quarta-feira, 2 de junho de 2021

AS MINHAS PERNAS


Tenho vaidade nas minhas pernas,

O seu comportamento é exemplar,

Toda  a minha vida sempre a andar,

Sāo o meu orgulho, amigas eternas,


Em criança abusei das minhas pernas,

Saltava, corria, jogava à bola. pulava,

Ia e vinha da escola bem longe a pé,

Caneladas sofreram bastante severas.


Mais tarde, trabalhei bastante em pé

Na praia, a fazer jangadas e a correr,

Na roça a assistir ao derrube do mato,

Nunca elas se renderam ao fracasso.


Em Portugal só andava a pé, bem cara 

Era a vida para suportar os transportes,

Da Penha de França ao Castelo S. Jorge

E à baixa, tudo calcorreava sem cortes.


Ainda em Portugal depois do 25 Abril,

Para trabalhar muito eu tinha de andar.

Precisava de ganhar a vida tão difícil,

Não fossem as pernas seria impossível.


Tenho orgulho nas minhas boas pernas,

Meu melhor meio de locomoção, veras

Minhas companheiras de vida, sempre

Ao meu lado, com a força de serpente,


Também cuido delas com bons cremes 

E massagens. descansando bastas vezes 

Para as revigorar e ficarem disponíveis,

Para novas  caminhas imprescindíveis.


Ruy Serrano - 03.06.2021


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