Sou alguém que no Mundo não é ninguém.
Não sei quem sou, nem sei para onde vou,
Só sei que vim do nada, nāo sei para quê,
Se há procura de mim mesmo ainda estou.
É muito difícil de me encontrar, o caminho
Está pedregoso, tenho medo de tropeçar,
E de ficar ferido, sem me puder levantar,
Não sabendo se continuar a andar consigo.
Tenho receio de um dia cair num precipício,
E ninguém me socorrer, por ser desperdício
Que neste Mundo acham andar a vegetar,
Sem ter nada para me poderem explorar.
Quando passo, ouço críticas e chalaças,
Gente que passa a vida a lançar pedras,
Como se fosse alguém cheio de chagas,
Mal tratado das maneiras mais severas.
Esperança ainda eu tenho de poder viver
Da maneira mais condigna, tal é esta sina
Que me persegue, por tanto tempo sofrer,
Por me terem tirado tudo quanto eu tinha.
Ruy Serrano - 28.04.2018
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