segunda-feira, 16 de abril de 2012

A VOZ

A voz é um bem precioso, tal como a visão e a audição,
É com a voz que o homem tem expressão,
Com a sua pessoal opinião.

A voz declara-se à nascença, quando chora a criança,
Como manifestação de desejada esperança,
Fazendo com a vida uma aliança.

Na escola, a voz é útil e indispensável para aprendizagem,
Facilitando às matérias a abordagem,
Colhendo boa mensagem.

A voz serve para falarmos com os nossos interlocutores,
Trocarmos ideias e diálogos esclarecedores,
Como bons colaboradores.

A voz recita belos poemas e dá vida sonora às prosas,
Fazendo divulgação de obras valorosas,
De valias preciosas.

Com a voz canta-se o fado, ópera e melodiosas cancões,
Mobiliza-se com facilidade multidões,
Alimentando vivas emoções.

Com a voz discursam os políticos, dá-se aulas de ensino,
Dão missas os padres pelo dever Divino,
Revela-se instrumento cristalino.

Com a voz fazem-se manifestações e reivindicações,
As varinas e os ardinas faziam pregões,
Chama-se as atenções.

De viva voz tem-se coragem para dizer as nossas verdades,
Comentando as mais diversas barbaridades,
Tornadas banalidades.

Com a voz comunicamos com os filhos, netos e bisnetos,
Transmitimos-lhes os nossos melhores afectos,
Ao longo dos nossos trajectos.

Pela voz de Deus fazem-se batizados, casamentos e funerais,
Festejam-se as datas sagradas pascais,
Consideradas imortais.

Com a voz o aflito pede socorro para lhe salvarem a vida,
Acredita até ao último momento que sobreviva,
Não pensando pela negativa.

Tal como ao nascer, o moribundo, já no termo da existência,
Ainda consegue pedir a Deus a penitência
Dos seus pecados e degenerescência.

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