domingo, 30 de setembro de 2018

NĀO CABE EM MIM TÃO GRANDE AMOR

Cresce em mim um amor grande, muito grande,
Quero repartir com alguém que me queira bem.
Quem quiser habilitar-se ao meu grande amor,
Tera que mostrar que o sente com muito fervor.

Vou ao mercado do amor ver se há um interessado
No meu grande amor, que quero oferecer a alguém 
Que o mereça sem interesse, apenas para meu bem,
Espero que consiga com quem ter acordo fechado.

Tive muitas ofertas pelo meu amor que não aceitei,
Por serem muito banais, sem nada, não acreditei
Que fosse feliz com qualquer um deles, desilusão 
Saber que o meu amor não cabe noutro coração.

Desisti, acabei por ficar com todo o meu amor,
Nāo o vou repartir por ninguém, tudo é falso,
Nāo há histórias de amor como dantes, receio
O meu não conseguir viver assim, sem medo.

Ruy Serrano - 01.10.2018



O MEU BALOIÇO

Como eu adorava o meu baloiço.
No seu baloiçar me sentia feliz,
Me divertia como sempre quis,
O meu baloiço era terno e maroto.

Quantas saudades tenho do baloiço,
Com que baloiçava os meus sonhos 
De criança. Me sentava no seu colo
E baloiçava em balanços medonhos.

Ainda hoje gostava dum baloiço ter,
Para balançar minha vida de prazer,
Ao escrever a minha poesia e amar,
Numa praia quando o dia me deixar.

O meu baloiço era o meu bom amigo,
Era um prazer quando estava comigo,
Tantas saudades tenho do meu baloiço,
Nāo o esquecerei até ao fim desta vida.

Hoje o baloiçar é outro, não da prazer,
É um baloiçar imposto pela vida cruel
Que se vive todos os dias, só a sofrer,
Baloiçar nos dias de hoje, sabe a fel.

Ruy Serrano - 01.10.2018






quarta-feira, 26 de setembro de 2018

QUEM INVENTOU O AMOR ?

Quem inventou o amor não fui eu,
Foi Adão e Eva, segundo a história,
O amor primitivo era são, era puro,
Hoje o amor é verdadeira paródia.

Brinca-se com o amor sem pensar,
Que o amor se ofende bem a valer,
Sem chegar algum dia a perceber
Porque razão o tentam mal tratar.

Das profundezas da minha alma,
Minha inspiração muito reclama,
Por saber se ainda gostas de mim,
Tanto como eu sempre gostei de ti.

Chego a pensar que tu inventaste 
O amor para dedicares ao coração,
Que bate acelerado por ti em mim,
Sabes que é a verdade, não menti.

Fico sem saber quem teve a ideia
De inventar o amor, que é ardente
E às vezes não tem pejo e mente,
Correndo o risco duma encefaleia.

Ruy Serrano - 27.09.2018



segunda-feira, 24 de setembro de 2018

SOU FILHO DO TEMPO


Poema que dedico ao meu próprio aniversário ocorrido hoje,
83 anos - 30.295 dias - 727.080 horas - 43.624.800 minutos e
2:617.488.000 segundos, passados.

Sou filho do tempo, vim com o vento
Que me trouxe de África, onde nasci,
Há oitenta e três anos, numa manhã 
De Setembro, e me deixou por aqui.

Por aqui estou e estarei, é o meu lugar,
Não tenho outro onde eu poder morar,
Transferi as minhas raízes, e já outras
Nasceram, meus descendentes felizes.

Sou filho do tempo, com ele fui criado,
Ensinou-me a estar na vida instalado, 
Não me posso queixar da sua ausência,
Ele está sempre presente, boa essência.

Dou valor ao vento, meu bom sustento,
Sem ele eu não seria nada neste mundo,
Seria apenas alguém perdido sem rumo,
Exposto às tempestades descontroladas.

Assim ano a ano, ainda festejo esta data,
Sinal de que continuo vivo e bem atento 
A tudo que me rodeia, meu bom intento,
De combater toda a gente que mal trata.

Esta data merece o respeito e deferência 
Que lhe devo atribuir, por ser tão minha,
Permitindo que ainda viva com decência,
Agora e muitos mais anos, com magia.


Ruy Serrano - 25.09.2018

SETEMBRO

Sou de setembro, o nono mês do ano,
Mês da renovação da bela natureza,
Com o cair das folhas, com sua beleza,
A vida ganha maior ambição e ânimo.

Fui concebido na primavera, estação
Que me brindou com o seu caminhar
No tempo, em que estive de gestação.
Para nascer em Setembro, meu amar.

Com o renovar da natureza e da flora,
Entro dentro da vida, não fico de fora,
E assim continuei meu belo caminhar,
Sem nunca mais desistir ou fracassar.

Faz hoje oitenta e três anos que nasci,
Numa bela manhã tropical, ao cantar 
Do galo, naquela amada terra africana,
Em que a vida era priveligiada e calma.

Vida muito agitada e preenchida eu vivo,
Nunca desanimei, dia e noite muito lutei
Para construir meu património material
E humano, que perdi num mau lamaçal.

Hoje dou graças a Deus ainda comemorar
Meus anos, rodeado de meus familiares
Próximos e de todos os amigos virtuais,
Que estão sempre presentes com sinais.

Ruy Serrano - 25.09.2018



domingo, 23 de setembro de 2018

MAIS OU MENOS

Ando mais ou menos, como o tempo,
Umas vezes para mais outras vezes
Para menos, depende do meu ego,
Ainda ouço bem e não estou cego.

Já me habituei a andar desta forma,
Mais ou menos é como agora vivo,
Esta vida por vezes é muito morna,
Porque mais ou menos sobrevivo.

