sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

76 NATAIS



Já passei por 75 Natais e espero passar por muitos mais.
Tenho boas recordações dos Natais passados,
Os melhores foram os de criança,
Com a família e o Menino Jesus em festejos ancestrais.
Mesa farta, doces momentos, sempre lembrados,
Vida vivida e a viver de esperança.

O Pai Natal descia todos os anos, pela nossa chaminé,
Durante a noite, com o saco das prendas,
Descobertas de manhã no meu sapato,
Eram simples, variadas, abençoadas, como uma maré,
À minha praia chegadas, como puras lendas,
Guardadas no meu doce e terno recato.

Os Natais passados foram com a família celebrados,
Com a mesa reduzida de pessoas e iguarias,
De ano para ano, mais tristes.
Uns desaparecidos, outros forçadamente emigrados,
Irrecuperáveis as esperanças e fés perdidas,
Marcaram-me com cicatrizes.

O Pai Natal deixou de descer a chaminé desaparecida,
As prendas ao fim da noite passou a entregar,
Escondendo a crise com as barbas.
Deixou cair o mito da falsa verdade há muito mantida,
Não teve coragem para a mentira confessar,
Reduziu a meras ofertas as prendas.

À mesa de Natal, só Jesus e mais alguns da família,
Celebrando o 75º Natal da minha vida,
Não perdi a fé de outro Natal farto,
E a sensação dos Natais terem sido pura fantasia,
Não me abandona a esperança sofrida,
Jesus me protegerá de tal mal trato.

O meu 76º Natal está para acontecer, com prejuízos,
Juntos, nós, 3 filhos, 4 netos e 2 bisnetos,
Jesus estará presente para nos animar.
Desejo maior, será unir familiares vivos e falecidos,
Ressuscitar o Natal já com cinco bisnetos,
Que até ao fim da vida saberei amar.

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