quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

NA PALMA DA MINHA MÃO



Na palma da minha mão, sinto meu coração

Bater com intensidade e muita emoção,

Vejo entre as linhas cruzadas,

As tuas palavras veladas.


Na palma da minha mão estás bem presente,

És a luz que alumia o meu caminho,

E manténs a minha mente

Boa com o teu carinho.


Na palma da minha mão leio tudo do Mundo,

Notícias alarmantes e chocantes,

Vivemos num submundo

De casos marcantes.


Na palma da minha mão, vejo a minha terra

Definhar com tamanha poluição,

Que agride como uma fera,

Ignorando o coração.


Na palma da minha mão, as linhas me dizem

Que seguimos para um precipício

Perigoso que será prejuízo,

Porque não se inibem.


Na palma da minha mão, veja a pobreza

Que alastra por todo o Mundo,

Porque tanta riqueza

Não tem fundo.


Na palma da minha mão vejo a política

Como couto de tanta gente

Que por ser demente,

Ficou paralítica.


Na palma da minha mão vejo belas mulheres

A se vestirem como homens,

Usando calças e botas

Autênticas batotas.


Na palma da minha mão o Mundo vai acabar,

Num dia imprevisto, de crepúsculo

Que não poderemos evitar,

Será rápido e brusco.


Ruy Serrano - 30.12.2021


terça-feira, 28 de dezembro de 2021

O CAVALGAR DO TEMPO


No cavalgar do tempo que corre veloz,

Eu monto um cavalo alazão sem freio.

Que me leva ao fim do mundo, um nó

Cego que não se desfaz, bastante feio.


Feio está o tempo invernoso e de chuva,

Época própria que nos arrefece com frio

Que só a lareira enfrenta com destemor,

Para enchar as nossas casas de calor.


Calor que aquece a minha doce cama

Onde me deito com receio de arrefecer,

E não conseguir dormir como é preciso,

Para usufruir o melhor do meu abrigo.


Abrigo é sorte minha eu ainda possuir,

Outros dormem na rua sem cobertas

De lã para os aquecer, triste sorte a sua 

Não haver quem faça apelos e ofertas.


Ofertas são precisas pra valer aos pobres

Que se debatem com tantas necessidades 

Ao longo do ano que parece não ter o fim 

Que se deseja, por serem tristes realidades.


Arrefece minha alma, palpita meu coração,

Arrepia-se o meu corpo, endurece a pele,

Meu cérebro deixa de raciocinar, bloqueia

Meu sonhos e pensamentos, má encefaleia.


Estamos em trânsito para um estranho ano

Que é misterioso por conter tais surpresas

Como continuação do que vai agora findar,

Que foi um ano de não mais se relembrar.


Ruy Serrano - 28.12.2021


quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

ANO NOVO NOVO ANO



Vem aí um novo ano, o 2022,

Vai trazer muitas surpresas,

Umas boas, outras bem más,

Nāo sei o que mais nos traz.

Gostaria de voltar a ser menino

Para usufruir de todo o carinho

Que recebia da minha boa mãe,

Que é tudo melhor que se tem.


Hoje sinto-me tão desprotegido,

Que fico deveras bastante aflito,

Anseio tenho de melhores dias,

Para viver com pessoas amigas.


Ano novo Novo ano, é novidade,

Surpreende com boas atenções,

A família à mesa todos reunidos,

Filhos, netos, bisnetos queridos.


Recorda-se o passado saudoso,

Dum tempo mais natural e bom,

Que já não volta, tão miraculoso,

Das mulheres puras, sem batom.


Ano novo Novo ano, o que será

O futuro tão incerto, com o mal

Da pandemia que ainda matará,

Doença terrível, tão sobrenatural.


Haja muito cuidado, não abusem

Da liberdade de não usar mascara,

O codivirus está atento, sem pena

Do humano que à morte condena,


Ruy Serrano - 23.12.2021



sábado, 18 de dezembro de 2021

À VOLTA D O MUNDO


Dei a volta ao Mundo, fiquei confuso,

O Mundo foi uma surpresa, 

Pareceu ser obtuso,

Como uma estrela.


Se este é o Mundo em que eu vivo,

O que será o outro Mundo,

Deve ser muito imundo,

Este é o meu destino.


Enquanto viver continuarei aqui, 

Não vou desertar agora,

Seria uma desonra,

A vida quiz assim.


Há tantos Mundos neste Universo

Que a Terra é um grão de areia,

Comparado com o disperso 

Tal uma centopeia.


Um dia partirei deste meu Mundo

Para parte deveras incerta,

Será talvez para o fundo

Duma grande cratera.


Ruy Serrano - 18.12.2021



quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

TEMPO DE INOCÊNCIA


Sem saber o que era o mal 

Nāo sabia o que era pecar,

Passava o tempo a brincar,

Não era assim tão normal.


