segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

AGUAS PASSADAS

Águas mornas, azuis e transparentes
Passaram velozes à minha frente
Indiferentes


Vi nelas bruscamente,
O reflexo do meu rosto
Perplexo e indisposto
Observando indefinidamente
O passado e o presente
Prevendo o futuro
Misterioso e secreto


Águas que ao passar não vão voltar
Levaram consigo os meus sonhos
Deixaram-me as recordações e o
Pesar
Alegrias, tristezas e esperanças
Diluídas no cacimbo das manhãs
Húmidas, de cheiros fortes, verdadeiros
Titãs


Águas tornadas imundas e turvas
De tudo com que consigo arrastaram
Fazem esquecer do quão tristemente
Sujas

Nem o filtro do tempo já ido
Purificou as águas conspurcadas
Levadas pela ira das chuvas para a
Eternidade


Águas que em turbilhão e velozes
Apressadamente correram para o mar
Fugindo dos demónios da Terra,
Atrozes


No oceano das recordações vivas
Na angústia, dos tempos, mergulhadas,
As águas encontraram por fim,
As Ninfas desejadas

Sem comentários: