(INEDITO)
O meu papagaio é Cabinda, como eu,
Nasceu na minha roça do Fubo,
Lá no alto de uma mulimba.
Viveu na cidade,
Como eu.
O meu papagaio é Cabinda, como eu,
Aprendeu a viver, a falar e a brincar,
Cresceu e aprendeu maneiras,
No meu quintal das brincadeiras,
Como eu.
O meu papagaio é Cabinda, como eu,
Come denden, e papaia,
Adora ginguba e banana,
É amigo, não é sacana,
Como eu.
O meu papagaio é Cabinda, como eu,
Tem saudades da sua terra,
Do madrugar com os chilreios,
Dos tons e múltiplos cheiros,
Como eu.
O meu papagaio é Cabinda, como eu,
Tem na sua memória fértil,
O pôr do Sol avermelhado,
Orgulhosamente guardado,
Como eu.
O meu papagaio é Cabinda, como eu,
É muito atento e observador,
É crítico e mordaz comentador,
Foi baptizado no Equador,
Como eu.
O meu papagaio é Cabinda, como eu,
Foi expulso da sua terra, injustamente,
Esta refugiado em Portugal,
Não sabe se lhe será fatal,
Como eu.
O meu papagaio é Cabinda, como eu,
Ainda acredita ser justiçado,
Poder regressar à sua terra,
Acabar com toda a miséria,
Como eu.
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