sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O QUE OS TEUS OLHOS NÃO DIZEM

Os teus olhos dizem tanta coisa,
Não me dizem tudo,
Escondem o que não me dizes,
Fico muito confuso.

São olhos misteriosos e falsos,
Escondem a verdade,
Não são leais, são traiçoeiros,
Ignoram a lealdade.

Gostaria de ler nos teus olhos,
Toda a verdade escondida,
Azar meu  só encontro escolhos,
O pouco que sei é mentira.

Para descobrir toda a verdade,
Correrei bastantes riscos,
Tantos quantos os necessários,
Como fizeram os rabinos.

O que os teus olhos me dizem,
Irei ainda decifrar,
Não me vão mentir para sempre,
É só saber esperar.

Ruy Serrano - 29.09.2017


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

A EQUAÇÃO DO MEU AMOR


Tenho uma equação difícil de resolver,
É a equação do meu amor,
Deixa-me a sofrer,
Com muita dor.

Passo dias e noites sem dormir, atento
Para decifrar a equação deste amor,
Malgrado o meu intento,
É constrangedor.

A equação é tão difícil de eu resolver,
Que me confesso impotente,
Nāo quero ser desistente,
É o meu querer.

Sei que o meu amor não se manifesta
Interessada que eu desvende
O segredo da equação,
Sofre o meu coração.

A equação do meu amor é um mistério,
Não sei o que ele assim encerra,
Que se mantém tão sigiloso
Numa nebulosa atmosfera.

Ruy Serrano - 23.09.2017



terça-feira, 19 de setembro de 2017

NÃO TENHAM PENA DE MIM

Não tenham pena de mim, é a vida 
Que quer que seja assim,
Não posso fazer frente ao inimigo,
Vencê-lo eu não consigo.

Não consigo, nem que eu queira,
O inimigo é muito poderoso,
Não cai numa eventual ratoeira,
É bastante forte e temeroso.

Por muita vontade que eu tenha,
Ele se defende e se esquiva,
Não consigo que a bala o atinja,
Ele usa de tremenda manha.

Não tenham pena de mim por ora,
O inimigo anda desorientado,
Não consegue atingir o seu alvo,
Inda não chegou a minha hora.

Ruy Serrano - 20.09.2017







sábado, 16 de setembro de 2017

ETC - É DE CETRA E TAL... PONTO FINAL.

Dois sinais que marcam a nossa vida.
É de cetra e tal, é o que nos acontece
Durante a nossa vida, de surpresas,
Desde que nascemos até morrermos.

É de cetra e tal, quer dizer tanta coisa,
Tudo o que construímos e destruímos,
Com os nossos projectos e optimismo,
Que com letras gravamos numa lousa.

É de cetra e tal encerra os momentos
Mais importantes da nossa curta vida,
O que fizemos, o que ficou por fazer,
Amarmos e odiarmos sem nada temer.

É de cetra e tal, a vida falsa e realista,
Que consta do programa de fantasia,
Dos amores vividos, poemas escritos,
Contos e crónicas narradas de magia.

Acaba o é de cetra e tal, o ponto final
Aparece, que de repente surpreende,
Não nos dando alternativas, é fatal,
Já não esperamos mais nada de nós.

Do ponto final passamos a outra era,
Inferno ou céu só Deus decide então,
Conforme a nossa história se revela,
Ser boa ou má, pára o nosso coração.


Ruy Serrano - 15.09.2017

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

QUANDO A VIDA SE ESGOTA

Quando a vida se esgota,
Ainda há uma janela de esperança,
Não a feches, deixa-a aberta,
Será ainda a tua última oportunidade
Para descobrires um caminho,
Para chegares ao fim da vida,
Acompanhado e não sozinho.
É uma triste realidade.

Quando a vida se esgota,
Nada ainda chegou ao fim,
Há ainda um caminho a percorrer,
Com a ajuda do teu saber,
E muito por descobrir,
Dentro e fora de ti para dares
A quem te pede para ajudares.
Antes do fim chegar um dia.

Deus estará contigo
Nessa hora derradeira,
Ele é o teu melhor amigo,
Seguirás a sua esteira.


Ruy Serrano - 15.09.2017

O BARCO PARTIU E EU FIQUEI...

O barco partiu e eu fiquei no cais,
Triste por não ter ido no barco,
Levando as minhas saudades,
Que me deixaram em metades.

Metades de todo o meu único ser,
Que já não sei se sou eu ou outro,
Tamanho é o meu maldito sofrer,
Que me causa um pranto absurdo.

Absurdo é tudo que me prejudica,
Neste meu curto viver, sem ética,
Dos males que germinam a esmo,
E fazem de mim simples boneco.

Boneco em que jamais me revejo,
Nem a ninguém tão pouco desejo,
Tal é o sofrimento atroz, sem cura,
Que se perde tudo e nada perdura.

Perdura no pouco tempo que resta,
O melhor se perdeu, já não presta,
O que fica é menos do que queria,
Melhor e mais é tudo que merecia.


Ruy Serrano - 15.09.2017

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A LUZ DO TEU OLHAR

A luz do teu olhar me ilumina,
O seu brilho me contamina,
Vem ter comigo, a uma hora
Tardia, ao romper da aurora.

A luz do teu olhar é o Mundo
Que eu habito, com orgulho,
Por seres minha companhia,
E uma grande eterna amiga.

Confio na luz do teu olhar,
Que me persegue sempre,
É a doce maneira de amar.
Que seguirei, não temente.

A luz do teu olhar é bastante
Para eu te amar com fervor,
Com toda a verdade e amor,
Que será real e constante.

A luz do teu olhar,
Será para adorar.


Ruy Serrano - 14.09.2017

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

NÃO ME IMPORTO QUE FALEM

Não me importo que falem,
Deixa falar,
As palavras deles nada valem,
Só o nosso amar.

Não me importo que falem,
São ninharias,
São coisas que nada dizem,
Apenas frívolas.

Não me importo que falem,
Somos nós 
Que contamos para a vida,
Nossa guarida.

Não me importo que falem,
Deixa-os falar,
São palavras tão tontas,
De desprezar.

Não me importo que falem,
Falem até se cansarem,
A vida é tão curta,
Que não vale a disputa.

Ruy Serrano - 12.09.2017


UM PAÍS DESEQUILIBRADO E DESORGANIZADO

Crónica

Pelos órgãos de comunicação, televisões, jornais, internet, etc… somos confrontados diariamente com notícias aterradoras de greves, manifestações e protestos por situações anómalas que afectam o bom andamento de todos os serviços públicos deste país. São chocantes as contradições que surgem, resultantes da ausência de organização, passando a citar apenas alguns casos:
1 - na área do ensino, as colocações dos professores deslocados das zonas de proximidade das suas residências para zonas distantes, que chegam a ultrapassar os 200 km., e que obriga casais com filhos terem de optar por mudar de residência ou separar-se da família durante a semana, agravando os custos do orçamento familiar. A maior parte destes professores aufere ordenados um pouco acima dos mil euros; quanto aos alunos, também há casos que têm de se deslocar de casa para fora da sua zona escolar, por vezes sem transportes públicos às horas mais propícias. No inverno esta situação será insuportável. Por outro lado, é do conhecimento público que existem vagas em muitas escolas, estando outras sobrecarregadas. Tenho um caso flagrante na minha família. Para não me alongar mais sobre o tema em título, dou aqui como terminada a I Parte desta crónica. Prosseguirei oportunamente com a II Parte, abordando outros sectores públicos.

Ruy Serrano - 11.09.2017
Escritor 


PERTINÊNCIA

Para além das promessas de amor,
Existes tu, minha perdição,
Que me aquece o coração,
Com o teu calor.

Calor que de tão intenso me queima,
A alma. Nada me acalma,
Ansioso eu estou,
Triste e só.

Só, vou sobrevivendo a este tormento,
Do teu amor tão sedento,
Procuro um refúgio,
Deste murmúrio.

Murmúrio que passa a sonoro protesto,
Ninguém me escuta, este silencio 
Que se tornou meu sustento,
E eu tanto detesto.

Detesto e abomino ser tão maltratado,
Nāo foi assim que fui criado,
Hoje é tudo tão diferente,
Nāo serei desistente.

Desistente é fraqueza que eu não aceito,
Farei tudo ao meu melhor jeito,
Vencendo os obstáculos 
Com meus tentáculos.

Tentáculos que me defendem dos ataques,
Dum inimigo misterioso, invisível,
Vou esquecer meus achaques,
Serei invencível.

Ruy Serrano - 11.09.2017





domingo, 10 de setembro de 2017

TEMPO DE CHUVA

Chove água, como lágrimas derramadas,
Dos meus olhos assustados com imagens
De cenários inesperados, na minha terra
Que sāo tão diferentes da actual miséria, 

Tempo de chuva é a época mais molhada,
Como foi toda a minha roupa enxovalhada,
Quando eu tive de desertar para me salvar,
Da tempestade gerada por homens cruéis.

A chuva cai com intensidade e é implacável,
Não se compadece com quem se intromete,
Chuva de cheiro húmido e intenso, memória
Do tempo de chuva que eu vivi com paixão.

A chuva não para, derrama minhas lágrimas
Que eu não trouxe por serem muito pesadas,
Vieram apenas salpicos dos muitos pingos 
Que se perderam nos dias de chuva copiosa.

É tempo de chuva que molha e é tāo feroz,
Que não se compadece da minha dor atroz.

Ruy Serrano - 11.09.2017


terça-feira, 5 de setembro de 2017

FLORES PROFANADAS

Como pétalas duma flor que se abrem,
Assim o meu coração se abre ao amor,
Humedeço com as lágrimas que caiem,
As folhas que ainda restam com cores.

A flor perdeu a sua viçosa virgindade,
Ao se abrir a quem a tomou à força,
Vil personagem que merece a forca,
Por não fazer parte da comunidade.

Flores como a minha há bastantes,
Sāo tratadas com total despreso,
A sua vida é breve, por instantes,
Este malfeitor merece ser preso.

Farei tudo para proteger as flores,
Formosas e inocentes, confiantes,
Que são violentadas por anormais,
Por assaltarem, indefesos quintais.


Ruy Serrano - 05.09.2017

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

UM ADEUS DERRADEIRO

Deixas-te-me só e triste,
Na vida do meu terreiro,
Com o adeus derradeiro,
Que me deste e feriste.

Embora derradeiro, existes,
Para outro lugar tu partiste,
Fiquei sem saber o lugar,
Onde estás agora a morar.

Sou capaz de ir até ao fim
Do Mundo para te abraçar,
Sabes que te amo assim,
É a minha maneira de amar.

O teu adeus derradeiro, não
É o adeus que de ti esperei,
Sempre estiveste no coração 
Presente, nunca te reneguei.

Ainda esperança eu alimento,
De seres o meu único amor,
O meu permanente sustento,
Que guardo com muito fervor.

Ruy Serrano - 04.09.2017


NO LUAR DA MEIA NOITE

No luar da meia noite, 
Contemplo o céu
E vejo estrelas,
A cintilar.

A cintilar como a vida,
Que estremece,
E não cede,
É teimosa.

Teimosa também és tu,
Que não me amas,
Como me dizes,
São mentiras.

De mentiras estou cheio,
Não me dás a certeza
Que é verdadeiro
É pura safadeza.

Safadeza está na moda,
Já não estranho nada,
É tudo uma chachada,
Apenas uma toarda.


Ruy Serrano - 04.09.2017