segunda-feira, 7 de abril de 2008

A NOSSA BIBLIOTECA E A INFORMAÇÃO A AVULSO

( Publicado )

Os livros que vamos arrumando nas prateleiras do nosso espaço constituem um espólio importante para a nossa permanente actualização e avaliação das realidades vividas. Na informação a avulso, recorremos às revistas e jornais e outros meios de comunicação, como veículos informativos apelativos, pelo deslumbramento da sua apresentação plástica e da sua fácil assimilação.

São duas realidades distintas, em que a nossa biblioteca é muito mais valiosa sob o ponto de vista de formação e do conhecimento, do que as notícias do quotidiano. Os livros encerram toda a verdade realista e ficcionada sobre os factos vividos e prováveis de viver. A informação diária, embora mais mediática, tem os seus vícios de criação que, por motivos comercialistas, falseia e fantasia a verdade dos factos e dos acontecimentos.

Há o interesse sedento de estarmos informados a todo o momento, através dos mais diversos meios de comunicação, mas, inadvertidamente, acabamos por ficar confusos com tanta informação difusa e variada, sobre os mesmos assuntos, duvidando da sua credibilidade. Temos de reconhecer que esta prática se tornou automática e rotineira. Será, todavia, aconselhável e desejável que estes hábitos sejam preteridos para plano secundário, em alternativa pela leitura de bons livros, de autores de reconhecido mérito, cujos temas neles tratados, mesmo escritos há centenas de anos, são sempre actuais. Constitui excepção a imprensa regional que mantém a sua genuinidade e nos dá conhecimento de acontecimentos locais de interesse e oportunidade, para além dos artigos de opinião e crónicas sobre temas abrangentes.

Não é por acaso que os jovens, na idade da adolescência, manifestam maior interesse pela leitura em busca dos mistérios que o mundo lhes revela, despertando-lhes o desejo ardente e permanente de fazerem descobertas. Normalmente, essa apetência pela leitura acaba por se esbater, à medida que a sua incursão pela vida profissional activa, os vai absorvendo sofregamente. Esporadicamente, vão lendo um ou outro livro mais publicitado, mas o verdadeiro gosto pela leitura perde-se completamente, sendo substituído pela televisão, pela Internet e em muito menor escala pelos jornais, por ser o método mais simples, cómodo e rotineiro de estarem informados. Já na última fase da vida reavive-se nos espíritos o desejo e a apetência de regressar à leitura dos livros que permanecem intocáveis nas suas bibliotecas, baluartes do seu saber e conhecimento.

Sem comentários: