quarta-feira, 9 de junho de 2010

SOFIA

INÉDITO
Seu nome é Sofia, de tez morena, cabelos lisos e curtos, olhos redondos e expressivos, sorriso meigo e doce. É balconista numa livraria. Irradia simpatia e desempenha as suas funções, com seriedade e sentido de responsabilidade. Preocupa-se em estar sempre ocupada com utilidades. Aproveita todas as oportunidades para fazer a leitura de excertos de livros e artigos de interesse. Certo dia, teve curiosidade em espreitar o conteúdo de um livro de Premonições. Ao abrir o livro, ficou surpreendida com uma mensagem que lhe era supostamente dirigida, nos seguintes termos: “Vais receber, brevemente, a visita de um cliente que irá pretender adquirir este livro, porque crê nas premonições. Deves atendê-lo com a tua habitual simpatia, mas tens de te exceder nas tuas atenções porque se trata de um cliente especial que te aprecia muito”.

No dia seguinte confirmou-se a premonição. O ar frio do Inverno fazia-se sentir, agreste e intenso, afectando o rosto e as mãos de Sofia que foi surpreendida pelo tal cliente especial que lhe perguntou se tinha o livro de Premonições - a que ela já tinha tido acesso. Sofia foi buscá-lo e, antes de lho entregar, fixou os seus olhos nesse cliente, como que magnetizada e segurou-lhe nas mãos, com firmeza e afecto, procurando aquecer as suas mãos que estavam gélidas. Pela premonição deste estranho encontro e pelo momento transcendente que viveu naquele instante, gerou-se uma empatia intensa entre Sofia e o cliente anónimo. Este também ficou rendido ao encanto natural daquela jovem balconista, cujo nome e identidade eram desconhecidos. O cliente pagou o livro, agradeceu a Sofia a sua disponibilidade e simpatia e despediu-se com um Adeus e Até breve. De então para cá, este cliente tornou-se habitual e especial para Sofia que lhe empresta parte da sua juventude para o ajudar a suportar as agruras dos anos e da vida. Bem haja, Sofia.

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