Corre o ribeiro para o rio,
O rio corre para o mar,
E eu continuo aqui a ficar,
Por ter perdido o caminho.
Já não há barcos no mar
Que levem passageiros.
Estes andam pelos ares,
Em aviões muito ligeiros.
Bem queria eu inda viajar,
Pra minha terra lá longe,
Não me deixam lá entrar,
Nem disfarçado de monge.
Aquela terra única e bela,
Já não é dos seus naturais,
É de gente tão oportunista
Que se esquece da justiça.
Dias melhores, de esplendor,
Ainda chegarão no cacimbo
Dum dia de sol e muito calor,
Que eu aguardo com fervor.
Ruy Serrano - 14.11.2018
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