sábado, 23 de outubro de 2021

LAMENTO DE UM POEMA


Um meu poema se queixou lamurioso 

Que os versos que o compõem tristes

Nāo são o que mais desejava, alegria

Era o que ele de mim então esperaria.


Respondi que nascem expontâneos,

Apenas com a minha ajuda no parto

Para não sofrerem de muitas dores

E serem bem acolhidos de amores.


O poema não contente me ameaçou

Que os próximos versos serão seus,

Eu não poderei interferir, nos céus

Eles se inspirarão e de mim abdicou.


Fiquei quieto para eu ver o resultado,

De tanta arrogância do meu poema,

Não conseguiu que o estratagema 

Que adotara seria simples teorema.


Acabei pois de ser eu a acabá-lo,

Com muito custo ainda consegui,

Deu-me trabalho a aperfeiçoa-lo,

Só um poeta faz o poema de raiz.


Ruy Serrano - 23.10.2021




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