terça-feira, 28 de abril de 2020

LANCEI POEMAS AO MAR

Lancei poemas ao mar para os levar
Através co Mundo e à minha terra,
Onde boa gente ainda me espera.
Mas a que é impossível eu retornar.

Os meus poemas são o meu sentir,
Do meu infortúnio nesta minha vida,
Que me foi imposta, não escolhida
O pior é o que ainda está para vir.
Os meus poemas correram o Mundo,
Flutuaram até ao fim do mar profundo.
Não sei quem os recolheu pars poder
Apreciar e no seu recanto os entender.

Os poemas que libertei se agruparam
Em poemas de amor e de descoberta
Desta vida desconhecida e encoberta,
Que vivem comigo e não me deixaram.

As andorinhas migrantes sobrevoaram
Os meus poemas para os contemplar 
Lá do alto onde o poema é mais belo,
Tem gravado do poeta o nome e selo.

Ruy Serrano - 28.04.2020























Lan
Através co Mundo e à minha terra,
Onde boa gente ainda me espera,
Mas a que é impossível eu retornar.

Os meus poemas são o meu sentir,
Do meu infortúnio nesta minha vida
Que me foi imposta, não escolhida,
O pior é o que ainda está para vir.

Os meus poemas correram o Mundo,
Flutuaram até ao fim do mar profundo.
Não sei quem os recolheu pars poder
Apreciar e no seu recanto os entender.

Os poemas que libertei se agruparam
Em poemas de amor e de descoberta
Desta vida desconhecida e encoberta,
Que vivem comigo e não me deixaram.

As andorinhas migrantes sobrevoaram
Os meus poemas para os contemplar 
Lá do alto onde o poema é mais belo,
Tem gravado do poeta o nome e selo.

Ruy Serrano - 28.04.2020


domingo, 26 de abril de 2020

O QUE QUERIA QUE MUDASSE...

Depois da quarentena  

Não sabemos, mas muita coisa vai mudar,
Nada vai ser como dantes, será diferente,
Gostaria que muita coisa pudesse melhorar,
Não nos deixando ainda algo dependente.

Que mudasse o comportamento humano,
Passando a ser solidário e menos egoísta,
Ajudando os mais pobres e desprotegidos,
E animando os carentes e bastante aflitos.

Que os políticos fossem mais verdadeiros,
Defendendo o povo e menos os partidos,
Publicassem leis justas e mais concretas,
Se deixassem de almoços caros e festas.

Que deixasse de haver a descriminação 
Prevalecente de credos, raças e ideias,
Com a maior tolerância e trato humano
Exigível por factos, não de frases feitas.

Que a vida cultural fosse mais abrangente,
Sensibilizando as pessoas para as artes,
Poesia e leitura, sendo também criativos 
Enriquecendo assim o património cultural.

Que a juventude fosse estimulada a amar
A Historia de Portugal, como sua coroa
De glória pelos feitos daqueles ancestrais,
Que dignificaram este nome de Portugal.

Se tudo isto se concretizasse, seríamos
Mais respeitados e mais considerados 
Em todo o globo, que quase nos ignora,
Por já não sermos a Nação de outrora.

Ruy Serrano - 26.04.2020



sábado, 25 de abril de 2020

NÃO SOU VELHO SOU ANTIGO

Não sou velho sou antigo, doutro tempo,
Tudo o que valho é verdade não invento,
Minha vivência é rica, bem preenchida,
De melhores momentos da minha vida.

O meu valor real me concede o direito
De quando morrer ficar num pedestal
Do meu escritório, onde passei a vida
A escrever a boa poesia de valor real.

A antiguidade é para ser preservada,
E para sempre por todos respeitada,
Por ser a memória duma vida digna 
Que contra as injustiças se indigna.

Ser velho não tem a ver com o antigo,
É apenas o corpo gasto e consumido,
O antigo é espiritual e de forte moral,
Que deve ser respeitado e guardado.

Não sou velho sou antigo e reclamo
A minha identidade sem uma idade
Que me querem atribuir, para iludir
Quem não conhece minha lealdade.

Ruy Serrano - 24.04.2020

segunda-feira, 20 de abril de 2020

MARCAS DA VIDA

Trago no rosto as marcas da vida.
Esculpidas pelas agruras vividas,
Dos anos que passei com sonhos
Que se desfizeram, tão tristonhos.

Tento esboçar um sorriso forçado,
Para disfarçar o traço carregado
Que sulca meu rosto de pele ácida,
Semblante grave tal uma couraça.

Cada ruga deste meu rosto reflete
O percurso que sigo inconsciente,
Sem me aperceber da gravidade
Duma vida cheia de tanta verdade.

