segunda-feira, 29 de julho de 2013

DEVANEIOS

Andei iludido, viajando nas nuvens cinzentas da vida,
Perdido entre devaneios, sem guarida,
Entreguei-me a ti amor, sem te conhecer,
Desiludiste-me, deixaste-me a sofrer.

Porque te perdi, passei a odiar meus devaneios,
Deram-me a ilusão dum amor desejado,
Nunca cheguei a concretizar meus anseios,
De te possuir, desapareceste, fiquei desolado.

Não chegaram meus devaneios p'ra m'iludires,
Quando surgiste das brumas do tempo,
E me prometeste seres só minha, meus sentires,
Meus devaneios se diluíram, contratempo.

Tantos devaneios senti, pressenti e quis viver,
Que o teu possuir foi passageiro,
Deixaram-me sozinho no apeadeiro,
Com um nada entre mãos, triste padecer.

Ruy Serrano, 29.07.2013

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