segunda-feira, 24 de agosto de 2020

BRUMAS DA MEMÓRIA

Fui buscar às brumas da minha memória 

O que guardei daquelas terras de história

Escrita com o meu suor nos dias tórridos,

Em que ia com meus amigos aos tordos.


Tempos de maldade inocente de miúdos 

Que passavam seu tempo a se divertirem

Sem olharem de que modo e com quem,

Por se julgarem assim homens e alguém.


As brumas da memória não são já claras,

Mas ainda guardam as gemas dos ovos

Que se partiram por brincadeira, as taras

Eram tantas que até produziam gemadas.


Nos rios de águas correntes e cristalinas,

Mergulhava e nadava como as sardinhas 

Que fugiam para não serem capturadas

E sobre carvão em brasa serem assadas. 


Velhos tempos, bons momentos, brumas 

Que se desfizeram com o tempo passado,

Por outros capturado e muito mal tratado,

E tudo se diluiu como marés de espumas.


Ruy Serrano - 24.08.2020


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