terça-feira, 1 de maio de 2012

A ÚLTIMA OLIVEIRA


Quando o meu olhar se dirige para as traseiras do meu prédio,
Uma imagem triste me fica na retina,
É todo o cimento e ferro,
Que substituiu a campina.

Uma oliveira ficou isolada e triste, sem as suas companheiras,
Que foram por interesses destruídas,
Desfigurando as traseiras,
Com casas erguidas.

Hoje são tantos os prédios como eram as trágicas oliveiras.
Tenho saudades dos seus ramos floridos,
Dos frutos com vigor produzidos,
Vidas derradeiras.

Como homenagem às ditosas oliveiras, foi espalhada relva,
Único consolo para quem aprecia a natureza,
Curtos passeios de prazer e beleza,
Para esquecer a moderna Selva

Muitos passantes apressados, absorvidos com os seus problemas,
Moradores com seus caninos de estimação, à trela,
Curiosos espreitando pela janela,
Muitos dilemas.

Só e abandonada, aquela oliveira que foi poupada à exterminação,
Assiste receosa de ser vítima do que se passa,
De quando em vez um cão a mal trata,
Com a sua micção.

Os dias passam e a última oliveira lá continua como monumento,
Devo-lhe respeito porque é mais velha que eu,
Com a sua firmeza serve de exemplo,
Para quem já sofreu.

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