21.08.2017

AUSÊNCIAS

Esta palavra ausência é tão presente,
Que faz lembrar quem está ausente,
E que nos deixou muitas saudades,
Levando consigo todas as verdades.

Verdades que não foram reveladas.
Por poderem ser mal interpretadas,
Por gente de ódios e muitas invejas,
Com mentiras, tal maduras cerejas.

Cerejas são fruta de boa comedura,
Doce e saudável, quando madura,
Apanhada da cerejeira, inda melhor,
Óptima fruta de qualidade superior.

Superior é todo o ser verdadeiro 
Muito mais sério do que batoteiro,
Que continua vivo para defender
Os desprotegidos fartos de sofrer.

Sofrer acaba por acontecer no fim
Da vida, com a ausência definitiva
Duma vida tão longa e tão sofrida,
Que nunca se desejou ser assim.

Ruy Serrano - 21.08.2017



sábado, 19 de agosto de 2017

SENHORA O QUE VOS PREOCUPA ?

Senhora, o que vos preocupa?
Que me ignorais, neste exílio
Permanente em que eu vivo,
E de que algo cruel se oculta.

Eu que vos amo sem limites,
Defendo vossa honra dia a dia,
Nāo pactuo com bandalhices,
Sois a amante que eu queria.

Por vós lutarei até me faltar
As forças e não a coragem,
Que me há-de pois inspirar
Pra vos prestar vassalagem. 

Vós sois a minha inspiração,
Que me levará ao extremo
Da defesa da vossa honra,
Pra merecer vossa benção.

Os dias passam como o vento,
Levam os meus bons sonhos,
Onde no meu leito tenho alento,
Pra vos imaginar entre lençóis.

Ruy Serrano - 20.08.2017


CORAÇÃO DE PEDRA

Teu coração de pedra resiste
Aos meus sentimentos.
Apesar dos meus lamentos,
Nem assim eu desisto.

Tento partir o teu coração,
É tão resistente,
Que minha boa intenção,
Me deixa temente.

Nāo há coração como o teu,
Foi Deus que to deu,
Essa graça tua, tāo Divina,
É só tua, não é minha.

Ainda tenho grande esperança
De quebrar o teu coração,
Num dia de sol do próximo verão,
Apesar da longa distância.

Hāo-de chover pedras de granizo,
Que te irão partir o coração,
E tu voltarás a recuperar teu siso,
Ao me amares com devoção.

O céu mais azul ficará,
O sol muito mais luz irradiará,
Será um dia esplendoroso,
Para o nosso amor fervoroso.

E assim o teu coração quebrou,
Num novo dia que alvorou,
Cheio de luz, amor e promessas,
Com palavras que confessam
Teu arrependimento,
Neste precioso momento.

Ruy Serrano - 19.08.2017


quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A FOLHA QUE O VENTO LEVOU

O vento levou a folha da árvore,
Em que escrevi o meu poema 
E foi entregá-lo à minha amada,
Que ficou deveras encantada.

Afinal essa folha era do caderno
De poemas que eu escrevera 
Para surpreender o meu amor
No dia de anos, na Primavera.

Tal poema era único e diferente,
Falava o quanto eu lhe queria,
E de a tornar a minha amante
Mulher linda e surpreendente.

Um poema inspirado e recitado,
Que lhe li pelo meu computador,
Quando lhe liguei naquele dia,
Que ela achou ser o que queria.

Assim, a folha que o vento levou,
Me deu de volta um grande amor,
Que desejava com enorme fervor,
Que muito feliz assim me deixou.


Ruy Serrano - 17.08.2017

terça-feira, 15 de agosto de 2017

NĀO ME DEIXES

Nāo me deixes,
Sabes que eu sempre te amei.
Não me deixes,
Nunca na vida te abandonei.
Não me deixes,
Dei-te tudo que te podia dar.
Não me deixes,
Não me deves pois abandonar.
Nāo me deixes,
Não sei o que será de mim sem ti.
Não me deixes,
Dá-me mais uma oportunidade.
Não me deixes,
Abdica dessa tua grande vaidade.
Nāo me deixes,
Juntos poderemos ser ainda felzes.
Não me deixes,
Vamos viver nossa vida de matizes.


