sábado, 5 de dezembro de 2009

RECORDAÇÃO

Inédito

Silhueta de mulher esbelta e fina,
Diluída no ar perfumado do seu leito,
Fiel prisioneira da minha retina,
Corpo trigueiro, redondo, perfeito.

Preso fiquei por mil instantes,
Ardendo de tentadores desejos,
De em meus ideais exultantes,
Enviar-lhe arautos e mensageiros.

Temendo recusas e ameaças,
Pela sua lembrança me fiquei,
Sonhando e vivendo ilusões,
Como um dia a possuir desejei.

Jamais em a perder me conformei,
Para outro alguém a possuir,
Ninguém mais senão eu tentei,
Dar-lhe felicidade sem mentir.

Nunca ela o sinal compreendeu,
Do amor que tanto lhe dediquei,
Do castigo que a mim me deu,
Por toda a vida eu amaldiçoei.

Em pranto e lágrimas esquecer tentei
Da memória para sempre a dissipar,
Em vão, de meus esforços morrerei,
Sem sua silhueta da mente poder tirar.

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