segunda-feira, 28 de outubro de 2019

BAILAM OS BEIJOS NOS MEUS LÁBIOS

Bailam os beijos nos meus lábios,
Suspensos por fios da tua doçura,
Dum amor que no tempo perdura,
São beijos adocicados e sábios.

Esses beijos que bailam tão leves,
São os beijos que sempre desejei,
E pelos quais atrás de ti eu andei,
Não sei se me aceitas e entendes.

Bailam os beijos nos meus lábios,
Não param nunca de tanto bailar,
São para mim bons de saborear,
Deixam os meus sentires ébrios.

Espero nunca perder esta dança
Dos teus beijos nos meus lábios,
Com eles eu entro no teu ritmo,
Para dançarmos, é meu destino.

Não quero mais ninguém na dança
Que é só nossa para todo o tempo,
É o meu maior e doce sentimento,
Não é egoísmo, apenas esperança.

Ruy Serrano - 28.10.2019


segunda-feira, 21 de outubro de 2019

A VOZ DAS PALAVRAS

Sirvo-me das palavras para comunicar,
Por minha voz ninguém querer escutar,
Quando falo é para o vazio, ausência
De interesse, ficando sem audiência.

As palavras são o meu melhor veículo
Para comunicar com este mau publico,
Que não tem interesse na mensagem
Por mim enviada, escassez de triagem.

Insisto com as palavras, não desisto,
De tanto as enviar, acabam por ficar,
Mais tarde ou mais cedo serão lidas
E pelos meus amigos bem digeridas,

Boa sorte esta, de dar voz às palavras,
Acabam por chegar aos destinatários
Com o sentido real que lhes quero dar,
Acabando por muita gente as escutar.

Nunca serei mudo, com as palavras
Enviarei as minhas mensagens, a voz
Passa a ser secundária, mais bravas
São as palavras que fazem dor atroz.

Ruy Serrano - 21.10.2019


domingo, 20 de outubro de 2019

TENHO POESIA DENTRO DE MIM

Tenho poesia dentro de mim,
Ela me pede para a publicar,
Preciso de em ti me inspirar 
Para escrever poesia assim.

Os versos brotam ao natural,
É só coloca-los no seu lugar,
Dar-lhes ritmo e bendita vida,
Para serem por amigos lida.

Tenho poesia dentro de mim,
Só eu lhes dou a liberdade
Que meus leitores reclamam,
Por serem minha viva chama.

Neste meu dia festivo de poeta,
Este poema dedico aos amigos,
Como prenda com um belo laço,
Para não ser por alguém violado.


Ruy Serrano - 20.10.2019

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

UM PAPAGAIO QUE LEVOU E DEIXOU SAUDADES

Tinha em Cabinda um papagaio que me pediu para vir comigo.
Trouxe-o e ensinei-o a falar português,
Ele aprendeu com muito siso,
Tornou-se burguês.

Levei-o a passear comigo pela cidade para se poder ambientar,
Acabou por ficar impressionado pelo que viu,
Aproveitou para palavras memorizar,
Nunca desistiu.

Na praça principal viu pombos a voarem e comerem milho,
Achou graça, começou alto a gargalhar,
Tive de lhe calar o bico,
Fi-lo parar.

Apareceu um polícia, pediu a identificação do meu papagaio,
Como nos esquecemos dela em casa,
Foi multado, sentiu-se lacaio,
Ficou desgastado.

A partir daquele dia, o meu papagaio entrou em depressão,
Ficou triste de muito mau humor,
Aumentou-lhe a pulsação,
Sofria de dor.

Fiquei sem saber o que fazer ao meu querido e fiel papagaio,
Não respondia às minhas perguntas,
Olhava para mim de soslaio,
Dúvidas eram muitas.

Levei-o ao veterinário que achou ser um caso de psiquiatria.
O diagnóstico era o que eu pensava,
Um mal grave de nostalgia,
Que me preocupava.

Certo dia o papagaio desapareceu. Foi juntar-se à sua família,
Na terra longínqua que o vira nascer, em África,
Deixou-me em permanente vigília,
Com um truque de mágica.

O que mais me chocou foi ter desertado sem se despedir de mim,
Consolo o meu foi saber que estava feliz
Por viver no seu palanquim,
Sua real matriz.

Ruy Serrano – 18.10.2016

sábado, 12 de outubro de 2019

A LUZ QUE VEM DO CÉU

Bem dita luz que vem do céu,
É Deus que a envia para mim,
Para iluminar o meu caminho,
E orientar o meu certo destino.

A luz me aquece e me orienta,
Minha vida saudável sustenta,
Aproveito tão bom privilégio,
Para não cometer sacrilégio.