Ruy Serrano - 15.08.2017

sábado, 12 de agosto de 2017

A ALMA A VIDA E O HOMEM

A alma, a vida e o homem, são inseparáveis,
A alma comanda a vida,
A vida sustenta o homem,
O homem não é ninguém.
Se não fosse a vida,
Não valia um vintém.

Quando o homem se porta mal,
A vida prega-lhe sustos,
Avisa-o que o deixará,
Se não se portar bem,
A alma se cansará também,
Dizendo à vida que a castigará.

O homem tem de se reciclar,
Para a vida não se rebelar,
Por temer que a alma a deixe,
E fique sem forças suficientes
Para o homem ajudar,
Impedindo que seja deficiente.

Enquanto a alma abstracta existir,
A vida continuará a subsistir,
E ajudará o homem material,
A viver, não sendo imortal.
O homem será responsável,
Para não ser um simples animal.

Ruy Serrano - 12.08.2017



segunda-feira, 7 de agosto de 2017

É AMOR OU PAIXÃO.?

Não sei se é amor se é paixão,
Este meu sentir tão profundo,
Será que vivo grande ilusão,
Por viver iludido, no Mundo?

Vivo uma vida de expectativa,
Por querer viver o que sabia
Ser um amor ou uma paixão,
O que eu vivo  com devoção.

Não sei se é amor se é paixão,
Amor não é certamente, erro
O meu de pensar que amar
É arte fácil de viver e sonhar.

Se paixão é amar cegamente 
Amor é querer eternamente
Acreditar que será possível
Viver feliz, por ser acessível.

Com a paixão quero imaginar
Que o amor será o caminho
Aberto para assim conquistar
Quem amo com mui carinho.


Ruy Serrano - 09.08.2017

domingo, 6 de agosto de 2017

LÁ VAI ELA...

Lá vai ela, ligeira e vaidosa,
Remexendo suas ancas,
Que a todos encanta,


Por entre ruas e becos,
Lá vai ela, provocante,
Sem ser chocante.

Lá vai ela senhora do nariz,
Sempre assim a vi,
É o meu amor.

Lá vai ela, não sei para onde,
Ignoro o seu destino,
Meu desatino.

Lá vai ela ao fim da tarde,
Espalhando o alarde
De se perder.

Perdê-la, grave desgosto o meu,
Sem eu poder nada fazer,
Meu eterno padecer.

Lá vai ela e com ela vou eu,
Não sei para onde irei,
Sigo ouro de lei.


Ruy Serrano - 06.08.2017



sábado, 5 de agosto de 2017

O CAIS DE ONDE EU PARTI

Daquele cais junto ao Tejo, donde parti,
Num dia muito triste que não esqueci,
Em direcção à minha terra, lá longe,
Na África misteriosa, meu berço doce.

O cais de onde eu parti, jamais esqueço,
Foi um misto de tristeza e de expectativa,
Que senti, por saber que meu regresso,
Confesso, não era por mim tão previsto.

Quis a providência que por maus motivos,
Voltasse aquele cais, de regresso forçado,
Sem me ter sido por alguém explicado,
Porque eu e minha família fomos banidosj

Esse cais encheu-se de gente e caixotes,
Tudo viera a monte no barco fantasma,
Que aquele cais do Tejo por fim aportara,
E eu recebido com protestos e dichotes.

Não bastara o meu azar de ter de voltar,
Ainda fui recebido como ser indesejado,
Meu futuro por muito tempo hipotecado
Com dificuldade para agruras ultrapassar.

Nem as andorinhas da Primavera, amigas
Que de África trouxera, me deram alegria,
Tal era também a sua tristeza, sem alento 
Para voarem através do novo firmamento.

Ruy Serrano - 05.08.2017