sexta-feira, 30 de junho de 2017

OS POEMAS DA MINHA VIDA

Vivo com os poemas da minha vida,
São a minha leal e eterna companhia,
Fui eu que lhes dei vida, inspirado
Na sua beleza a que fiquei ligado.

São poemas da minha vida sofrida,
Poemas dos meus muitos amores,
Do que passei com muitas dores,
Numa caminhada de muita intriga.

Poemas que escrevi com devoção 
E uma tão grande e doce paixão,
Dedicados a alguém que eu amei,
E por quem na vida me dediquei.

Os poemas da minha vida ofereço,
Não os vendo por qualquer preço,
Eles são mui íntimos, do coração,
Somos cúmplices d’uma relação.

Os poemas da minha vida guardo
Para reler mais tarde e recordar
O que escrevi com muita paixão,
E vivi feliz, com grande devoção.

Ruy Serrano - 01.07.2017




RECORDAÇÕES DA MINHA PRAIA

Desfaz-se a onda na praia,
Do meu entristecer
Que se espraia,
Na areia.

É na praia do meu oceano
Da minha amada terra,
Que foi meu engano,
Minha fera.

Nessa praia em que eu tomei
Tantos banhos de prazer,
Com aquela que amei,
Com tanto sofrer.

Praia das minhas recordações,
Belas e intensas emoções,
Eu vivi e assim guardei,
Minhas belas tentações.

Nessa praia da minha terra,
Eu gostaria de voltar
Para me espraiar,
Praia bela.

Praia como aquela não há,
É o meu fiel paraíso,
Deu-me bom siso,
Voltarei lá.


Ruy Serrano - 30.06.2017

quinta-feira, 29 de junho de 2017

DE REPENTE ANOITECEU

Anoiteceu e o céu escureceu,
Por não haver lua e estrelas,
Apenas a humidade da noite,
O cacimbo a cair lentamente,
E eu desperto na minha cama,
Escrevendo poesia e crónicas,
Tais eram as minhas insónias.

De repente anoiteceu e o breu 
Invadiu o céu e a terra, só luz
Cintilava nos olhos das musas
Que andavam por tantas ruas,
Em busca de almas errantes,
Perdidas em cenas indecentes
De corpos unidos, crus e nus.

Quando a noite apareceu, só eu
Assisti ao escurecer, todo o ser
Não se apercebeu do entardecer,
Andava entretido com sua vida
Divertida de adultério e prazer,
Assim vivia-se quadro de amor,
Sem vergonha e nenhum temor.


Ruy Serrano - 30.06.2017

terça-feira, 27 de junho de 2017

MEU MANO MEU AMIGO

Poema de homenagem às vítimas 
do incêndio de Pedrogão Grande

MEU MANO MEU AMIGO

Meu mano, meu amigo,
Estavas no lugar errado,
Naquele dia de punição,
Que foi a tua perdição.

A natureza revoltada
Por ser tão maltratada,
Não te poupou, cruel 
Foi, levou-te pro céu.

Ficou aqui um vazio,
Difícil de preencher,
Que durante a vida,
Não será esquecido.

Quero que no além.
Saibas que na Terra,
Demos nossas mãos 
Unimos os corações.

Corações que sangram,
Por sofrerem cruel dor,
Estão repletos de amor,
E para ajudar se juntam.

Meu irmão, meu amigo,
Para sempre recordado,
Nunca serás esquecido,
Foste muito injustiçado.


Ruy Serrano - 28.06.2017

domingo, 25 de junho de 2017

DO PRINCÍPIO AO FIM

Do princípio ao fim, 
Tanta coisa acontece 
Que tudo é para mim,
Tempo que arrefece.

Arrefece e não queima.
Mais, a chuva não quis
Que o fogo fosse maior,
Por causar tamanha dor.

Do princípio até ao fim,
O padecer é tão grande,
Que não sei o que sofri,
Fui resistente e gigante.

De gigante passei a anão,
Por ter perdido a noção 
Que tudo tem princípio 
E o fim num precipício.

Precipício que eu evito
Por achar inda ser cedo
Para atingir o meu fim,
E gostar de viver aqui.

Aqui estou e quero estar,
Acho que é o meu lugar,
Não troco com ninguém,
Ele é o meu maior bem.


Ruy Serrano - 26.06.2017

TENHO VONTADE DE TE CONHECER

Tenho vontade de te conhecer, meu bem,
Apareceste nos meus sonhos, te imaginei
Minha eterna companhia, a ti me agarrei
Pra não te deixar ir outra-vez para o além.

Tenho vontade de te conhecer, não desisto
Enquanto não te apertar nos meus braços,
Tu és a minha salvação, nesta cruel ilusão
De te conhecer, estás comigo no coração.

Tenho vontade de te conhecer, minha deusa
Que me acompanhas dia após dia em sonhos 
Nas noites mais sombrias e agitadas a pensar
No teu corpo esbelto e olhar doce de adorar.

Tenho vontade de te conhecer, nesta existência,
Nem que tenha de esperar com muita paciência,
Que tu te reveles em pessoa ao meu belo amor,
E não me deixes para sempre sofrer com tal dor.

Tenho vontade te conhecer, antes de eu partir
Para a outra vida sem de ti poder me despedir,
Levaria comigo o toque do teu corpo e o sabor 
Dos teus beijos que eu experimentei com ardor.

Parto sem ti e sem te conhecer contra a vontade
Que sempre alimentou o meu ser e o meu viver,
É a última ilusão da minha vida tão preenchida,
Que jamais imaginei ser tão mal compreendida.

Ruy Serrano - 25.06.2017




sábado, 24 de junho de 2017

RENASCER

Vivo numa permanente ansiedade,
Por um futuro incerto e inseguro,
Não sei o que será então de mim,
Estarei ainda vivo, não será o fim?

Tantas as surpresas e os desgostos,
Que os amores já são recordações,
Que me ficaram dos bons tempos
Vividos na Terra onde nasci e vivi.

Sinto-me hoje uma imagem opaca,
Dum quadro pintado com imagens
Negras dum passado de momentos
Passados com bastantes tormentos.

Trago no peito o aperto duma mola
Que acelera o bater do meu coração,
Deixando-me em pranto e perdido 
No epicentro dum violento furacão.

Imagens de cinza se espalham no ar,
De fogos ardidos nas matas da terra
Que eu amo, tão generosa e inocente
Que não merece tão reles tratamento.

Da destruição renascerão novas matas
Viçosas que darão vida e fortes cores
Aos campos e serras com seus valores
Que serão o sustento de gentes santas.

Ruy Serrano - 25.06.2017


quarta-feira, 21 de junho de 2017

DESABAFO POR UMA TRAGÉDIA

Tantas dores sofridas,
Tantas lágrimas perdidas,
Nesta tragédia dantesca,
Não sou nada que preste,
Gostaria de ser cipreste,
Para renovar a floresta
Que foi devastada,
Por labaredas do inferno
Que desceram à terra
Para destruir a natureza,
E assassinar pessoas
Laboriosas e inocentes,
Com actos indecentes.
Perdi-me, não me reencontro,
O caminho está negro,
O ar denso e irrespirável,
Destruição condenável,
Não permite chegar ao fim,
Tropeço em corpos queimados,
Deste Mundo afastados.

Deixei de ter projectos,
Somos todos objectos
Nas garras dos monstros
Que usaram do fogo,
Para destruirem o globo.
Não há nada que eu possa fazer,
Apenas rezar pela alma dos defuntos.
Que lá no céu estão todos juntos
A orar pela sorte do nosso futuro.


Ruy Serrano - 18.06.2017

quarta-feira, 14 de junho de 2017

O QUE FICOU POR FAZER...