Não há com que disfarçar as rugas,
Elas passam esta vida em disputas,
Para impressionar por persuasão,
O que jamais terá alguma solução.

As rugas são sinais da vida nobre,
Que segui durante esta existência,
Singrando com minha experiência,
Até atingir o cume da minha torre. 

Torre onde eu estou encarcerado,
Por ter sido injustamente julgado
Num tribunal popular sem juizes,
Apenas com propósitos infelizes.

Ruy Serrano - 20.04.2020

sábado, 18 de abril de 2020

DIVAGANDO...

Passaste por mim no outro dia,
Fizeste que eu não existia.
Eu fiquei ofendido,
Por ser agredido.

Agredido tenho sido toda a vida,
Sem poder me defender,
Já não és minha amiga,
Fazes-me sofrer.

Sofrer sem me queixar ou chorar,
Já não tenho lágrimas,
Acabaram por secar,
Puros fantasmas.

Fantasmas são um grande pesadelo,
Invadiram a cabeça e o cabelo,
Fiquei desperto sem sono,
De mim não sou dono.

Dono e senhor é apenas arrogância,
De quem tem muita ganância,
A vida é mais que isso,
Devemos ter siso.

Siso é o que mais faz falta às pessoas,
Vivem de fantasias e ilusões,
So sabem contar tostões,
Andam por aí à toa.

À toa também andei toda a existência,
Já me falta a paciência
Tenho de desistir,
Para existir.

Existir é pelo que devemos sempre lutar,
Enquanto tivermos amor para dar,
O resto é apenas supérfluo,
Como um tubérculo.

Ruy Serrano - 19.04.2020

A ESSÊNCIA DA VIDA

A vida tem tanto de transparente 
Como de obscuro, não se abre,
Com ninguém nem com o dono,
Fico sem saber a sua verdade.

Gostaria inda de conhecer tudo
Que me esconde a minha vida,
Ando pois triste, muito confuso,
Enquanto for tão desconhecida.

A essência da vida é pura e bela,
Tem pejo, a mim não se revela,
Não quer ser contaminada assim
Por aquilo que não vem de mim.

Se eu conhecesse o lado obscuro,
Teria dado outro rumo a esta vida,
O futuro seria muito mais seguro,,
Conseguindo o que mais merecia.

Ainda não é tarde, esta esperança 
Que tenho é muito determinada,
Faz-me confiar na justiça Santa
Que me será por graça facultada.

Ruy Serrano - 18.04.2020

APAIXONEI-ME PELA POESIA

Apaixonei-me pela poesia para sempre,
Foi ela que me inspirou belos poemas,
Que escrevo sobre a nostalgia da vida,
Que a Amália cantava com sua magia.

A poesia é a expressão do meu sentir,
Dos meus bons, dos maus momentos,
Escrevo pra exprimir os sentimentos
Que eu guardo sem ressentimentos.

A minha poesia vive com a nostalgia
Que a Amália muito na voz exprimia, 
Com os belos fados ele sabe cantar,
E me deixa rendido ao seu encantar,

Desde que me apaixonei pela poesia
Que nunca mais a abandonei, adoro
A sua companhia, dela não abdico,
Sou seu admirador e eterno amigo.

Quando eu escrevo poesia, recorro
Aos versos que estão guardados,
Para mim, num armário da poesia.
Na gaveta da minha escrivaninha.

Ruy Serrano - 18.04.2020

quarta-feira, 15 de abril de 2020

O JOGO DAS PALAVRAS

Lancei um desafio às palavras,
Para jogarmos  um breve jogo,
Eu escreveria com o seu apoio,
Bonitos poemas do meu amor.

As palavras movidas por ciúmes,
Não permitiram que as usasse,
Acusaram-me de falta de classe,
Eram só palavras de queixume.

Disse então às palavras a razão
Do meu escrever, a confissão
Que eu tinha de fazer a alguém,
Para minha satisfação, um bem.

Esse alguém eram elas, amigas
De peito que guardei na caixa
Dos desejos, para me inspirar
Quando tivesse de escrevinhar.

Assim as palavras concederam
Permissão para as poder usar,
Os versos então agradeceram,
Por já ser possível os publicar.

Ruy Serrano - 15.04.2020

sábado, 11 de abril de 2020

MÁGOAS



Tenho mágoas não sei de quê,.
Sei que tenho muitas mágoas 
Que me magoam, assim à toa,
Tenho mágoas não sei porquê.

Na vida tive coisas que é difícil
Esquecer e criaram as mágoas
Que inda hoje guardo, amargas,
No interior do meu triste peito.

As mágoas são únicas e nossas,
Têm causas muitas, misteriosas,
Se as revelasse seriam vossas,
Levariam a mal, meras histórias.

