quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

OS SEM-ABRIGO


Gente anónima que tenta sobrevier, sem sono,
Gente a quem é proibido sonhar,
Privilégio dos afortunados
Que têm cama aquecida.

Os sem-abrigo não têm cama e tecto certo,
Arrefecem o corpo na pedra fria,
Dum passeio ou dum sanitário,
Vivem à margem da sociedade.

Só desfrutam da caridade que lhes chega
Vinda de gente que não conhecem,
Sua vida é um permanente pesadelo,
De que não se conseguem libertar.

Os sem-abrigo são uma espécie rara
Que germinou na terra mal adubada,
Crescem debilitados, sem defesas,
Sujeitos à rejeição da sociedade.






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