quinta-feira, 20 de abril de 2017

OMISSÕES DO TEMPO DE CRIANÇA

Naquele tempo tão longínquo de criança,
Tenho saudades do colo de minha mãe,
Do olhar de reprimenda de meu pai,
Das brincadeiras e contendas com amigos,
Tempo longínquo que passou e já não volta.

Na loucura das minhas tantas brincadeiras,
Esquecia-me de ti minha irmã,
Que me criaste com tanto carinho
No teu regaço de muitos serões,
Em que eu temia o cazumbi da noite,
Que ameaçava mas nunca chegava.

Ao rever as nossas imagens de então,
Sinto que houve de mim tanta omissão,
Por me esquecer de vocês, meus pais,
Minha irmã e aquele terno chimpanzé
Que não me abandonava um instante,
E à minha anca se agarrava e colava.

Tantas omissões eu tive, era criança,
Não sabia como tão difícil era a vida,
Que meus pais viviam para me criar,
Trabalhando para nada me faltar.
É um tempo longínquo que se dissipou
E que saudades eternas me deixou.

Ruy Serrano - 20.04.2017


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