quinta-feira, 23 de março de 2017

UM PEÃO DA SOCIEDADE

Esta sociedade a que eu pertenço,
Usa-me como um simples peão,
Para se divertirem à minha custa,
Fazendo-me rodar sem coração.

De tantas voltas dar, estou gasto,
Mas ainda resisto ao rodopiar,
Não me dou por nada vencido,
Inda irei resistir por mais tempo.

O fio um dia vai partir de gasto,
E eu me libertarei do sacrifício
A que tenho sido assim sujeito,
E deixarei de rodar como peão.

Assistirei ao julgamento final
Dos que me trataram tão mal,
Passarão a ser eles os peões
Duma sociedade de aldrabões.

Ruy Serrano - 24.03.2017

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