domingo, 17 de março de 2019

OS MEUS HÁBITOS

Tenho hábitos que são muito meus.
Não sei se os herdei ou se os criei.
Já não passo sem eles, são diários.
Como vícios criados tão precários.

À noite benzo -me antes de dormir,
Construo mentalmente um poema,
O tema é o meu mais difícil dilema,
É um gosto fazer o poema emergir.

No decorrer da noite, surgem sonhos,
Alguns agradáveis, outros medonhos,
Episódios da minha vida que passei
E de que nunca mais eu me lembrei.

Os raios de luz através das persianas,
Chegam às minhas retinas de repente,
Abro os olhos, me espreguiço, a mente
Se reactiva, me levanto e vou ao banho.

Segue-se o pequeno almoço, torradas
E leite de soja, e o primeiro café moído 
Pela máquina, ligo a seguir a televisão
Pra passar os olhos pela programação.

Passo ao escritório e pelo computador
Tenho acesso às notícias e novidades,
Consulto a conta bancária com temor
De me surgirem débitos, calamidades.

Leio minhas notificações do Facebook,
Visito páginas dos amigos e de grupos.
Publico poemas escritos e guardados,
Para poderem ser lidos  e comentados.

Leio algumas páginas dum certo livro,
Vejo um ou outro canal de televisão,
Ao noticiário do futebol  dou atenção, 
Vejo que o meu Sporting corre perigo.

Suspendo a actividade do escritório
Vou almoçar e tomo mais um café,
Para não me dar sono, vou passear
Plo quarteirão do bairro, sem parar.

Sento-me num banco do belo parque,
Para usufruir do sol que me aquece,
Aprecio namorados que se beijam
E os pássaros que nos homenageiam.

Regresso a casa ao meu computador,
Em simultâneo ligo o iPad com som,
Ouço música no YouTube e rádios,
Relembro as bonitas canções antigas.

Às cinco horas como fruta ou iogurte,
Bebo um copo de água e vou outra vez
Escrever e publicar, é hábito ou vicio,
Já não sei, talvez algo em que acredito.

Finalmente como sopa e uma sandes,
Vejo duas telenovelas sem qualidade
Que me dão sono, fraca mentalidade
Esta de ver televisão por mero vicio.

À meia noite recolho aos meus lençóis,
Retomo o hábito noturno, adormeço
Às duas horas, cumprindo meu ritual
Que se tornou já um hábito normal.

Ruy Serrano - 17.03.2019







Sem comentários: