sábado, 25 de novembro de 2017

O ESTADO DO ESTADO

Este estado a que cheguei,
Foi o Estado que que me controlou,
Com suas leis que publicou
E que eu sempre lamentei.

O estado deste nosso Estado,
É controlado pelas élites do poder,
Deixa-me triste e prejudicado,
Sem eu nada poder nunca fazer.

Só com dinamite se pode destruir
O Estado que nós temos,
Não podemos continuar a fingir,
Que o Estado tememos.

O estado do nosso Estado é péssimo,
Precisa de tratamento urgente,
Para não sofrer um fim mau e trágico,
Sem possível cura e retrocesso.

Estado como o nosso não há outro,
Deixa-nos num estado lastimoso,
Nem sequer podemos ser teimosos,
Para chegarmos a porto seguro.

Ruy Serrano - 27.11.2017


quinta-feira, 23 de novembro de 2017

QUANDO AS ROSAS SĀO VERSOS

Quando as rosas são versos,
Os teus encantos são flores,
Tu és para mim os amores
Que eu te achei tão ternos.

Rosas vermelhas que colhi,
São para mim como versos 
Queeu apaixonado escrevi,
E a ti dediquei sem rodeios.

Quando as rosas são versos,
A vida fica colorida e menos
Sofrida, dando-me inspiração 
Para escrever meus poemas.

Rosas tão amigas que adoro,
São um rosário de encantos,
Suscitam-me meus poemas,
Que dedico aos meus amigos.

Quando as rosas são versos,
A vida torna-se mais colorida,
Os teus abraços e teus beijos
São como uma grande magia.

Quando as rosas são versos
Não me pico jamais nelas.
São tão minhas fiéis amigas,
Que as estimo com respeito.


Ruy Serrano - 23.11.2017

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

AVE MIGRATÓRIA

Transformei-me em ave migratória,
Para voltar a África que me espera,
Voei por terras de feitiço e memória,
Voltei à saudosa terra onde nascera

Disfarçado de pássaro de arribação,
Ninguém me reconheceu pousado,
No telhado da minha ex-habitação,
De que fui forçadamente espoliado.

Vi figuras estranhas e misteriosas,
Entrarem e saírem da minha casa,
Homens e mulheres, grande farra.

        Vestuários de luxo e festas ruidosas
Regressei frustrado, batendo as asas,
Deixei penas e lágrimas derramadas.

Ruy Serrano - 16.11.2017


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

BENDITA CHUVA

Bate a chuva nos vidrais do meu lar,
Avisando que enfim veio para ficar,
Depois de tanto tempo estar ausente,
E grande seca ter estado presente.

A chuva cai agora tão fortemente,
Que inunda as ruas do meu bairro,
Lava tudo que aparece no caminho
Que segue impetuosa sem destino.

Bendita chuva que acabou por cair,
Depois de longa seca ter provocado,
É agora a salvação do nosso gado,
Que sobreviveu ao perigo de partir.

Esperança nossa que acabe a seca
Duma vez por todas, pra haver água
Nas albufeiras e nas nossas casas,
E deixarmos de implorar com mágoa.

As terras e os seres vivos dependem 
Da água que a natureza lhes oferece,
Transcendente e imaculada benesse,
Que sobre as nossas vidas impende.

Ruy Serrano - 15.11.2017


terça-feira, 14 de novembro de 2017

A JUSTIÇA DA HISTÓRIA

Quando eu já for massa inerte,
E passar a fronteira deste Mundo,
Aqueles que me conheceram,
Irão reconhecer pelas marcas
Que deixei, quem foi aquele
Que amou tanto a sua terra,
Que jamais se esqueceu dela.

Irão arrepender-se de todo o mal
Que me causaram, por egoísmo,
Privando-me de tudo que era meu
E que de repente se desvaneceu
Por ganância de quem nada fez
Para beneficiar a nossa terra 
Que parou no tempo desta era.

E a história se repetirá no tempo
Que passará como um furacão,
Pelas obras por mim construídas 
Que acabarão por ser destruídas,
Por abandono e puro desprezo,
Desvalorizando o património
Que eu edifiquei com esforço.


Ruy Serrano - 14.11.2017