Fazia tudo com mui gosto,

Não sendo muito perfeito

Achava-me bom sugeito,

Andava tão bem disposto.


O meu tempo de inocência 

Foi o melhor da minha vida,

Outro igual nunca mais tive,

Esse tempo não sobrevive.


Gostaria de ser o inocente

Que fui, sem consciência 

De sentir aquela maldade,

Que se tem na puberdade.


O tempo de inocente finou,

Foi bom mas assim acabou,

Agora o tempo é de pecado,

Que nunca pode ser evitado.


Ruy Serrano - 16.12.2021




segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

MAIS UM DIA…


Mais um dia passou

E nada à minha vida acrescentou.

Apenas mais um dia,

Que tirou mais anos à minha vida.


Mais um dia è demais,

Envelheço muito mais depressa,

Não tenho tanta pressa,

Quero viver ainda muito mais.


Mais um dia foi o que Deus deu,

Tenho de o aproveitar,

Antes de partir para junto do céu,

Deus irá me salvar.


Mais um dia espero eu inda viver,

Não quero tão cedo morrer,

A vida é para ser vivida com gosto,

Viver mais tempo é suposto.


Mais um dia, mais um dia,

É tudo que peço ao meu Deus,

Não é nenhuma hipocrisia,

É sincero, quero ir até aos céus.


Ruy Serrano - 06.12.2021


terça-feira, 30 de novembro de 2021

FARPAS


Lançaram farpas para me ferir,

Eu desviei-me e se perderam,

Consegui assim das impedir.

Tais cruéis farpas  morreram.


Nāo desistiram, outras farpas 

Me lançaram, sem resultado,

Passaram então ao meu lado,

E se perderam nas escarpas.


As farpas já não têm acção.

Perderam força, tão fracas

Se tornaram que já não são 

O terror que eram as farpas.


Farpas são farpas, passaram 

De uso, a missão fracassaram,

Vivemos mais seguros agora,

Por ter chegado a nossa hora.


Ruy Serrano - 30.11.2021







domingo, 28 de novembro de 2021

MÁGOAS


Estas mágoas que me atormentam, 

Sāo de saudade e de ausência 

Sāo da minha impotência

Nāo me sustentam.


Vivo entre a dúvida e uma certeza,

Que nāo me dá confiança,

Resta-me a esperança

De usar de frieza.


São tantas as mágoas geradas

Que provocaram lágrimas 

Amargas e salgadas 

Mal amadas.


Saltitam as lágrimas nos olhos

Como pingos de chuva

A cair aos molhos,

Na face suja.


As mágoas fazem parte deste penar

Que não consigo desprezar,

Por serem rebeldes

E muito reles.


Ruy Serrano - 28.11.2021


segunda-feira, 22 de novembro de 2021

MÁ FORTUNA…


Má fortuna a minha, sofrer este exílio

Infindo, sem culpa formada, invenção 

Forjada para me manterem afastado 

Por muito tempo, sem ser julgado.


O tempo se encarregará de denunciar

Esta calúnia que me feriu duro golpe,

Para a verdade se conhecer um dia 

Minha má fortuna, minha cruel sorte.


Muita gente, tanta gente se entrega

A este tipo de calúnias que nos fere

Como um cutelo, tal uma vil megera

Que lança seu veneno e se hiberna.


Um dia a verdade vira à tona da vida

Antes da minha partida para o etéreo,

Será tanta coisa deveras esclarecida 

À beira da cova dum certo cemitério.


Já Camões se queixava da má fortuna

Que teve com seus amores frustrados,

Com donzelas presumidas de virgens

Que não passavam de meras vertigens.


Esta má fortuna terá o seu breve fim,

Não havendo mal que assim perdure,

Por ser feita a devida e certa justiça,

Como vencedor duma disputada liça.


Ruy Serrano - 22.11.2021





sexta-feira, 19 de novembro de 2021

IMAGEM VIVA



Guardo comigo a tua viva imagem

De uma deusa do amor, bela flor

Que colhi no meu jardim, em dia

De sol brilhante que se refletia 

No teu corpo roliço e provocante.


És uma visão deste e outro mundo,

Ofuscas tudo que te rodeia, brilho

E encanto dos teus olhos, confesso 

Que fiquei preso a ti, como abcesso

Que criei sem cura, com teu sorriso.


A tua silhueta é a candura da terra

Que te viu nascer num dia brando

De amena temperatura, a quimera

Do tempo real que nāo é engano,

Nem uma simples ilusão de ficção.


Essa memória está bem presente,

Não se perdeu no tempo passado,

No chão fértil germinou a semente

Que produziu fruto bem acabado,

Numa época que não era de seca.


Ruy Serrano - 19.11.2021



 



sábado, 13 de novembro de 2021

MUNDO CORROMPIDO



Neste mundo corrompido  e traiçoeiro,

Sinto-me no meio dum cruel vespeiro,

Em que sou picado a todo o instante,

Não conseguindo ficar dele distante.


Gente que não é gente, é profissional

Dos ataques maliciosos aos incautos 

Que são apanhados neste pantanal

Da vida, vivida com muitos percalços.


Por todo o lado há confrontos e guerra,

Em que morrem muitos desgraçados

Por não se poderem defender, merda

De vida, expulsos e de vez afastados.


Conflitos gerados pelos ambiciosos 

Que andam obcecados pelos bens 

Alheios, para reverterem em proveito

Pessoal, sem darem às balas o peito.


A confusão tomou uma tal dimensão

Que já não há pro mundo salvação,

Está assim o seu fim pré anunciado,

Será o homem de má índole julgado.


Ruy Serrano - 13.11.2021

terça-feira, 9 de novembro de 2021

POESIA ORFÃ


A poesia está de luto, é orfã do poeta 

Que a alimentou com muitos poemas,

Durante anos, até ao fim da sus recta

Final, com muitos e variados temas.


Ficou a poesia sem rumo, por o poeta

Ter falecido quando estava no apogeu,

E fazia poesia para todos os leitores,

Seus fiéis e os principais admiradores.


Anda a poesia à deriva, não encontra

Ninguém que a queira, todos acham

Que agora não passa de uma montra

Vasia sem versos com alguma chama,


É triste a poesia ser orfã, tão imatura

Ainda era! que não chegou a adulta,

Largo futuro ela teria se a sua vida

Tivesse o poeta como companhia.


O poeta que se finou, ficou tāo triste

Por não ter acabado os seus poemas

Que a poesia reclamava para brilhar 

Com a luz viva, colorida de encantar.


Ruy Serrano - 09.11.2021


 

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

TROPICALÍSSIMO


Este sentimento profundo que tenho,

Faz parte da minha natureza tropical,

Durante estes longos anos mantenho

A imagem viva do que era tão natural.


Ter nascido nos trópicos é uma sorte,

Que não pertence a todos, só a gente

Como eu, que sofreu com o desnorte,

Apesar de ser alguém que se ressente 


Tropicalíssimo é como me sinto, quero

Continuar a sê-lo enquanto ainda viver,

A ninguém eu na realidade considero

Ter o direito de tropical pretender ser.


De tropical herdei eu muitos atributos,

Os hábitos, os costumes e os sabores,

A amizade, o carinho e saber respeitar

O idoso, com o seu exemplo de amar.


Apesar de viver bem longe do trópico

Que me viu nascer a algumas décadas, 

Mantenho as características herdadas

E me foram transmitidas por profetas.


Ruy Serrano - 08.11.2021



sexta-feira, 5 de novembro de 2021

LISBOA MEU AMOR


Tenho de ti mil ciúmes, trocaste o meu amor,

Por estrangeiros e aventureiros, sem valor,

Cobriste o céu de nuvens que te levou a luz,

Tudo em ti é centenário, tens o que me seduz.


Tuas colinas, miradouros, ruelas e encostas

Sāo o teu encanto quando enfim adormeces

Depois dos fados se fazerem ouvir por vozes

Do Marceneiro e Amalia nos retiros típicos.


Até o Tejo tu ignoras, o melhor companheiro 

Que tu sempre tiveste, quando tua paixão

Passou a um amor incondicional, o primeiro,

Que tiveste na tua vida de alma e coração.


Por ti também me enamorei, na juventude 

Que contigo passei, quando eu estudava 

Nos anos cinquenta, na tua bela quietude

E sem te confessar o quanto te adorava.


Enfim, depois da tua traição, te perdoo,

Desde que me recebas carinhosamente,

Quando voltar ao teu colo e finalmente

Eu deixar de ser cego e um mero parolo.


Lisboa, Lisboa, faz ouvir os teus pregões

Que animam os teus bairros e dão vida

Aos teus utentes, grita com teus pulmões

Coisas saborosas que são tua mais valia.


Ruy Serrano - 05.11.2021


O QUE EU FUI E JÁ NÃO SOU


Triste realidade da minha vida sofrida 

Que na idade jovem era bem libertina,

E que hoje está manietada pela idade

Que me condiciona, de pura fealdade.


Em jovem as vistas largas e projectos 

Eram a minha obsessão permanente,

Afoito e muito crente do meu sucesso

Ia à luta com coragem, sem insucesso.


Raramente perdia, seguro eu estava 

Do êxito das minhas veras hipóteses

Para isso não desistia e muito lutava 

Não era incomodado pelas atrozes.


Hoje tudo mudou já não me reconheço,

Sou outro, o inverso do que era dantes,

Sou aprendiz desta vida, sem sucesso,

As metas a atingir estão mui distantes.


Tudo me custa a fazer, é por obrigação

Que me esforço para levar por diante,

A minha epopeia cruel, pura maldição 

Que me martiriza a todo cruel instante.


A minha tábua de salvação é a escrita,

Que foi benção que então  me chegou,

Com inspiração para escrever poesia

E crónicas, minha riqueza e mais valia.


Sou outro, não tenho dúvidas, agora

Reaprendo tudo, com forte vontade 

De vencer, pra isso não perco a hora,

Contando de todos alguma bondade.


Rui Serrano - 05.11.2021

domingo, 31 de outubro de 2021

SER E NÃO SER



Já não há diferença entre ser e não ser,

Não sabemos o que somos e para quê,

Corremos o risco de ser ainda banidos,

Por discordarmos de tantos bandidos.


Ser e não ser eis a questão que emerge

Como se eu fosse um bandido marginal,

Certo é que me considero um ser normal 

Que o momento exige pra nāo ser verme.


Quero antes ser de não ser, para eu viver

A vida que ainda não vivi com belo prazer,

Pois ela é tão curta que jamais se estende,

Que nāo consigo perceber nem a entendo.


Não me importo ser ou não ser, o relevante 

É manter o moral bastante elevado e saber

Que tudo é possível ultrapassar sem sofrer 

Enquanto nesta vida for cavaleiro andante.


Ruy Serrano - 31.10.2021





sábado, 23 de outubro de 2021

LAMENTO DE UM POEMA


Um meu poema se queixou lamurioso 

Que os versos que o compõem tristes

Nāo são o que mais desejava, alegria

Era o que ele de mim então esperaria.


Respondi que nascem expontâneos,

Apenas com a minha ajuda no parto

Para não sofrerem de muitas dores

E serem bem acolhidos de amores.


O poema não contente me ameaçou

Que os próximos versos serão seus,

Eu não poderei interferir, nos céus

Eles se inspirarão e de mim abdicou.


Fiquei quieto para eu ver o resultado,

De tanta arrogância do meu poema,

Não conseguiu que o estratagema 

Que adotara seria simples teorema.


Acabei pois de ser eu a acabá-lo,

Com muito custo ainda consegui,

Deu-me trabalho a aperfeiçoa-lo,

Só um poeta faz o poema de raiz.


Ruy Serrano - 23.10.2021




segunda-feira, 18 de outubro de 2021

FUI À FONTE BEBER POESIA


Fui à fonte beber poesia fresca,

Soube a pouco, a fonte recusou,

Por milagre a fonte não secou,

Meu sentir assim se manifesta.


A poesia que bebi e saboreei,

É poesia de versos singelos,

São os mais belos poemas 

Tal como bonitos diademas.


Poesia fresca como a água

Que fui buscar aquela fonte,

Refrescou os meus versos

Que andavam tão dispersos.


Versos assim até são aqueles

Que eu mais desejei escrever,

Por saberem melhor à frescura

Da água da fonte assim pura.


Quando quiser melhor escrever,

Irei à tal  fonte para me inspirar

Nos versos ao ritmo do correr

Da água boa para beber e lavar.


Ruy Serrano - 18.10.2021





sábado, 16 de outubro de 2021

O CÉU NÃO SE CONQUISTA


O céu é ganho por direito e mérito,

Só Deus decide se o merecemos,

Temos de ser um bom benemérito 

Se irmos pro céu é que queremos.


O céu não se conquista, aparece

Quando menos nós esperamos,

Deus tem Lá um lugar reservado

Para quem nunca haja pecado.


Para chegar ao céu é necessário

Que Deus envie algum emissário

Para nos ensinar qual o caminho

Que temos de seguir com carinho.


Céu há só um o de Deus e mais

Nenhum, teremos de o merecer

Para lá chegarmos ao se falecer,

Deixando a nossa família aos ais.


Ruy Serrano - 16.10.2021

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

O MILONGO DO AMOR



Esse milongo do amor que tomei,

Deixou-me embriegado, não sei

Se devo repetir a dose, tão forte

Ele é que temo pela minha sorte.


Estou tentado a tomar o milongo,

Já não passo sem ele, é um vício 

Perigoso a que tenho de resistir,

Não vá ele com gravidade me ferir.


Da minha terra recebi o milongo,

Pelo qual fiquei tão enfeitiçado,

Que o tomo já como mau hábito.

Sabendo que agora tira o sono.


Nao façam como eu, este vício

Prejudica e faz mal ao coração,

Amamos intensamente, sei não.

Se devo passar por tal sacrifício.


Vou deixar de tomar tal milongo,

De tão forte que ele é, prejudica

Meu ego, não quero ficar cego,

É preciso eu nao ter preguiça,


Ruy Serrano - 14.10.2021