terça-feira, 28 de dezembro de 2021

O CAVALGAR DO TEMPO


No cavalgar do tempo que corre veloz,

Eu monto um cavalo alazão sem freio.

Que me leva ao fim do mundo, um nó

Cego que não se desfaz, bastante feio.


Feio está o tempo invernoso e de chuva,

Época própria que nos arrefece com frio

Que só a lareira enfrenta com destemor,

Para enchar as nossas casas de calor.


Calor que aquece a minha doce cama

Onde me deito com receio de arrefecer,

E não conseguir dormir como é preciso,

Para usufruir o melhor do meu abrigo.


Abrigo é sorte minha eu ainda possuir,

Outros dormem na rua sem cobertas

De lã para os aquecer, triste sorte a sua 

Não haver quem faça apelos e ofertas.


Ofertas são precisas pra valer aos pobres

Que se debatem com tantas necessidades 

Ao longo do ano que parece não ter o fim 

Que se deseja, por serem tristes realidades.


Arrefece minha alma, palpita meu coração,

Arrepia-se o meu corpo, endurece a pele,

Meu cérebro deixa de raciocinar, bloqueia

Meu sonhos e pensamentos, má encefaleia.


Estamos em trânsito para um estranho ano

Que é misterioso por conter tais surpresas

Como continuação do que vai agora findar,

Que foi um ano de não mais se relembrar.


Ruy Serrano - 28.12.2021


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