A luz que vem do céu, brilha
Tanto que tudo ela ilumina,
Torna a minha vida brilhante,
Como o mais puro diamante.

Não desperdiço tão boa luz,
Aproveito o seu belo prazer,
Minha pele fica mais suave,
É maior meu gosto de viver.

Esta boa luz que vem do céu
Me encoraja a viver os anos
Que inda me restam, é meu
Estímulo e não desenganos.

Ruy Serrano - 13.10.2019





quarta-feira, 9 de outubro de 2019

MINHA ANDORINHA VOA VOA...

Andorinha minha, voa voa,
Leva esta mensagem ao meu povo,
Traz boas notícias de volta,
E ramos enfeitados com saudades.

Serei um afortunado se me deres
Boas novas da minha terra,
Não quero continuar nas trevas,
Nunca foi isso que merecera.

O que viste tu que queiras contar,
Não será nada de assustar,
Que gente é aquela que existe,
A mesma que inda resiste.

Gostaria de ir nas tuas asas
Para sobrevoar as minhas casas,
Sem  correr tão sérios riscos,
De ser surpreendido por tiros.

Minha andorinha, voa voa,
Regressa, vem ter veloz comigo,
Não venhas de pressa, à toa,
Usa da tua inteligência e de siso.


Ruy Serrano - 10.10.2019

sábado, 5 de outubro de 2019

A MINHA BIBLIOTECA RECLAMA

A minha biblioteca reclama com razão,
Por eu não a ler nem prestar atenção.
Tem as centenas de livros à espera 
Que os leia, sua paciência se altera.

De quando em vez um livro eu abro,
Começo a ler do final para o início,
O livro se ofende por meu mau vício,
Quer que o leia por nunca ser chato.

Muitas vezes o livro não me desperta
Interesse, eu desisto e então esqueço,
Ainda deixo entretanto a porta aberta,
Para voltar a tentar ler, não esmoreço.

A biblioteca agora também tem ciúmes
Do computador pelo qual me enamorei,
Por achar que é mais prático, bem sei,
Tenho de a tratar bem, sem azedumes.

De quando em vez um livro eu tento ler,
Espreito o seu interior, para o desbravar,
Só leio se o seu conteúdo me interessar,
Não quero ler contrariado pra não sofrer.

Mesmo assim, já li centenas de livros,
Com eles aprendi muito da nossa vida, 
Além do bom português, a sabedoria
Que nos faz sentir estarmos inda vivos.

Pena minha não vir a ter muito tempo
Para ler todos os livros que reclamam
Que os leia até ao fim da minha vida,
Eles a mim se dedicam e me chamam.

Ruy Serrano - 05.10.2019

NĀO TE PERTENÇO


Não te pertenço, sou propriedade de mim próprio,
Nāo estou à venda, nem tenho qualquer preço, 
Foi ÁFRICA que me produziu e onde cresci e vivi,
Com bons motivos e princípios eu sempre evolui.

Não te pertenço, tenho valiosa identidade própria,
Não quero perder os meus valores, são pessoais
Com que vivi desde a infância, tão doce fragrância,
São a minha razão de viver, não há outros iguais.

Em terra de abundância e de gente tão solidária,
Senti-me um privilegiado neste Mundo temeroso,
Nas minhas brincadeiras de garoto, jogava à bola,
Ao berlinde e às escondidas, era ladino e maroto.

Nāo te pertenço, esse teu interesse  de domínio
Nāo colhe com o meu carácter e meu bom feitio,
Sou independente, da política eu também abdico,
Viver livre de exprimir o pensamento é meu lema.

Não te pertenço, nem a ti nem a ninguém, sou eu
Mesmo, a mim me conheço há algumas décadas,
Nāo troco a minha vivência e a minha sabedoria,
Por nada deste Mundo, é a minha eterna garantia.

Ruy Serrano - 05.10.2019





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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

DESTE E TIRASTE

O que me deste também me tiraste,
Levaste tudo não me deixaste nada.
Fiquei com as minhas recordações,
Que eu vivi com orgulho e emoções.

Deste e tiraste sem qualquer pejo,
Tão pouco me deixaste um beijo,
Não saboreei os teus doces lábios,
Fui contaminado por maus hábitos.

Aprendi a desconfiar de pessoas
Como tu que tanto me prometem,
Mas que só dizem coisas à toa,
E nada de verdade nos oferecem.

Deste e tiraste, não deixaste nada,
Apenas tristes memórias me deste,
És uma pessoa má e muita safada,
Como eu tu na vida nunca sofreste.

Ruy Serrano - 03.10.2019