quarta-feira, 26 de abril de 2017

NUNCA SOUBE E AINDA NÃO SEI

Nunca soube e não sei,
Se foste tudo que me abandonaste,
Se fui eu que te deixei,
Ou se meu amor por ti recusaste.

Tanto tempo passou e não esqueço
Os momentos felizes
Passados contigo, nosso aconchego,
Vida de muitas matizes.

Nunca soube e ainda não sei,
Se me queres de volta para usufruir
Do feitiço da nossa bela terra,
Do que ainda podemos reconstruir.

As barreiras são muitas a vencer,
Difícil é derrubá-las, não há que temer,
O nosso amor é uno e indestrutível,
Voltarmos ao passado é possível.

Nunca soube, mas já sei,
Que o que nos fizeram foi para destruir
A nossa vida de sonhos,
Com ofensas e ataques medonhos.

Ruy Serrano - 26.04.2017




sexta-feira, 21 de abril de 2017

CONTRASTES

Esta vida de contrastes em que vivemos,
Faz parte do painel dos mais poderosos,
São eles que fazem a diferença dos tons
Mais carregados do quadro de contrastes.

Desses contrastes, os mais habilidosos
São os beneficiados com as pinturas
Impressionistas que pintam com cores
Fortes, de cenas duvidosas e burlescas.

Os contrastes são tantos e muito diversos,
Que não são prosa, nem tão pouco versos,
São para consumo dos mais indiferentes.
Que são ignorantes e pouco inteligentes.

Contrastes e mais contrastes, são a moda
Que se usa por snobismo, sem convicção,
São usados a esmo, bastante na alta roda,
Por pessoas sem princípios nem coração.

Ruy Serrano - 21.10.2017

VERSOS SOLTOS SEM SENTIDO

Toldou-se o olhar,
Apurou-se o olfato,
Mudei de fato,
Para ir ao altar,
Dar o meu nó,
E fiquei só.

Perdi a liberdade,
Fiquei preso,
Foi uma maldade
Que meu coração
Deixou aceso,
Por muito tempo,
Sem liberdade
E destempero.

Perdi o tino,
Fiquei sozinho,
O sonho acabou,
O dia tardou,
Eu a vaguear,
Sem parar,
Faltou-me folgo
Por falta de sono.

Assim cá estou,
Foi o que restou
De mim, de sempre,
Mordido fui,
Pela serpente
Dum amor traiçoeiro,
Cruel e matreiro.

Ruy Serrano - 21.04.2017

quinta-feira, 20 de abril de 2017

OMISSÕES DO TEMPO DE CRIANÇA

Naquele tempo tão longínquo de criança,
Tenho saudades do colo de minha mãe,
Do olhar de reprimenda de meu pai,
Das brincadeiras e contendas com amigos,
Tempo longínquo que passou e já não volta.

Na loucura das minhas tantas brincadeiras,
Esquecia-me de ti minha irmã,
Que me criaste com tanto carinho
No teu regaço de muitos serões,
Em que eu temia o cazumbi da noite,
Que ameaçava mas nunca chegava.

Ao rever as nossas imagens de então,
Sinto que houve de mim tanta omissão,
Por me esquecer de vocês, meus pais,
Minha irmã e aquele terno chimpanzé
Que não me abandonava um instante,
E à minha anca se agarrava e colava.

Tantas omissões eu tive, era criança,
Não sabia como tão difícil era a vida,
Que meus pais viviam para me criar,
Trabalhando para nada me faltar.
É um tempo longínquo que se dissipou
E que saudades eternas me deixou.

Ruy Serrano - 20.04.2017


MEANDROS DA POLÍTICA

Os meandros da política são sinuosos,
Como rios de águas turvas, caudalosos,
Que correm por terrenos mal adobados,
Por ausência de pessoas com predicados.

Os meandros da política são de evitar,
Por serem pouco sérios e de mentiras
Que tentam as massas fazer acreditar,
Com palavras de mau gosto vestidas.

Em reuniões de pompa e circunstância,
Os obcecados pela política discursam
Para convencerem os da sua militância,
Com promessas que nunca concretizam.

Os meandros da política são maléficos,
Por serem pouco claros, nada discretos,
E tantos males causarem aos seus crentes,
Pessoas tão bem intencionadas e decentes.

