quarta-feira, 28 de julho de 2021

E POR VEZES…


Por vezes dou por mim a falar comigo,

Pergunto a mim próprio o meu estado 

De espírito, por andar muito distraído,

E falar sem sentido, muito preocupado.


E por vezes imagino que tomo banho,

Na baía de CABINDA, onde eu ainda

Me sinto bem, apesar da água suja

Pelo petróleo que anda à sua tona. 


E por vezes, imagino-me na floresta

A conviver com os animais em festa,

Matando saudades do tempo antigo

Em que era para eles grande amigo.


E por vezes regresso à minha escola,

Onde aprendi as primeiras palavras

E conheci amigos a amigas a sério,

Por saber que é irreal, um desespero.


E por vezes penso nas brincadeiras

Que tive descontraído e sem senso,

Ao arriscar sofrer com as asneiras,

Que cometia com um contratempo.


E por vezes recordo as emissões 

Do Rádio Clube de Cabinda, no ar,

Com a minha voz a falar ou recitar

Poemas da minha lavra, de adorar.


E por vezes tenho bela sensação.

Que nas areias da praia do farol,

Me envolvo abraçado, à mulata

De sonho, minha boa obsessão.


E por vezes acordo sobressaltado

Por tais sonhos ter sido assaltado,

Ficando triste por ter sido irreal

Tudo o que sonhei, pena capital.


Ruy Serrano - 29.07.2021


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