domingo, 27 de dezembro de 2020

OUTROS TEMPOS OUTRAS VONTADES

 





Ninguém pode mudar o Mundo,

Apenas Deus tem esse poder,

Meu desejo é bastante fecundo,

Mas não basta eu assim querer.

O Mundo é pesado e profundo,

Ninguém o pode levar consigo,

Está infetado e não tem fundo,

Lidar com ele é grande perigo.


Tenho receio de ofender o Mundo,

Ele é imenso e bastante poderoso,

Vingar-se-ia de mim, num segundo,

E eu ficaria para sempre medroso.


O Mundo vai continuar pois a girar.

Ninguém o pode jamais fazer parar,

Ele sabe o que deverá então fazer,

Para o Mundo no caos se desfazer.


Com o desfazer do Mundo, a vida

Se consumará para sempre, nada

Restará que no futuro sobreviva,

Nem há algo que um duelo trava.


Ruy Serrano - 27.12.2020

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

REINVENTAR

Todos os dias me reinventar

Não encontro o momento

Próprio para me reinventar,

É uma questão de tempo.



Tenho de usar de paciência,

A reinvenção é uma ciência,

Com que se vive toda a vida,

É a nossa maior boa amiga.


Reinventar é uma arte difícil,

Que tem de ser bem apurada,

Para estar sempre bem visível,

E poder ser então analisada.


Passei toda a vida a reinventar,

Foi um difícil e mau recomeçar,

Vou parar de reinventar agora

Que o tempo urge não demora.


Passamos a vida a reinventar,

É um nunca mais saber parar,

Sou leigo nesta difícil matéria,

Reinventar é arte muito séria.


A partir de hoje não reinvento,

Vou viver do concreto e sério,

Reinventar é grande mistério,

Não serve para meu sustento.


Ruy Serrano - 25.12.2020




sábado, 19 de dezembro de 2020

OS BEIJOS QUE ME DESTE

Mal senti os beijos que me deste,

Foram dados de mui má vontade,

Beijos de fugida, sem a verdad,

Dum amor falso que prometeste.

Supliquei teus beijos que negaste

Que a outro foste dar, sem amor.

Apenas para me fazeres ciúmes,

E me castigares com queixumes.


Vou procurar esquecer teus beijos

Malévolos, dados de má vontade,

Eram bons por serem tão meigos,

Que recordo com muita saudade.


Os beijos que me deste se foram,

Não sei para onde, tu bem sabes,,

Lá onde eles agora se refugiaram,

Serão dados por qualquer traste.


Vou partir para uma outra realidade,

Esta já não me diz nada, é desgosto

Que quero perder, não me acobardo,

Vou acarinhar o que melhor gosto.


Ruy Serrano - 19.12.2020




domingo, 29 de novembro de 2020

TEMPO DE INCERTEZAS

 



Este tempo é de incertezas, é falso,

Não podemos confiar nele, duvída

Das suas promessas, tal cadafalso

Que foi agora plataforma proibida.


Gostaria de poder adivinhar aquilo

Que me acontecerá de mais certo,

Pois o presente é de incertezas

E é mais ignorante do que esperto.


Falta-me talento e mais sabedoria 

Para enfrentar esta cruel pandemia,

Com êxito e definitiva erradicação,

Recuperando o pulsar do coração.


Mar revolto de ondas tão gigantes

Que absorvem barcos e tripulação,

Impedindo que nossos navegantes

Confiem na sua fé e sua devoção.


Sāo mais incertezas que certezas,

Tornando difícil pôr um ponto final,

Em tudo que nos acontece de mal,

Nāo podemos vacilar com tibiezas.


Ruy Serrano - 29.11.2020

terça-feira, 24 de novembro de 2020

UM BELO SONHO

Deixaste a roupa espalhada pelo chão,

Ficaste desnudada dos pés à cabeça,

Caíste na minha cama com tua entrega,

Aumentaste o pulsar do meu coração.


O teu abraço foi apertado e bem longo,

As saudades eram tantas que o gozo

Foi doce como o mel e bem profundo,

Veio do teu interior e lá bem do fundo.


Fiquei arrebatado pelo teu cheiro ativo 

Ao ar viciado do ambiente perfumado,

Vivi momentos dum amor tão querido,

Que me revelou teu corpo encantado.


Despertei com os quentes raios solares 

Que me invadiram o quarto de manhã,

Já então os galos matutinos cantavam,

E os sinos das igrejas lá longe tocavam.


Ruy Serrano - 24.11.2020


terça-feira, 20 de outubro de 2020

UM FUTURO SOMBRIO

Que futuro será o nosso, 
Pergunto a mim próprio, 
Será o princípio do fim, 
Que não pediu meu sim. 

Fui apanhado de surpresa,
Não sei como interromper
Este processo do desabar
Do Mundo sem escapar.

Os homens tão absorvidos
Andam com guerras cruéis
Que se tornam esquecidos,
Fechados nos seus quartéis.

Depois de muitos combates,
Os mortos são aos milhares
Para repasto dos milhafres,
Por terem sido insensatos.

E assim vai seguir o mundo
Para um futuro tão sombrio,
Que se tornará tão profundo
Para colher os mortos frios. 

Ruy Serrano - 21.10.2020

sábado, 26 de setembro de 2020

AINDA NÃO CHEGOU A HORA

Passo a passo faço o meu caminho,
Para não tropeçar, vou devagarinho,
Sei que me espreitam maus perigos,
De pessoas que são meus inimigos.

Contorno a situação, sem denunciar 
A minha presença, muita paciência 
Tenho de ter para eu poder alcançar 
O meu objectivo, com inteligência.

Pé ante pé, piso o chão com cautela,
Não vá correr o risco de eu explodir
Alguma mina como o lume da panela
Que me esqueci de apagar, um sentir.

As armadilhas sucedem-se dia a dia,
Já são habituais, jamais vão desistir,
De a qualquer momento me destruir,
Sorte a minha me salvar por magia.

Ainda cá ando, fui por Deus poupado
A ser pelos perseguidores liquidado,
Ainda não chegou a hora de eu partir,
Esse derradeiro dia há-de inda surgir.

Ruy Serrano - 26.09.2020

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

BRUMAS DA MEMÓRIA

Fui buscar às brumas da minha memória 

O que guardei daquelas terras de história

Escrita com o meu suor nos dias tórridos,

Em que ia com meus amigos aos tordos.


Tempos de maldade inocente de miúdos 

Que passavam seu tempo a se divertirem

Sem olharem de que modo e com quem,

Por se julgarem assim homens e alguém.


As brumas da memória não são já claras,

Mas ainda guardam as gemas dos ovos

Que se partiram por brincadeira, as taras

Eram tantas que até produziam gemadas.


Nos rios de águas correntes e cristalinas,

Mergulhava e nadava como as sardinhas 

Que fugiam para não serem capturadas

E sobre carvão em brasa serem assadas. 


Velhos tempos, bons momentos, brumas 

Que se desfizeram com o tempo passado,

Por outros capturado e muito mal tratado,

E tudo se diluiu como marés de espumas.


Ruy Serrano - 24.08.2020


sexta-feira, 21 de agosto de 2020

VIDAS CRUZADAS

Neste labirinto da vida, cruzam-se vidas,

Jamais se conhecem e trocam palavras,

São vidas moucas e cegas, desmedidas,

Cabeças ocas, resistentes a marteladas. 


Vidas cruzadas são tantas e sem futuro,

Que os homens de amanhã desconfiam

Se terão alguma hipótese, fruto maduro

Que acabará por cair no chão algum dia.


Passam umas pelas outras e ignoram

Sua existência, são egoístas, pensam

Apenas em si e nunca na comunidade,

É um grande disparate, triste realidade.


Continuam as vidas a circular em falso,

Sem um destino previsto, ao Deus dará,

Confiadas na sorte que nunca chegará,

O tempo que lhes resta está esgotado.


Vidas cruzadas sāo para banir da vida,

Só lhes interessa pois viver o dia a dia,

Estão fartas de viver bastante isoladas,

Não querem nunca ser vidas cruzadas.


Ruy Serrano - 21.08.2020


quinta-feira, 20 de agosto de 2020

PERDI O MEU SORRISO

Não sei qual o motivo

Porque perdi o meu sorriso,

Só sei que ao me ver ao espelho,

Não é em mim que me revejo.


