Entre os que partem e os que ficam,
Não há muita diferença, são iguais,
Têm as mesmas virtudes e defeitos.
São uns eternos rivais insatisfeitos.
Os que partem têm bastante sorte,
Pois se libertam deste Mundo falso,
Sendo resgatados à vida pela morte,
Escapando ao suplício do cadafalso.
Os que ficam ainda têm muito tempo
Para viver, pagando na terra os erros
Que praticam, vivendo em desterro,
Sujeitando-se a grande contratempo.
Os que partem nunca se despedem,
São apanhados assim de surpresa,
Pois são incompreendidos e temem
Ficar na terra talvez numa marquesa.
Não há pois uma tão grande diferença,
Partir ou ficar, pertencem ao presente,
São do passado e partem de repente,
Triste e violenta, muito má sentença.
Ruy Serrano - 04.07.2019
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