Mais ou menos anda toda a gente,
É produto do tempo que vivemos,
Por se andar assim não se mente,
Deve-se confessar o que sabemos.

Viver mais ou menos é importante,
É sinal de que a vida é equilibrada,
Mais ou menos é bastante sonante,
Mas não resolve nem adianta nada.

Condenados estamos em viver assim
Mais ou menos para o resto da vida,
Não adianta fazeres qualquer chinfrim,
Víveres mais ou menos é a tua sina.


Ruy Serrano - 24.09.2018

RUI O MENINO DE BIBE

De pé descalço e bibe sem botão,
Lá ia eu contente jogar o peão,
Com meus amigos de Cabinda,
Momentos duma magia infinda.

Juntos íamos à baía tomar banho,
Na água quente mergulhávamos,
Tardes seguidas nós passávamos,
Saudades as que tenho de antanho.

As aulas eu não seguia, ignorava,
Tinha receio daquela palmatória,
De cinco olhos que eu apanhava
Tenho desse acto triste memória.

Deixei-me apaixonar por alguém,
Minha colega que me ignorava,
Muito sofria por não ter um sinal
Que eu desejava da minha amada.

Triste ficava quando o dia findava,
À noite era longa, de meus medos,
Sonhava com o cacumbi horrendo 
Do qual eu nunca achava segredos.

Era assim a minha vida de menino,
Descalco, de bibe curto, sem botões, 
Que levava a vida sempre a brincar,
Foi o melhor tempo que soube levar.


Ruy Serrano - 23.09.2018

sábado, 22 de setembro de 2018

APAIXONEI-ME PELA VIDA

Apaixonei-me pela vida, 
Guardei-a no meu coração,
É a minha melhor companhia,
Vou defendê-la com determinação.

Logo que nasci por ela me apaixonei,
Nunca mais eu a deixei,
Ela é a minha paixão,
Amiga desde então.

Vou ser-lhe fiel até à minha morte,
Espero para isso ter sorte,
Nāo sofrer contratempo
Para ser meu sustento.

Apaixonei-me pela vida, em boa hora,
Tive sorte com a escolha feita,
Não fez nenhuma desfeita,
Dá-me amor de sobra.

Tentaram raptar a minha amiga vida,
Nāo deixei então que a levassem,
Continuei a dar-lhe guarida,
Antes que a maltratassem.


Ruy Serrano - 22.09.2018

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

DÁ-ME UM BEIJO

Dá-me um beijo,
Não tenhas pejo,
Um beijo dá-se,
É muito barato,
É como o abraço,
Não se compra,
Nem tem pompa.

Um beijo é simples,
É modesto e limpo,
Não deixa manchas,
É doce, sabe bem,
Não custa um vintém,
Um beijo é como sol
Que aquece o lençol.

Fico à espera do beijo
Que me prometeste,
É o meu maior desejo,
Não ficar a ele preso,
Nem dele ficar sujeito,
Não me sinto surpreso.

Dá-me um único beijo,
E tudo o que desejo.
Beijinho meu
Aceita, é teu.

Ruy Serrano - 21.09.2018


ENTRE QUATRO PAREDES

Sinto-me enclausurado entre quatro paredes,
Como animal enjaulado, sem sua liberdade,
Isolado do mundo, vivendo com a qualidade
Que me faz sentir livre, não preso plas redes.

Dentro das quatro paredes desta  habitação
Entrego-me à escrita de poesia com paixão,
Para oferecer aos meus amigos e pra eu ler,
Se eu tiver tempo e sempre que me apetecer.

Por estar pois encerrado entre quatro paredes,
Não deixarei de ser outro, serei sempre o Ruy
Serrano, apaixonado pela vida e pelos amigos,
Alheando-me de quem mal me trata, inimigos.

Entre quatro paredes viverei feliz e sonhando
Como sempre sonhei, construindo o futuro,
Sem me comprometer com nada deste mundo,
E me sentir mais realista e bem mais maduro.


Ruy Serrano - 21.09.2018

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

FIZESTE DE MIM UM FARRAPO

Sem ti não sou nada,
Sou um simples farrapo
Embebido nas minhas lágrimas, 
Bebedeira de que não escapo.

Por ti me embebedei,
Bebi uns copos a mais,
Tomei um banho com sais,
A bebedeira curei.

Fizeste de mim um farrapo
Para limpar o chão do teu dormitório,
Quando me deixas solitário,
Enquanto tu dormes com outro.

Que fiquei farrapo eu sei,
Mas não desisto de te amar,
Por ti muito mais sofrerei,
É o meu eterno castigar.

Farrapo serei para limpar,
A sujidade que tu criaste,
Esperanças me alimentaste,
Erro meu este de te amar.

Fizeste de mim um farrapo
Por muito pouco tempo,
Porque eu não me baralho,
Usarei de muito senso.

Ruy Serrano - 20.09.2018


terça-feira, 18 de setembro de 2018

JURAS DE AMOR

Não entendes como gosto tanto de ti,
Achas que minto quando juro te amar,
Não imagino o que poderá ser de mim,
Já não sou o que era, sobrevivo do ar.

Gostava que acreditasses que te amo,
Só penso em ti, tu és a minha verdade,
A minha vida é fantasia, não realidade,
Tudo o resto é retórica, um frágil ramo.

As minhas juras de amor que te dedico,
São meu alegre viver, de ti não abdico,
Para ti escrevo poemas de amor, sentir
O meu desde então, não estou a mentir.

Acredita te peço, nestas minhas sinceras
Juras de amor que faço com meu fervor,
Outra coisa não sei fazer, não são meras
Palavras, são as sinceras juras de amor.


Ruy Serrano - 18.09.2018