domingo, 5 de abril de 2020

À DERIVA...

Ando à deriva há muitas décadas,
Não sei onde eu irei parar,
Estou farto da vida,
Tão sofrida.

Sofrida com muitas fortes dores,
Perdi os meus bons odores,
Uso do meu tato,
Lhe estou grato.

Grato para sempre, enquanto viver,
Não sei como lhe agradecer,
A vida merece muito mais,
Não quero ficar aos ais.

Ais e credos rezo ao meu Deus,
Para não me abandonar,
Quero a honra salvar
Não sou ateu.

Ateu é como se fosse abstracto,
Ainda não perdi o tacto,
Tenho odor e paladar,
Gosto de saborear.

À deriva continuo sem reclamar,
Não posso o destino contrariar,
É a minha triste sina,
A vida me ensina.

Ruy Serrano - 05.04.2020



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