Ruy Serrano - 20.04.2017

CAMINHO ESTREITO

O caminho está muito mais estreito,
Não me dá larga margem para andar,
Tenho dificuldade para por ele passar,
Nem usando de habilidades ou jeito.

Deparo com pedras e muito lamaçal,
O meu esforço é cada vez tão maior,
Que tenho de continuar até chegar
Ao fim da etapa da vida onde morar.

Tenho de usar de muita habilidade,
Para pelo caminho estreito passar,
Recorrendo à minha boa agilidade,
E ao fim do caminho poder chegar.

Não tenho outro caminho de opção,
É o único que me foi ofertado então
Por Deus quando me deu esta vida
Que desfruto por ser assim merecida.

Ruy Serrano - 20.04.2017

DE REPENTE TUDO É DIFERENTE

Tanta coisa aconteceu,
Que me surpreendeu,
Foi tão de repente
E muito diferente,

Esbarram as palavras nas paredes,
Ninguém as escuta,
Fazem orelhas moucas,
As palavras perdem-se no arvoredo.
São como as moscas,

Que se escondem, cheias de medo.
.De repente tudo é tão diferente,
Não sei se são pessoas cobardes
Que se escondem atrás das palavras,
Para não serem identificadas.

Atiram as palavras de arremesso,
Sem nexo, tal como um burgesso
Que não sabe porque é pessoa,
Por pensar e agir tão à toa.

Palavras vazias não dizem nada,
Palavras cheias podem ofender,
Prefiro palavras ditas de amor,
São as que mais me dão prazer.

Nada nem ninguém me cala,
Hei-de sempre dizer palavras
Para que as ideias expressas
Sejam as mais apreciadas.

Ruy Serrano - 20.04.2017

terça-feira, 11 de abril de 2017

ESTE MUNDO QUE NÃO É NOSSO

Este Mundo não é nosso, não o merecemos,
É um Mundo que nos foi oferecido por Deus,
Para cuidarmos d'Ele com cuidado e carinho,
Mas que desprezamos, ignorando o caminho.

Não há outro Mundo igual como este nosso,i
Que tem tudo de melhor que a terra oferece,
Fauna e Flora abundantes e de boa qualidade,
Mas que o homem trata com muita crueldade.

Viver neste Mundo é condenação de desterrados,
Que Deus entendeu deverem ser penalizados,
Porque não souberam aproveitar a oportunidade
Que foi oferecida sem condições, pura realidade.

Um Mundo como o Nosso, só de nome Terra,
Um planeta que vagueia pelo imenso espaço,
Carregando no seu ventre, doentes e vítimas
Duma vida estropeada e repleta de sofismas.

Ruy Serrano - 11.04.2.017


O MEU FADO

Todos temos um fado bem secreto,
Um fado que corre como o metro,
Que passa por diversas paragens,
Sem parar, até ir a outras margens.

O meu fado tem letra que escrevi,
Inspirado na minha sofrida vida,
De momentos muitos que eu vivi,
Como minha melhor companhia.

Sem fado, não fazia sentido viver,
Seria um sério e prolongado sofrer,
O fado faz parte desta existência,
Que vivo com muita persistência.

Sinto o fado, pena não saber cantar,
Para poder aos amigos transmitir
Os sentimentos que são meu sentir,
E são gratuitos sem preço a pagar.

O fado é este meu prolongamento,
Faz-me sentir mais vivo e humano,
Tocar no coração dos meus amigos,
Sem cantar mas com versos bonitos.

Ruy Serrano - 11.04.2017

domingo, 9 de abril de 2017

CURVATURA

Esta curvatura da terra
Que carrego às minhas costas,
É como camelo no deserto
Imenso e tórrido que se perde
No horizonte da blogosfera.

Esta curvatura que carrego,
É cada vez mais pesada,
Causa-me dores na coluna,
Não há tratamento nem cura,
Não pode por mim ser evitada.

Todos temos uma curvatura,
De que não nos podemos livrar,
Ela faz parte da nossa vida,
Não há nada para a aliviar,
Até à nossa inesperada partida

Para não sentir a curvatura,
Escrevo prosa e bonita poesia,
Para oferecer aos meus amigos,
Que fazem parte da minha vida,
Meus companheiros dilectos.

Ruy Serrano – 09.04.2017




DESENGANO E DESEJO

Este desengano que me enganou,
Foi notícia que me surpreendeu,
De ti não esperava tal desfecho,
Foste chamada pela voz de Deus.

Fechou-se a porta da ingrata terra,
Abriu-se a porta do abençoado céu,
Libertaste-te dos malditos homens,
Juntaste-te aos anjos, qual fariseu.

Eu cá na Terra ainda carrego a cruz,
Que trago comigo desde que nasci,
Faz parte da minha prolongada vida,
Só minha como castigo e cruel sina.

Pratico o bem, não desejo a ninguém,
O mal que me desejam, não sei como,
Só sei que a vida me retirou meu bem,
Que eras tu, que em sonhos de tomo.


Não sei por quanto tempo inda viverei,
Peço a Deus que me leve sem eu saber,
Pois se a vida foi dura e de tanto sofrer,
Que a morte seja tão Santa como desejei.

Ruy Serrano - 09.04.2017

sábado, 8 de abril de 2017

DA VIDA À ETERNIDADE

Dedicado à minha amiga TIFI

Quis o destino que deixasses esta vida e passasses à eternidade, sem nos avisar. Tão rápida foi a tua partida que se tornou indolor para ti mas me provocou grave e esmagadora dor. Ainda me custa aceitar a tua meteórica ausência durante a tua saída noturna higiênica, quando havias passado um dia normal com os teus hábitos de refeição e de satisfação das tuas necessidades regulares. Este é um dos dias mais tristes e dolorosos da minha vida que dificilmente irei esquecer. Foste sempre a minha fiel amiga e companheira e só te faltava falares para conversares comigo nos momentos mais difíceis das nossas vidas. Quando eu partir para o além espero encontrar-me contigo para darmos um abraço muito apertado. Se a minha vida era solitária, mais só me sinto a partir deste momento em que fiquei privado da tua companhia. Afinal quem somos nós? Apenas microrganismos que se movimentam na galáxia do espaço como simples poeira. E a humanidade ainda não tomou consciência dessa grande realidade, continuando a flagelar-se selvaticamente.
Minha enorme, terna e eterna amiga TIFI, até aquele dia em que nos iremos reencontrar. Beijos eternos.

O teu fiel e eterno amigo,
Ruy Serrano
03.04.2017

PASSAM OS DIAS AUMENTAM AS SAUDADES


Passam os dias, aumentam as saudades,
Sinto cada vez mais a tua fria ausência,
Deixaste um vazio na minha ingrata vida,
Que não permitiu o nosso são convívio.

O destino intrometeu-se e te arrebatou
Para sempre, deixando-me em pranto,
Ainda não me refiz deste desencanto,
Maldita seja a morte falsa que te levou.

Eras tão dócil e minha fiel seguidora,
Sentias a minha falta com frequência,
Não resistias à minha curta ausência,
Beijavas-me quando a casa voltava.

Hoje sou nómada infeliz e perdido,
Que vagueia por este meio Mundo,
Porque o Mundo inteiro está ferido,
De morte por ter sido mal tratado.

Passam os dias aumentam as saudades.

Ruy Serrano - 06.04.2017

A VIDA É UM BALANCÉ

Cada vez a vida é mais um balancé,
Balança, balança, mas não cai,
Como um balouço, vai e vem,
E muita gente entretém.

Cuidado com o balancé da tua vida,
Quando ela balança demais,
Corres o risco duma caída,
Que não evitarás, jamais.

Desconfia do balancé que te embala,
Serve apenas para te entreter,
Afasta-te das realidades
Que querem esconder.

Quando balanceares segura-te bem,
Agarra-te à vida com firmeza,
Não te deixes ir ao chão,
Fará mal ao teu coração.

Há quem te ponha a balancear sem parar,
Para que tu te precipites no chão,
Por não aguentares a pressão,
Dum teu enorme penar.

Afasta-te do balancé do teu corpo, balança
No baloiço que te ofereceu Deus,
Este será o de maior confiança,
Para chegares bem ao céu.

Ruy Serrano - 08.04.2017