Nunca pensei ter tantas mágoas,
Quem mas causou, não é amigo,
Gostaria que as sofresse comigo,
As mágoas ferem e fazem chagas.

Chagas tão dolorosas magoaram
Minha pele sensível pelo tempo
Que consumiu os meus melhores 
Anos de vida, cruel contratempo.

Mágoas de amigos que partiram,
Do meus pais sem se despedirem,
De eu ficar abandonado na terra
Do desaparecer do vírus à espera.

Não sei como estas mágoas matar,
Antes que elas me matem a mim,
As mágoas são muito traiçoeiras,
Actuam como raposas matreiras.

Ruy Serrano - 11.04..2020

domingo, 5 de abril de 2020

PAIXÕES

Há paixões e paixões, umas reais,
Outras apenas simples, acidentais,
As minhas paixões são verdadeiras,
Não têm sombras nem têm clareiras.

As minhas paixões, são a literatura,
Que venero e tanto muito me atura,
Ē nela que encontro boa inspiração.
Para escrever versos desta paixão.

Paixões como a minha, tão sincera,
Não há muitas, das outras desconfio,
As minhas são meu refúgio e abrigo.
Uma grande paixão minha é a severa.

Tenho paixão em viver muito tempo,
Para desfrutar desta doçura de vida,
Que ainda me resta, nunca lamento 
O que de mim algo será suprimido.

Vale a pena ter paixões tão amigas,
Para esquecermos as más urtigas
Que encontramos no mau caminho,
Vou guardar paixão do verso amigo.

A vida sem paixões não faz sentido,
É vida vazia, como a dum mendigo,
Se não existir tem de ser inventada
Uma paixão para ser então amada,

Espreito a vida através duma paixão
Que é para mim uma amena benção.
E me dá coragem para ainda sonhar
Com um futuro que poderá perdurar.

Maior que a própria vida, é a paixão
Que se tem por algo em que se crê,
Toca com doçura o nosso coração,
É algo que se sente mas não se vê.

Ruy Serrano - 05.04.2020



,






À DERIVA...

Ando à deriva há muitas décadas,
Não sei onde eu irei parar,
Estou farto da vida,
Tão sofrida.

Sofrida com muitas fortes dores,
Perdi os meus bons odores,
Uso do meu tato,
Lhe estou grato.

Grato para sempre, enquanto viver,
Não sei como lhe agradecer,
A vida merece muito mais,
Não quero ficar aos ais.

Ais e credos rezo ao meu Deus,
Para não me abandonar,
Quero a honra salvar
Não sou ateu.

Ateu é como se fosse abstracto,
Ainda não perdi o tacto,
Tenho odor e paladar,
Gosto de saborear.

À deriva continuo sem reclamar,
Não posso o destino contrariar,
É a minha triste sina,
A vida me ensina.

Ruy Serrano - 05.04.2020



quinta-feira, 2 de abril de 2020

ENCARCERADO

Fui encarcerado na minha casa,
Até esta crise passar,
Não posso sair à rua, é proibido,
Não vá o vírus chegar.

Hoje houve para mim excepção
Meti lixo nos contentores,
Corri riscos de contaminação,
A higiene tem mentores.

Encarcerado me sinto, é doloroso,
Não tenho a liberdade,
Como não tinha antigamente,
É uma triste realidade.

Não tinha liberdade, mas acreditava
Que seria conquistada,
Com paciência e muito sacrifício,
Era um grande suplício.

Encarcerado é palavra agora usada
Para definir a prisão
Que nos é imposta, sem remissão,
Não me resta nada.

A crise há-de passar e a nossa vida
Irá brevemente normalizar,
Confiar no futuro será a prioridade,
Para a nossa vida salvar.

Ruy Serrano - 03.04.2020




quarta-feira, 1 de abril de 2020

VESTIDO DE CHITA

Com esse vestido de chita,
Ficas tão bonita,
És uma perfeita miragem,
És doutra paragem.

Vaidosa te tornaste,
Nunca mais me ligaste,
Agora és outra,
És como fechada ostra.

Ostra que eu irei abrir,
Para me deliciar 
Só te comer com limão,
Não te vou poupar.
/
Poupar não é possível,
A vida está difícil,
Nem economizar consigo,
É o meu castigo.

Castigo que eu não mereço,
Sou modesto
Como o teu vestido de chita,
Meu protesto.

Protesto é a ordem do dia,  
Não há nada a fazer,
Nāo é momento de lazer,
É de simples magia

Teu vestido de chita brilha
Como se fosse ouro,
Não há vestido não há outro
De cintura tão fina.

Ruy Serrano - 02.04.2020