terça-feira, 30 de janeiro de 2018

PALAVRAS NÃO DITAS

Há tantas palavras para dizer,
Palavras que nos dizem muito,
Mas que ninguém quer ouvir
Por serem palavras amargas.

Guardei comigo tais palavras
Para ninguém as poder ler,
São segredos de denúncias,
De vidas que deixaram de ser.

Ainda um dia essas palavras
Serão por mim duvulgadas,
Para todo o Mundo conhecer
A verdade que deixou de ser.

Há tanta coisa que não sabes
Que existe e ninguém o disse,
Por receio de más represálias
De quem quer manter silêncio.

As palavras não ditas são belas
São pintadas com as verdades
Que a vida nos tinge com cores
Fortes por grandes realidades.

Um dia serão ainda divulgadas
Tais palavras que dizem muito
Para se saber a verdade oculta,
Por gente que se julga impoluta.

Ruy Serrano - 30.01.2018







quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

NUNCA FOSTE MINHA


Grande ilusão eu tinha,
Nunca foste minha,
Escondeste-te numa concha,
Deixaste-me à tua espera,
Mal que me desespera.

Não vou esperar que a concha se abra,
Para dela te tirar,
Para te confessar
Como o meu amor é sincero,
Responde, senão desespero.

Nunca foste minha,
Não quero que outro de tome,
Guarda-te para mim,
Tenho muito para te dar,
O meu beijo o meu amar.

És do tamanho do Mundo,
Só te vejo a ti, minha estrela
Que guias o meu destino,
Trata-me com amor e carinho,
Assim o mereço, não desisto.

Perdoa-me por te amar tanto,
Eu não descanso
Enquanto não te entregares
Ao meu corpo, 
Que já sinto quase morto.

Tenho o coração preso por um fio,
À vida que ainda me sustenta,
Não quero que o fio se parta,
Segura no fio com amor,
Para eu não morrer de dor.


Ruy Serrano - 25.01.2018

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

ABOMINÁVEL POLÍTICA

A política tal como é praticada em Portugal, como na maior parte das Nações, não tem qualquer lógica. Fazem parte da política apenas os apaniguados e protegidos dos partidos. Estes reuniram-se para mascarar as realidades vividas pelo povo. Este não se sente democraticamente representado, em virtude dos eleitos serem propostos pelos partidos. Desta contradição, resulta que as leis são propostas e aprovadas pelos próprios partidos à medida dos seus interesses. Se fossem os cidadãos a proporem as medidas que o governo deveria tomar, seria relevante para melhorar a sua qualidade de vida e distribuição da riqueza mais justamente. Feita uma análise cuidada da situação política actual, verifica-se que a "democracia" está encapotada, enquanto é praticada uma" ditadura democrática" semelhante à "democracia" do regime totalitário de Salazar. Enquanto esta situação não for alterada, quem mais será prejudicado é a actual juventude, futuros homens deste País.

Ruy Serrano - 23.01.2018
Escritor

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

A MAGIA DO SABER E O DESLUMBRAMENTO DO PODER

O Saber não é exclusivo de ninguém. Depende tão-somente de vontade própria e sempre num crescendo de actualização do conhecimento. Esta era a prática que há décadas atrás se seguia para a valorização pessoal e o objectivo de se atingir patamares superiores. O deslumbramento é exclusivo dum restrito número de indivíduos. Tomam o poder de assalto e cada vez acrescem o seu poder com mais poder e para isso não precisam de recorrer ao saber.

O saber é uma mais valia do indivíduo e contribui para o enriquecimento e mais igualdade da sociedade. Quando não há saber, não há conhecimento, tendo como consequência as baixas qualificações dos profissionais nas suas mais variadas actividades. Esta circunstância provoca o fracasso de muitas empresas, de muitos prestadores de serviços de conta própria e de conta de terceiros e de um modo geral de todas as funções e actividades. A fraca qualificação de muitos profissionais advém da carência do saber, não impedindo, todavia, que - devido à defeituosa organização da nossa sociedade -, ascendam a lugares cimeiros do poder. Como consequência, os centros de decisão são ocupados por pessoas meramente teóricas, deslumbradas pelo assento nos gabinetes e sem o conhecimento e saber das realidades que se vivem na vida prática quotidiana.

Ruy Serrano – 15.01.2017

domingo, 14 de janeiro de 2018

LABIRINTO


Neste grande labirinto,
Ando há muito tempo perdido,
Não encontro a saída,
Foi por gente maldosa, banida.

Dou voltas e voltas ao labirinto,
Muita coisa eu pressinto,
Com o que vejo e me confronto,
É a vida em desencontro.

Vejo animais abandonados,
A implorar por abnegados donos,
Os homens egoístas ignoram,
Os animais tristes choram.

Vejo agressões e mutilações
De gente inocente,
Por homens  que sem despudor,
Se tornam aberrações.

O labirinto é tão mais confuso,
Como é este Mundo,
Não nos garante vida melhor,
Apenas Nosso Senhor.

Quero sair do labirinto,
Em que estou há muito inserido,
Para ter a liberdade 
Merecida e que seja verdade.


Ruy Serrano - 15.01.2018

domingo, 7 de janeiro de 2018

NOSTALGIA

Daquela terra deslumbrante,
Carrego tanta nostalgia,
Que o que mais queria,
Era ser vidente.

A nostalgia é o que eu venero,
Como bálsamo do meu ego,
É apaziguador sonhar,
E assim relembrar.

Por mais anos que eu inda viva,
É para mim mui motivador,
Viver com a nostalgia ,
O meu maior amor.

Sinto nostalgia de tudo e de todos,
Mesmo dos que foram tolos,
Ao me expulsarem
Sem me julgarem.

Despojado do melhor que eu tinha,
Fiquei com a minha nostalgia,
Ela é só minha, não a dou,
É tudo quanto me restou.

Aprendi a viver de e com a nostalgia,
Anda comigo noite e dia,
Somos inseparáveis,
E incomunicáveis.

Viver da nostalgia é tal como sonhar,
Desfrutar da maneira de estar,
Faz bem ao meu ego,
Não me deixa cego.


Ruy Serrano - 08.01.2018

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

A MINHA BIBLIOTECA



Olho para os livros da minha biblioteca
E os meus livros me interrogam
Porque não os leio,
Qual o receio?

Um em especial de política e economia
Diz-me que eu poderia aprender
A lidar com a minha situação,
Sem qualquer indecisão.

Outro, romance de histórias de amor,
Acha que eu ficaria a saber,
Como seduzir uma mulher,
Sem nada perder.

Mais um, amarelecido e algo esquecediço,
Sente-se desprezado e ofendido,
Pergunta se a sua idade
Não me dá piedade.

Uma colectânea de contos de crianças,
Quer saber se alguma vez já os li,
Que eu não sei o que perdi,
Por serem de encantar.

A todos respondi que muito os respeito,
Mas que não são o meu género,
E os comprei porque quero,
Que sejam amigos de peito.

Irei guardá-los por toda a minha vida,
Para admirar com prazer e magia,
As suas capas e os seus autores,
De minha gratidão merecedores.

Finamente, acabei por melhor esclarecer,
Que os livros que mais estimo,
São os de poesia, um mimo,
Que me dá gosto ler.

Com eles aprendi a filosofia da minha vida,
Que me tem feito muita companhia,
Nos bons e maus momentos,
Sendo muito ternurentos.

Ruy Serrano - 04.01.2018