Tinha um tão belo sorriso,

Que as moças eu cativava,

Sentia prazer em sorrir,

Para o meu ser descobrir.


Não sei o que aconteceu,

Que o meu sorriso feneceu,

Hoje o meu sorriso é amargo,

Sabe-me a fel, tem mau travo.


Tento às vezes um novo sorriso,

Vejo que sorrir não consigo,

A vida carregou o meu semblante,

É para mim um total desencanto.


Não sei quando voltarei a sorrir 

Como nos velhos tempos,IR

São tantos os contratempos,

Que outro sorriso vou descobrir.


E a sorrir fecho estes versos,

Para me sentir compensado,

E continuar bem inspirado

Sorrindo com olhos ternos.


Ruy Serrano - 20.08.2020



domingo, 16 de agosto de 2020

ALMA IRREQUIETA

Sinto minha alma irrequieta,

Não sei porquê nem de quê,

Só sei que ela não sossega,

É como se fosse uma vela.


Vela de chama acesa viva,

Arde dentro do meu peito,

Não se apaga ao meio dia,

Continua acesa a seu jeito.


Jeito que apanhou de noite,

Ao ficar acesa tanto tempo,

Foi tomada por vil cansaço,

Passou a um couto pedaço.


Pedaço de vela passou a ser,

Teve vida curta, já não dá luz,

Acabou por fim por morrer,

Sua chama não mais reluz.


Alma inquieta que não dorme,

Está desperta por boa causa,

Não me quer pois abandonar,

Ferida má que temo não sarar.


Ruy Serrano - 18.08.2020


domingo, 9 de agosto de 2020

OITO QUADRAS SOLTAS

Nada é meu, nada me pertence,

Só me tenho a mim próprio,

Sigo sempre em frente,

Sou bastante sóbrio.


É uma ilusão pensar que temos

Quando não é nada nosso,

O que mais queremos,

É ser muito devoto.


Enquanto o sol não desaparece,

Eu lhe rogo uma prece,

Para me aquecer,

Até eu morrer.


A lua cheia quer competir com o sol,

Dando-me luz durante a noite,

Cobrindo-me com o lençol

Para não ouvir o coiote.


Não guardo rancores nem vinganças,

Sou pessoa de boas esperanças,

Desde que seja respeitado

Por mim tão desejado.


Vou roubar-te um beijo tão disputado,

Esperando ser por ti perdoado,

Beijo tão doce e meigo,

Meu melhor ensejo.


És o ultimo amor da minha longa vida,

Não vou a tempo de ter outro,

Os anos já dão para o torto,

Não é o que eu merecia.


Ruy Serrano - 09.08.2020

quarta-feira, 22 de julho de 2020

DESÂNIMO

Guardo em cada verso minha dor, meu sentimento,
De tudo o que vejo e me acontece sem ser culpado,
É a humanidade que deixou de ter valor, momento
De crise da moral e do respeito mútuo, reclamado.

Versos tão longos e verdadeiros, são tão inteiros
Como é a vida dos mártires da desordem mundial,
Que não conseguem dominar a onda de bárbaros 
Que invadiram a civilização sem dar qualquer sinal.

O dia a dia imprevisto e de tantos veros conflitos,
Provocam aos inocentes danos tais que os gritos
Se fazem ouvir com eco nas profundezas da gruta
Onde os guerreiros se escondem da criminosa luta.

Sem querer estou envolvido nesta vida sangrenta
De luta constante em que não há escudo de aço
Que me defenda, tendo de improvisar um colete
De força que me proteja meu coração, meu peito.

Já me faltam as palavras para continuar a escrever,
Por achar que não vale a pena, pelo menos interesse
Dos homens livres que desistiram de ainda combater
As hostes inimigas que nos fazem o sangue verter.

