quinta-feira, 16 de novembro de 2017

AVE MIGRATÓRIA

Transformei-me em ave migratória,
Para voltar a África que me espera,
Voei por terras de feitiço e memória,
Voltei à saudosa terra onde nascera

Disfarçado de pássaro de arribação,
Ninguém me reconheceu pousado,
No telhado da minha ex-habitação,
De que fui forçadamente espoliado.

Vi figuras estranhas e misteriosas,
Entrarem e saírem da minha casa,
Homens e mulheres, grande farra.

        Vestuários de luxo e festas ruidosas
Regressei frustrado, batendo as asas,
Deixei penas e lágrimas derramadas.

Ruy Serrano - 16.11.2017


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