(INÉDITO)
São duas da manhã, acendo o candeeiro,
Desligo a luz, logo a seguir,
Não consigo ler.
Abraço o meu confidente, o travesseiro.
Desabafo os meus segredos, sem mentir,
Tento esquecer.
Rebusco o passado, perdido na escuridão,
Revejo silhuetas de corpos esguios,
Rostos pasmados.
Oceanos de pensamentos em turbilhão,
Vida construída com Fé, sem desvios,
Entes amados.
Lembrei-me de amigos, que me perderam,
Nunca mais os achei, longe ou perto,
Estão afastados.
Sei que existem e não desapareceram,
Pairam secretamente em lugar incerto,
Bem instalados.
Acham que ignorar que eu ainda existo,
Torna-lhes a vida mais confortável,
Pura ilusão.
Tarde ou cedo verão que subsisto,
Com vida activa equilibrada e estável,
Sem solidão.
Não sei se dormi se estive acordado,
Só sei que a noite se diluiu na manhã,
Voltei à realidade.
Um raio de sol atrevido, do céu enviado,
Deu-me o sentido de uma vida sã,
A pura verdade.
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