domingo, 19 de fevereiro de 2017

TOMAR CIDADE OU ALDEIA? ANORMALIDADES CITADINAS

Sou uma pessoa atenta aos acontecimentos citadinos que não me surpreendem, antes confirmam tudo o que penso por antecipação. Tanta coisa acontece fora da normalidade, que encontro dificuldade em interpretar, compreender e aceitar tais acontecimentos.
Começo por me referir a um incidente lamentável relacionado com a poda de árvores na nossa cidade de Tomar. Cito o caso particular da minha rua em que uns quantos funcionários camarários iniciaram a poda de umas três árvores do passeio junto à Escola Santa Maria dos Olivais, deixando por podar mais de uma dezena de árvores daquele passeio e passando para o passeio oposto dos prédios. Aqui, iniciaram a poda da única árvore ali existente, situada a uma vintena de metros do meu prédio. Depois de a podarem até meia altura, acabaram por a cortar pela base. Este facto anormal deixou a maior parte dos residentes desgostosos, por ficarem privados da sombra das folhas que a cobriam na primavera. Não foi dada qualquer explicação sobre esta medida radical, pois a dita árvore ainda este outono tinha perdido uma imensidade de folhas de cores diversas vivas, o que demonstrava estar com bastante vitalidade. Pela própria base se pode verificar que a árvore não estava debilitada nem doente, e que prometia manter-se viva mais umas dezenas de anos para além das quatro dezenas da sua existência. Desconheço o nome desta espécie, constatando apenas que largava alguma resina que incomodava alguns residentes,  proprietários de viaturas que estacionavam sobre o passeio por baixo da arvore para, ironicamente as protegerem do sol intenso do verão.
Outro facto inexplicável é a roda do mouchão situada no rio Nabão estar parada. Poderá alegar-se não ter o rio caudal suficiente nesta época do ano para a movimentar. Todavia, dado que é um ex-libris de Tomar, deveria estudar-se um processo que imprimisse á água a força necessária para a fazer rodar.
Em termos de valores arqueológicos, está por recuperar o fórum romano existente entre a Rua Amorim Rosa e o cemitério municipal que tem um projecto executado em parceria pelo arquitecto Rui Serrano e a Dr.a Professora Salete. Seria um polo de atração de turistas que de visita a    Tomar, teriam interesse em conhecer, tal como acontece em Braga, com um projecto semelhante.
Muito importante seria o arranjo da Várzea Grande, espaço amplo desaproveitado que é a porta de entrada de Tomar, para quem chega de comboio ou camioneta. Este espaço permitiria o estacionamento ordenado de dezenas de viaturas que hoje se amontoam a esmo.

O que mais me impressiona para quem vive ou visita Tomar, é verificar que o complexo da levada, ao longo da Rua Everard, que foi meticulosamente recuperado por um técnico qualificado, então vice-presidente da câmara de Tomar, estar praticamente inaproveitado. Aqui poderia concentrar-se todo o espólio artístico e de memória de Tomar, desde os tempos mais recuados da sua existência que é de cerca de 9 séculos.
Muito mais poderia aqui acrescentar, mas o espaço redatorial não o permite, ficando para outra oportunidade abordar outros casos, como do parque de campismo, do estádio municipal e do bairro improvisado dos ciganos.
Entretanto deixo aqui um desafio aos partidos que concorrerem às próximas  eleições autárquicas de 2017 para incluirem nos seus programas estas propostas de bastante interesse para a nossa cidade.

Ruy Serrano - 20.02.2017

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