segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

EM JEITO DE DESABAFO

Mal cheguei, vou partir,
Não sei para onde,
Não quero ficar onde estou,
Pertenço a outro lugar,
Tenho de o encontrar,
Foi onde tudo ficou.

Perdi o rumo e a rota,
Já não há barcos que me levem
Só há aviões ultra rápidos,
Que atravessam os ares,
Longe dos mares,
Onde não posso viajar.

Já não há aeroportos e cais de embarque
Como os de antigamente,
Em que a família se despedia
Sem saber por quanto tempo,
E as cartas chegavam de mês a mês,
Com notícias atrasadas.

Não posso viajar pelo ar,
Porque a minha bolsa é magra,
Mal dá para a fome matar,
Nem vícios posso ter,
Só jornais para eu ler,
E não morrer ignorante.

Ruy Serrano - 13.02.2017

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