sexta-feira, 5 de novembro de 2021

O QUE EU FUI E JÁ NÃO SOU


Triste realidade da minha vida sofrida 

Que na idade jovem era bem libertina,

E que hoje está manietada pela idade

Que me condiciona, de pura fealdade.


Em jovem as vistas largas e projectos 

Eram a minha obsessão permanente,

Afoito e muito crente do meu sucesso

Ia à luta com coragem, sem insucesso.


Raramente perdia, seguro eu estava 

Do êxito das minhas veras hipóteses

Para isso não desistia e muito lutava 

Não era incomodado pelas atrozes.


Hoje tudo mudou já não me reconheço,

Sou outro, o inverso do que era dantes,

Sou aprendiz desta vida, sem sucesso,

As metas a atingir estão mui distantes.


Tudo me custa a fazer, é por obrigação

Que me esforço para levar por diante,

A minha epopeia cruel, pura maldição 

Que me martiriza a todo cruel instante.


A minha tábua de salvação é a escrita,

Que foi benção que então  me chegou,

Com inspiração para escrever poesia

E crónicas, minha riqueza e mais valia.


Sou outro, não tenho dúvidas, agora

Reaprendo tudo, com forte vontade 

De vencer, pra isso não perco a hora,

Contando de todos alguma bondade.


Rui Serrano - 05.11.2021

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