Um sonho de criança que ainda mantenho,
Vida intensa que não me permitiu realizar,
Conhecer a vida animal e a fauna virgens,
Da floresta do Maiombe, imponente oásis,
Que os homens não protegem e destroem, 
Por interesses e ambições, de enriquecer,
Sem se empenharem em a floresta defender. 

Se na floresta eu tivesse crescido e vivido, 
Minha vida teria sido diferente e humilde,
Não teria pecado, nem teria tanta ambição 
De usufruir dos vícios desta vil sociedade,
Que apenas se preocupa com sua riqueza,
Não usando de lealdade e pura franqueza,
Por se sentir bem com o mal e a crueldade.

Mágoa a minha, tristeza tão grande, saber
Que os humanos perseguem os indefesos
Animas que vivem em Paz no seu habitat,
Dizimando vidas de elefantes, de gorilas,
Chimpanzés e outros animas inofensivos,
Que vivem sobressaltados com os perigos,
Com que são confrontador no seu dia a dia.

Carrego comigo o pecado e a cruel mágoa 
De ficar por fazer o que não fiz, ignorando
A floresta, a pulsar de vida e de inocência,
Sem ter penetrado no seu âmago e interior,
Convivendo de perto com todo o seu sabor,
Sentir o pulso e o coração deste meu planeta 
Diferente daquele em que sempre sobrevivi,
Enganado pela vida supérflua que eu vivi.

Ruy Serrano - 14.06.2017







segunda-feira, 12 de junho de 2017

E AGORA ?!

Agora que tanto tempo vivi e aprendi,
Já não tenho tempo para viver a vida
Com conhecimento e muita sabedoria
Que me chegou tarde como merecia.

E agora o que vai ser de mim, triste e só,
Por não ter tido o ensejo na mocidade,
De viver a vida com a mesma qualidade,
Lamento não ter sido eu quem hoje sou.

E agora, neste tempo de tanta incerteza,
Que eu vivo apreensivo com a tristeza,
Que me invade no dia a dia desta vida,
Não é este fim inglório que eu merecia.

Agora que eu sei que perdi parte de mim
Na vida que desperdicei sem saber de ti,
Afinal existias mas passaste ao meu lado,
Sabendo que eu por ti estava apaixonado.

Agora, o tempo é tão curto e apressado
Que passa por mim sem pedir licença,
E para parte incerteza veloz se ausenta,
Sabendo que já não regressa ao passado.

Ruy Serrano - 13.06.2017


FALA-ME DE AMOR

FALA-ME DE AMOR. 

Não me fales de coisas vãs,
Fala-me apenas de amor,
É das coisas mais sãs,
Resgata a minha dor.

Fala-me de amor, com carinho,
É este o meu melhor caminho,
Para me sentir mais feliz,
Como sempre quis.

Com o amor cubro meu corpo,
Acalmo minha inquieta alma,
Conforto meu coração,
Tenho mais calma.

Não deixes de me falar de amor,
O sentimento mais sublime
Que cura a minha dor,
Quero estar firme.

Fala-me de amor para todo sempre,
Vamos apertá-lo com um laço
Para o colocar no regaço,
E guardá-lo na mente.

Ruy Serrano - 12.06.2017


domingo, 11 de junho de 2017

UM MUNDO POR DESCOBRIR

Este Mundo onde vivemos é misterioso,
Tem tanto de mau como de bom, 
É difícil viver nele e perigoso,
Não se sabe como e aonde.

Por muito que se tente não o conhecemos,
Permanece fechado sobre si mesmo,
Fazemos diligências a esmo,
E continuamos ignorantes.

Precisamos de um outro Mundo diferente,
Este não serve para tão boa gente,
Só beneficia os seus amigos,
Temos de ser destemidos.

Destemidos como foram os descobridores 
Doutras terras e gentes, noutro tempo,
Em que navegaram com bom vento,
Esses corajosos navegadores.

Há um Novo Mundo ainda por descobrir,
É preciso ser persistente e não desistir,
Esse dia há-de chegar, não tarda,
E será nova bandeira içada.


Ruy Serrano - 12.06.2017