Transformei-me em ave
migratória,
Para voltar a África
que me espera,
Voei por terras de
feitiço e memória,
Voltei à saudosa terra
onde nascera
Disfarçado de pássaro
de arribação,
Ninguém me reconheceu
pousado,
No telhado da minha ex-habitação,
De que fui forçadamente
espoliado.
Vi figuras estranhas e
misteriosas,
Entrarem e saírem da
minha casa,
Homens e mulheres,
grande farra.
Vestuários
de luxo e festas ruidosas
Regressei frustrado,
batendo as asas,
Deixei penas e lágrimas
derramadas.
Ruy Serrano - 16.11.2017
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