O tempo não se vê, não é palpável, mas deixa marcas.
Marcas que perduram, na mente gravadas, invisíveis,
Marcas que ferem e não esquecem, de tão sensíveis,
Parecendo leis proclamadas por perversos monarcas.
Não consegui o tempo esquecer, nem sequer esperar
Me foi permitido, tal era a pressa do tempo em passar.
Ainda fingi estar cansado, precisar de me restabelecer,
Só que o tempo não se compadeceu em me proteger.
Finalmente forças divinas a acção do tempo atrasaram,
Permitindo que a minha vida acalmasse e recuperasse,
Escrevendo crónicas e versos e o Mundo comentasse.
Consegui por fim denunciar todos os que me caluniaram,
Contando com a colaboração do tempo que me entendeu,
Por saber finalmente que foi imerecido tudo que me deu.
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