quarta-feira, 7 de julho de 2010

OS BARCOS E O MAR

INÉDITO

Fui ver o mar,
Para dele desfrutar,
Saudades eram muitas,
Chorei lágrimas súbitas.

Vi passar ao longe um barco,
Um traço deixou nas águas,
Um marco nas minhas mágoas,
Desenhou no horizonte do mar.


Qual o destino do barco?
Talvez África, América,
Ásia, ou os Polos?
Não vou nele, fiquei.
Já não há lugar para mim.


Os barcos agora são outros.
Levam contentores.
Deixam saudades.
Não trazem nada de volta.
Nem notícias, nem imagens.


Os barcos são frios e enormes,
Cruzam os mares, indiferentes,
Ciosos dos seus contentores,
Comida e armas transportam.
Esquecendo os mais pobres.


Vou esquecer o mar e os barcos,
Por não poder neles viajar.
Desprezam quem os ajudou,
O Mundo é egoísta e ingrato.
Cúmplice do dinheiro e do poder.

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