Ruy Serrano - 22.07.2020

sábado, 11 de julho de 2020

POESIA SOFRIDA

 Minha poesia dorida que escrevo a sofrer
Com esta desilusão de não ter um amor,
A quem me confessar pelos meus erros
Cometidos sem pejo, mas com receios.
Quando escrevo minha poesia, a mente
Me chama à realidade, como temente
Que só nos poemas encontra liberdade,
Para viver a vida com mais intensidade.
A poesia é o melhor  meio de libertação 
Dos males deste mundo que eu arrisco 
Contrair como grande mal do coração
Mas de que por preço nenhum desisto.
Vou tentar escrever poesia mais neutra,
Que não seja considerada simples treta,
Será poesia mais realista e com o ritmo 
Da meu coração, é o seu direito legítimo.
Não abdico da minha poesia, a razão
Do meu viver neste mundo diabólico, 
Em que tudo é irreal, fantasmagórico
E que faz sofrer meu corpo e coração.

Ruy Serrano - 11.07.2020

sábado, 4 de julho de 2020

A MINHA RAZÃO DE SER

 A minha razão de ser é legítima é muito minha,
Vim ao mundo porque o destino assim o quis,
Meu desígnio foi construir património familiar.
Para o meu nome defender e assim eternizar.

Cumpri o meu dever de cidadão, de filho e pai,
Criei família, a maior riqueza que eu ambicionei,
Ergui a pulso tudo o que tenho e tive que perdi,
Resta-me a dignidade e meu nome que defendi.

As ambições são como cinzas que se espalham,
Pelo chão que pisamos com receio de queimar
A palma dos pés que arrastamos, tão cansados 
Que nos sentimos duma vida intensa afastados.

A minha razão de ser subsiste, enquanto eu viver,
Terei de usar de toda a sabedoria para não perder
O comboio da vida que acelerou, sem descarrilar,
Seria o fim dum sonho que construí por eu gostar.

A minha razão de ser é diferente, é muito especial,
Tem o selo de garantia que me projectou no futuro,
Permitindo a construção do meu vasto património,
Que acabou por se perder nas mãos do demónio.

Já não posso retroceder e fazer tudo bem diferente,
O que fiz, bem ou mal, fiz com muito gosto e prazer,
Pena tenho não haver ninguém que esteja presente
Para perpetuar o que de valioso não deverá morrer.

Ruy Serrano - 04.07.2020

PROCURO MAS NÃO ENCONTRO

Procurei não te encontrei, fugiste de mim,
Desapareceste no meio de tanto capim,
Nunca desisti, continuei à tua procura,
Desesperado fiquei à beira da loucura.
Loucura que tomou conta de mim, nunca
Mais me deixou, tentei esquecer o amor
Que se grudou ao meu coração, uma dor
Que é pior que viver uma vida bem curta.

Vivo com esta amargura de muita secura,
Que me causa náuseas e muitos vómitos,
Não sei se suportarei tão tamanha tortura,
Sensação de ser atingido por meteoritos.

A vida tem destas coisas, só nos engana,
É traiçoeira, maldosa, uma grande sacana,
Que só pensa em si, e me deixa sozinho.
Neste penoso trilhar de tão mau caminho. 

Arrasto-me pelas veredas das florestas
Enfrento insectos, cobras e lobisomens,
Sou objecto de jogos de azar e torturas,
Só vejo monstros que já foram homens.

Procuro algo que não encontro, não sei
Onde se encontra, escondeu-se de mim,
Procurei no mato, na floresta e no capim,
Fiz tudo que podia, ainda por fim farejei.

Ruy Serrano - 04.07.2020

terça-feira, 30 de junho de 2020

UM HOMEM TAMBÉM CHORA

Não me surpreende um homem chorar,
Eu também já chorei, e não sei porquê,
O motivo deve ter sido bastante forte,
Que me quis esquecer desse meu porte.
Não é difícil nem impossível lacrimejar.
As lágrimas brotam como duma fonte,
São cristalinas e de sabor bem amargo,
Correm livres como a água numa ponte.

Há tantos homens que choram, razões
Não faltam, são muitas, fruto do tempo 
Que atravessamos, de tantas agressões
Chora-se por não se suportar pressões.

Quando um homem chora, tudo vai mal
Na sua vida, sem processo de uma cura,
O choro passa a ser remedio, bom alívio
Para quem a vida é difícil e não se atura.

Não me envergonho de chorar, é natural,
Vem da minha alma, acelera o coração,
Passa a ser um alívio da minha pressão,
Fico a ser um homem forte e especial.

Ainda muito hei-de chorar, é manancial
De incertezas e gostos amargos a pagar
Sem culpas nem pecados deste quintal,
Da vida não tenho nunca de me queixar.

Ruy Serrano - 30.06.2020

LISBOA ANDAS À TOA

Lisboa, andas perdida, andas à toa,
Andas mal acompanhada, iludida
Por promessas falsas de namoro.
Podes ser vítima dum novo mouro.
Esqueces as tuas nobres tradições,
Tens sangue lusitano do nosso rei
Primeiro, deves cumprir com a lei
Que foi instituída por veros varões.

Acompanha o Tejo que te venera,
Por seres sua alma gémea natural
Nāo cometas mau pecado mortal,
Que poderá custar punição severa.

Junta-te às varinas e aos fadistas 
Aos ardinas, aos poetas e artistas,
Ao povo simples que por ti nunca
Desistiu, esteve contigo na tua luta.

Envia pelas gaivotas tuas mensagens
De amizade e abraços à outra banda,
Como prova, das tuas homenagens
A uma relação mútua bem profunda.

Mantém teu nome sempre venerado,
Como Portugal exige, da sua história 
Que guardas contigo no teu castelo
Que te ergueram como tua boa jóia.

Ruy Serrano - 29.06.2020

sábado, 27 de junho de 2020

SOBE E DESCE

Como um elevador, a minha vida sobe e desce,
Jamais gosto de andar para baixo e para cima,
Nunca sei onde estou, e a vida assim é peste.
Nāo me sinto bem aqui, vou para outro clima

Clima mais quente com águas para me banhar
E poder nadar para o sobe e desce eu deixar.
Quero mudar de vida, seguir um novo caminho,
Até chegar salvo, de saúde a um outro destino.

Destino que se abre com melhores soluções
Para a minha vida de tantas cruéis ilusões,
Como o sobe e desce que é tão enganador
Que me obriga a viver de um enorme pavor.

Pavor que não me deixa, colou-se ao corpo,
Afectou meu coração e minha sensível alma,
Ando preocupado, sinto-me um mero aborto.
Tenho de ser firme e jamais perder a calma.

Afinal o sobe e desce é o mal menor da vida,
Que se vive enquanto andarmos neste mundo
A vegetar como todos os seres sobreviventes.
Que ainda resistem nunca sendo desistentes.

Ruy Serrano - 27.06.2020


sexta-feira, 19 de junho de 2020

EM QUE É QUE ERREI

Pergunto a mim mesmo, muitas vezes,
Em que é que errei, sem me aperceber,
Que a vida é minha cúmplice nos erros
Que cometi e que me deixaram a sofrer.

Sei que errei, mas não sei porque razão,
Aconteceu na minha vida naturalmente,
Nāo quero que se repitam outros erros.
Que fariam muito mal ao meu coração.

Errar é humano eu sei, mas tanto assim,
Nāo é normal, é falta de cuidado e fatal
Para quem erra tanto como eu, é sinal
De que as pessoas vão duvidar de mim.

Em que é que errei, continuo sem saber,
Os erros foram bastantes e disfarçados,
Que não consigo decifrar como eles são,
Para puder aos ofendidos pedir perdão.

Em que é que errei é a minha pergunta,
Nāo me é dada a resposta adequada,
Vivo uma vida encoberta e aldrabada,
O erro não me deixa a mim ele se junta.

Ruy Serrano - 19.06.2020


segunda-feira, 15 de junho de 2020

AMOR CLANDESTINO

Tenho um amor bem escondido,
É um amor meu tão clandestino
Que não o revelo nem o entrego
A ninguém, é amor que eu prezo.

Este amor clandestino é só meu,
Não tem preço nem bem pago,
Amor como este só aconteceu,
Por ser raro e de valor bem caro.

Trago este amor deste a juventude,
Guardei comigo muito em segredo, 
Considero muito nobre esta atitude
Este amor merece todo meu enlevo.

Estou tão loucamente apaixonado,
Receio eu ser por alguém cobiçado,
Tenho de o proteger como ele pede,
Não quero ficar toda a vida a sofrer.

Amor clandestino ė mais saboroso,
Por ninguém lhe ter algum acesso,
Ele satisfaz com perfeição meu ego,
Não quero viver a vida em alvoroço.

Ruy Serrano - 15.06.2020