domingo, 14 de agosto de 2011

INSÓNIA

(INÉDITO)

São duas da manhã, acendo o candeeiro,

Desligo a luz, logo a seguir,

Não consigo ler.

Abraço o meu confidente, o travesseiro.

Desabafo os meus segredos, sem mentir,

Tento esquecer.


Rebusco o passado, perdido na escuridão,

Revejo silhuetas de corpos esguios,

Rostos pasmados.

Oceanos de pensamentos em turbilhão,

Vida construída com Fé, sem desvios,

Entes amados.


Lembrei-me de amigos, que me perderam,

Nunca mais os achei, longe ou perto,

Estão afastados.

Sei que existem e não desapareceram,

Pairam secretamente em lugar incerto,

Bem instalados.


Acham que ignorar que eu ainda existo,

Torna-lhes a vida mais confortável,

Pura ilusão.

Tarde ou cedo verão que subsisto,

Com vida activa equilibrada e estável,

Sem solidão.


Não sei se dormi se estive acordado,

Só sei que a noite se diluiu na manhã,

Voltei à realidade.

Um raio de sol atrevido, do céu enviado,

Deu-me o sentido de uma vida sã,

A pura verdade.

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